CUIABÁ - A passagem dos bósnios e nigerianos por Cuiabá foi rápida e discreta, mas também marcante e significativa para a comunidade de cerca de 500 muçulmanos da cidade. Aproveitando o trabalho de divulgalção do islamismo em seis cidades-sede da Copa do Mundo, coordenado pelo Sheikh Jihad H. Hammadeh, parte da delegação da Bósnia e Hezergovina se reuniu na mesquita local. Inclusive os jogadores.

- A maior parte da seleção estava lá. Os jogadores participaram da oração de sexta-feira, que consiste em um discurso, e depois de uma oração junto com o Sheik da mesquita de Cuiabá. Torcedores da Nigéria também foram à mesquita - conta Hammadeh, vice-presidente da Assembleia Mundial da Juventude Islâmica (Wamy), que assistiu ao jogo entre as duas seleções na noite de sábado na Arena Pantanal.

Mais de 100 mil livros islâmicos foram trazidos para distribuir entre a população local em diferentes pontos da cidade, além de tabelinhas da Copa, pencards e cartões com o slogan "Paz é a mensagem do Islam", com frases como "No Islam o sorriso é uma forma de caridade!". Com a ajuda de dois voluntários da Árabia Saudita, o Sheikh também faz um trabalho de conscientização contra o preconceito:

- Nosso objetivo não é o proselitismo de conversão, mas divulgação do conhecimento e o combate à islamofobia e a outras formas de discriminação. Temos que nos abrir e mostrar a cara mesmo. É um trabalho de formiguinha, enquanto a islamofobia é de elefante.

Eles já estiveram também no Rio e em Salvador, além de outras cidades, como Foz do Iguaçu e Taubaté, que, apesar de não serem sedes da Copa do Mundo, recebem a exposição "Lugares sagrados", com 20 quadros imagens de imagens das mesquitas de Meca e do Profeta Mohammad, em Medina, registradas pelo fotógrafo Wessam Hassanin.