Mesmo condenado pela Justiça por mau uso de dinheiro público, o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR) deve ser eleito hoje, pela terceira vez consecutiva, presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Ele conta com o apoio do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Além do prefeito reeleito, o acordo envolve o PSDB e até o PT. A 1ª vice-presidência da Mesa Diretora deve ficar com o tucano Dalton Silvano. A 1ª secretaria, cargo administrativo mais importante da Casa depois da presidência, ficará com o petista Francisco Chagas. DEM e PTB completarão o preenchimento dos postos.

Nome de consenso entre os vereadores, Rodrigues só conseguiu convencer os colegas de que não terá problemas com a Justiça após obter uma liminar que lhe garantiu mais tempo antes da execução de sua pena.

O parlamentar foi condenado por improbidade administrativa em primeira e segunda instâncias pelo fato de ter contratado de forma irregular uma empresa terceirizada quando dirigia a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), em 1992.

Rodrigues foi condenado a perder a função pública e teve os diretos políticos cassados por seis anos. Ele recorreu e, segundo seus advogados, até o julgamento final do recurso ele já terá concluído o seu terceiro mandato como presidente da Câmara, que tem duração de um ano.

Os tucanos tinham a pretensão de ocupar o comando da Casa a partir deste ano. Mas Kassab jogou água fria no plano dos aliados. Isso porque, para obter o apoio do PR nas eleições de outubro, prometeu a Rodrigues, presidente do diretório municipal do partido, que o apoiaria na eleição da Mesa.

O prefeito ligou para os vereadores do PSDB a fim de demovê-los da ideia. Argumentou que Rodrigues, apesar de integrar o centrão, grupo que vez ou outra causa constrangimento ao Executivo, a fim de obter mais espaço na máquina municipal, não deu tanto trabalho nos últimos dois anos.