O senador eleito Pedro Taques (PDT), junto com os empresários Mauro Mendes (Bimetal) e Aldo Locatelli (postos Locatelli), estaria negociando a compra do canal de Televisão que o apresentador Gugu Liberato, da TV Record, possui em Cuiabá. A oferta incial, segundo informações, foi de R$ 8 milhões, mas a TV, que é geradora, teria sido oferecida por R$ 10 milhões.
"Falta acertar apenas alguns detalhes para que a compra da TV seja efetivada", informou uma fonte. A compra da emissora já seria uma decisão do trio, que teria "batido o martelo" sobre o assunto na semana passada. O assunto vem sendo tratado em "segredo" porque o "vazamento" da negociação poderia complicar a operação, me revelou a mesma fonte.
Anteriormente, Gugu já havia manifestado o interesse de vender o seu canal de TV em Cuiabá. O ex-deputado Lino Rossi teria manifestado interesse, mas como não tinha "bala na agulha", não houve acordo. O entendimento ficou apenas na fase "preliminar". Nenhum comprador de "peso" apareceu, obrigando Gugu a tocar a emissora, mesmo contrariado por ter que "meter a mão bolso" para cobrir as despesas.
Agora, a oportunidade de fechar o negócio é real. Taques, Mendes e Locatelli tem recursos e podem, se quiserem, fechar a operação à vista. O valor de R$ 10 milhões é uma quantia impensável para a grande maioria dos brasileiros, porém, para o trio é um valor que não vai "pesar no bolso".
Após fechar a compra da TV de Gugu, eles pretendem investir na aquisição do
Grupo Folha do Estado (jornal, rádio e gráfica). Nos próximos dias, deverão apresentar uma proposta para Isabela Brandão, que comanda o grupo desde a morte do empresário Sávio Brandão. O interesse do trio pelo grupo
Folha se deve ao fato dele ser composto pelo jornal e pela emissora de rádio
(Rádio Cidade FM).
A idéia deles é formar um conglomerado como o
Grupo Gazeta de Comunicações, integrado por rádios, TV's, e Jornal. Dessa forma, acreditam que poderão divulgar melhor os seus trabalhos para atingirem o objetivo comum, que é assumir o comando do Estado.
Esse filme já vi nos anos 80. Na época, o governador e hoje deputado federal Júlio Campos (DEM) comprou uma emissora de TV (Brasil Oeste, canal 08), um jornal (O Estado de Mato Grosso), somando-os as emissoras de rádio, que tem ainda hoje em Várzea Grande, para criar o primeiro conglomerado de comunicação de Mato Grosso.
A idéia não vingou. Primeiro, porque não quis colocar em seu nome o conglomerado e, segundo, a linha editoria ficou demasiadamente politizada. Assim, o que era para elevar o seu nome, acabou virando um pesadelo, principalmente, depois que os seus concorrentes ficaram sabendo quem era, de fato, o dono dos meios de comunicação.
Com os adversários batendo duro e com a oposição no poder, não restou a Júlio Campos arrendar as suas emissoras de rádio e TV, além de desativar o jornal. Um final triste. O mesmo caminho poderá trilhar o grupo de comunicação que Mendes, Taques e Locatelli estão montando em Mato Grosso.
