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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Médica perde a paciência e publica carta aberta expondo o caos no Pronto-Socorro de Cuiabá

Foto: Reprodução Facebook

Médica perde a paciência e publica carta aberta expondo o caos no Pronto-Socorro de Cuiabá
A médica-cirurgiã Eloisa Curvo publicou, na manhã desta sexta-feira (21), uma carta aberta destinada às autoridades de Cuiabá e a população em geral. O texto faz ácidas críticas a situação do Pronto-Socorro de Cuiabá, local onde a profissional atua. Na publicação, que foi postada na rede social Facebook, a médica descreve como “estarrecedor o descaso e a falta de compromisso que existe em relação às necessidades primordiais do ser humano que porventura necessite dos serviços de saúde no Pronto-Socorro de Cuiabá”.


Eloisa informa que tomou a iniciativa por ser membro do corpo clínico que atua no setor de cirurgia geral do Pronto-Socorro de Cuiabá e não se conforma com a situação degradante da unidade hospitalar. “Não vou me conformar nunca (nunca serei acomodada ou conivente) em trabalhar num ambiente tão hostil no que se refere às condições para o bom desempenho do meu trabalho”, desabafou.

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A médica disse que em 23 de fevereiro, dia em que estava de plantão, faltavam dezenas de materiais e medicamentos e que “a falta desses materiais compromete em demasia o atendimento aos pacientes, principalmente quando se trata de urgência e/ou emergência, o que é a maioria dos casos que chega àquele local”.

“Falta praticamente tudo, desde uma lâmpada de laringoscópio (para entubar paciente usa-se flash de celular), bolsa de colostomia, lâminas de bisturi, drenos, etc até materiais mais simples como esparadrapo e micropore. A lista é enorme”, relatou na carta.

O depoimento revela ainda que a “sala A” está desativada por falta de carrinho de anestesia, mesa cirúrgica, monitor, oxímetro e o aparelho de ar condicionado está com vazamento e a sala D está com foco queimado. Outra preocupação da cirurgiã é a falta de “falta óculos de proteção para diminuir os riscos de contaminação, uma exigência primordial no atendimento a um paciente portador de HIV”.

O corajoso depoimento de Eloisa foi compartilhado por dezenas de usuários da rede social, que enviaram mensagens de apoio. “Parabéns, pela a profissional que vc e! Passei por isso a 4 anos atrás sou de primavera do leste meu filho de 21 anos sofreu um acidente e levarão ele para o Regional de Rondonopolis e não tinha vaga na ÚTI por falta de ar condicionado descaso total . Hoje choro pois ele veio a falecer. Que Deus abençoe vc na sua vida e seu trabalho”, diz um dos comentários de apoio.

A redação entrou em contato com a Prefeitura de Cuiabá, por meio da assessoria de imprensa, no entanto, até a liberação dessa matéria não foi informada nenhuma justificativa sobre o caso.

A carta é finalizada com uma enorme lista de materiais que faltam no Pronto-Socorro de Cuiabá. Confira:

Esparadrapo
Micropore
Gaze estéril
Bolsa para colostomia
Coletor de urina sistema fechado
Tubo endotraqueal número número 8, 8,5 e 9
Sonda de foley número 16 duas vias
Agulha 25 x 8
Óculos de proteção
Lâmina de bisturi número 23
Lâmina de bisturi número 24
Pilha média
Pilha grande
Dreno penrose números 1,2 e 3
Omeprazol 40 miligramas injetável
Gentamicina 80 miligramas injetáveis
Neocaina isobárica ampola
Descarpack 13 litros
Fios: mononylon 2.0 agulhado, mononylon 0 duplo agulhadO, vicryl 1 e 2 para fechamento aponeurose
Dreno de tórax número: 26, 28, 30, 32, 34, 36 e 38
Tela de prótese (para correção de hérnias)
Água destilada 1000ml
Ranitidina injetável
Lâmpada para laringoscópio
No Centro cirúrgico:
Sala A: sala desativada por falta de: carrinho de anestesia, mesa cirúrgica, monitor e oxigênio. O ar condicionado está com defeito apresentando goteira com água suja proveniente do telhado, quando ligado contamina o local da mesa cirúrgica.
Sala D: foco queimado
Faltam frasco aspira eficiente em todas as salas
As canetas dos bisturi elétricos não encaixam adequadamente nos aparelhos sendo necessário "gambiarras" em todas as cirurgias para o seu funcionamento, expondo tanto a equipe médica, de enfermagem quanto os pacientes a risco de choque elétrico.
RPA - recuperação pós anestésica: oxímetro e monitor
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