Bastaram dois gols e 136 minutos em campo pelo Corinthians para o futuro de Ronaldo na seleção brasileira voltar a ser discutido entre os torcedores. Mas Carlos Alberto Torres não tem receio nem precisa pensar muito para dar uma opinião sobre o assunto. Para o capitão do tri a história do Fenômeno com a amarelinha faz parte do passado. Acabou.

O ex-lateral não acredita na volta de Ronaldo, que está com 32 anos e já passou por três complicadas cirurgias no joelho, à seleção.

- Eu acho que não dá mais. O Ronaldo, pela capacidade e pela categoria que tem consegue jogar ainda em um bom nível. Mas não será mais como antes. Seleção é outra coisa. Não podemos ser paternalistas. Aí vamos chamar também o Pelé, o Zagallo, o Zico – disse Carlos Alberto Torres ao GLOBOESPORTE.COM.

Admirador de Ronaldo, o ex-jogador elogiou a vontade do Fenômeno de voltar mais uma vez aos gramados. Mas considera que a idade já pesa contra o atacante, que também luta contra a balança.

- Ele está com 32 anos. É difícil. Quem jogou bola sabe disso. Agora, ele pode atuar bem, marcar gols como fez pelo Corinthians. Em três jogos foram dois gols. Tem muita gente que em quatro meses não faz isso - completou.

Carlos Alberto Torres participou nesta terça-feira da abertura do Fórum Internacional de Futebol, que acontece em Brasília. O capitão do tricampeonato mundial fez parte de uma mesa que debateu a globalização do futebol e contava com outras personalidades do mundo da bola como Jairzinho, o português Eusébio, o argentino Ossie Ardiles, campeão da Copa de 1978, e Paulo Rink, ex-jogador do Atlético-PR.

Sobre a Copa do Mundo da África do Sul, Carlos Alberto Torres não acredita em surpresas. Para ele, o título será mais uma vez disputado entre as seleções tradicionais. E vê com bons olhos a caminhada brasileira até agora rumo ao Mundial.

- A história mostra que quem perde um Mundial e mantém a base chega muito bem para a próxima disputa. É o caso do Brasil. Não podemos esquecer que a Copa do Mundo talvez seja um único evento do futebol que não cabe a surpresa. Nunca uma surpresa ganhou uma Copa do Mundo. A disputa vai ser entre as grandes seleções da América do Sul - Brasil e Argentina - e da Europa - Itália, Alemanha, Espanha e Inglaterra, pelo campeonato que tem, já que a seleção não tem jogadores jovens com um grande talento.