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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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etnia em festa

De volta a Marãiwatsédé, xavantes entregam bordunas como sinal do fim da luta por terra

A entrega de uma borduna por parte do cacique Damião marca o fim da luta por Marãiwatsédé, reserva indígena que estava ocupada por brancos. A desintrusão demorou 25 anos. Nesse período provocou conflitos entre brancos que entraram na área e ali construíram seus sonhos. Uma comitiva ministerial participou da festa no final de semana passado.

Foto: Clarissa Tavares / Funai

A entrega da borduna simboliza o fim da guerra entre brancos e índios em MT

A entrega da borduna simboliza o fim da guerra entre brancos e índios em MT

Os índios xavantes fizeram uma festa, no final de semana, para marcar a volta deles a reserva Marãiwatsédé, em Alto Boa Vista, região noroeste de Mato Grosso, depois da desintrusão da área que era ocupada por brancos. Uma comitiva ministerial veio de Brasília para assistir o ato de posse dos xavantes na reserva com a presença do ministro Gilberto carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República.


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Os índios dançaram, carregaram toras e depois houve a entrega de uma borduna por parte do cacique Damião simbolizando o fim da luta pela Marãiwatsédé. Os índios contam que sempre foram donos da área e foram expulsos na década de 60 da região e estudo antropológico resgatou essa história e causou o maior conflito agrário da história do Vale do Araguaia.

Por pouco não terminou em derramamento de sangue entre posseiros e índios. Os sem-terra que saíram da área deixando 25 anos de história com casas, escolas, posto de saúde e outros benefícios reclamam que foram prejudicados e até hoje não sabem o que vão fazer da vida.

“Estamos muito satisfeitos com a desintrusão de Marãiwatsédé. Vencemos nossa luta e retiramos os fazendeiros e posseiros. Por isso, queremos agradecer”, disse o cacique Damião Paridzané. O que foi traumático para região Norte Araguaia com o fim da gleba Suiá-Missú virou festa para os índios xavantes.

A retirada dos ocupantes não-indígenas do território Xavante foi concluída em janeiro de 2013 assegurando a posse dos indígenas aos 165 mil hectares de sua terra tradicional, localizada entre os municípios de São Félix do Araguaia, Alto Boa Vista e Bom Jesus do Araguaia. A força-tarefa responsável pela operação contou com a participação de diversos órgãos do governo federal e das forças policiais.

O cacique Damião aproveitou o evento do final de semana para registrar a preocupação das lideranças xavantes com as mortes de crianças. Em março foram quatro crianças com diarréia provocada provavelmente pela ingestão de água contaminada por agrotóxico. Ele pediu atenção do Governo Federal para essa situação.

A comitiva ministerial percorreu a área da aldeia observando as moradias, o posto de saúde e a escola. O cacique Damião, enfrenta a casa dele, presenteou o ministro com o milho produzido pelos xavantes e destacou a estima de produzir quatro toneladas para este ano.

A comitiva teve a presença ainda do secretário nacional de Articulação Social, Paulo Maldos; o secretário nacional de Saúde Indígena (Sesai), Antônio Alves; a procuradora do Ministério Público Federal de Mato Grosso (MPF/MT), Márcia Brandão Zollinger; o assessor especial do Ministério da Justiça (MJ), Marcelo Veiga; os diretores da Funai de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS/Funai), Maria Augusta Assirati, e de Proteção Territorial (DPT/Funai), Aluísio Azanha. Com informações da assessoria de imprensa da Funai.
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