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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Sindicância aponta falhas em mutirão de catarata que cegou 22 pessoas no ABC

A sindicância realizada para apurar as causas de complicações em pacientes que participaram de um mutirão de cirurgias de catarata em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, apontou que os instrumentos utilizados para o procedimento não foram esterilizados antes nem entre um paciente e outro. A defesa do instituto informou que não teve acesso ao relatório e não poderia se posicionar sobre o resultado.


As cirurgias foram realizadas no dia 30 de janeiro no Hospital de Clínicas do Alvarenga pela equipe do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, que foi contratada pela prefeitura do município para prestar serviços na área de oftalmologia.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, dos 27 pacientes que foram submetidos à cirurgia, 22 tiveram quadros infecciosos causados por uma bactéria e precisaram passar por remoção parcial ou total do globo ocular. Uma das vítimas morreu 20 dias depois do mutirão.

 Procedimento

"Não foram utilizadas técnicas assépticas naquele dia, o que não segue as orientações de boas práticas cirúrgicas, não sendo observados procedimentos como lavagem das mãos, troca de avental cirúrgico e esterilização de materiais e, ainda, houve o compartilhamento de material perfurocortante entre os pacientes, aumentando sobremaneira a possibilidade de infecção e disseminação bacteriana entre os pacientes", diz o relatório.

A apuração apontou ainda que a contaminação não está relacionada com o hospital. "A bactéria apresentava sensibilidade a todos os antibióticos testados, descartando a hipótese de contaminação por bactéria multirresistente, geralmente encontrada em ambiente hospitalar".

A secretaria de Saúde do município informou que determinou que o relatório fosse encaminhado ao Ministério Público, à Polícia Civil e aos conselhos regionais de Medicina e de Enfermagem.

Advogado do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, José Luiz Macedo diz que o instituto não teve acesso ao relatório da sindicância e que não tinha como comentar o resultado. "Não sabemos o que levou a essa conclusão. Os procedimentos foram adotados e todos os insumos estavam dentro das regras, seguindo as orientações médicas."
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