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sem vigilantes

Notícia de fechamento do Parque Nacional de Chapada no feriadão revolta empresários

01 Nov 2016 - 12:41

Especial para o Olhar Direto de Chapada dos Guimarães - Lauristela Guimarães

Foto: Ufoturismo

Um dos atrativos mais conhecidos, a cachoeira Véu de Noiva

Um dos atrativos mais conhecidos, a cachoeira Véu de Noiva

O primeiro de novembro começou  conturbado  para o setor do turismo de Chapada dos Guimarães. Uma decisão do  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) quanto ao fechamento por tempo indeterminado de todos os atrativos do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, a 64 km de Cuiabá, por conta da falta de segurança, gerou revolta em empresários da região, que se organizaram e exigiram o implemento de medidas emergenciais para evitar a efetivação da determinação.


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A justificativa para a medida de fechamento, em pleno feriado prolongado, tem como respaldo a falta de segurança nos pontos de visitação. O  contrato de prestação de serviços dos quatro vigilantes que trabalham no Parque Nacional venceu no último dia 31 de outubro. Sem respaldo jurídico, os vigilantes estão impedidos  legalmente de trabalhar. Dessa forma, os agendamentos de visitação no Parque foram cancelados, e somente os pré-agendamentos já registrados anteriormente à medida é que seriam mantidos.

Para a empresária Sônia Guimarães, da Pousada Vila Guimarães em Chapada, a decisão é "equívocada e absurda". "Essa é uma situação que vem se repetindo há anos e não podemos mais permitir", avalia.

Nesta semana a informação chegou aos empresários da região por meio da divulgação de uma conversa entre  um membro do Instituto e um guia. A troca de mensagem 'vazou' em um grupo de WhatsApp e revelou sobre o cancelamento de todos os agendamentos novos, e apenas a manutenção daqueles já estabelecidos.

O fato foi suficiente para provocar a  revolta da comunidade do trade turístico. Diante do cenário, eles chegaram a  elaborar uma nota de repúdio contra o ICMBIO, cobrando ações enérgicas e mais planejamento para evitar prejuízos e garantir o acesso ao público as inúmeras belezas naturais da região.

Segundo o trade, se faz urgente a adoção de medidas concretas por parte dos órgãos ambientais para garantir a preservação do ambiente, assim como garantir a resolução a situações que se arrastam há anos. O segmento pondera, que na prática, o Parque Nacional nunca saiu do papel considerando que as indenizações não foram  pagas. Revelam ainda que as desapropriações  nunca aconteceram, assim como a demarcação e proteção de algumas áreas  nunca foram efetivadas.

Além desses itens, o empresariado denuncia ainda dezenas de invasões dentro e fora da área do Parque Nacional. A estimativa do trade é de que pelo menos 20 invasões estejam ocorrendo e, até o momento, nenhuma providência por parte das autoridades foi promovida para conter essas ações criminosas. 

Elencam como um exemplo, áreas invadidas em margens de rios, assim como em Áreas de Proteção Ambiental da esfera estadual, e no córrego Monjolinho, onde os invasores estão desmatando e até  usando  herbicidas para desfolhar as  mata, áreas consideradas refúgios de vida silvestre, como o macaco da noite, ameaçado de extinção. "Nessas áreas o ICMBIO não atua", sentencia um empresário revoltado  que prefere não se identificar.

Outra situação exposta pelo trade é com relação ao Complexo Turístico da Salgadeira, que foi fechado há mais de 3 anos. Sem que nenhuma obra esteja em execução, os tapumes que cercavam o local estão sendo, gradativamente, arrancados por vândalos e  os turistas  e banhistas estão invadindo o local.

Nesse último final de semana,  por  exemplo, mais de 200 carros de passeios estavam estacionados  dentro da área cercada. Sem fiscalização,  cachoeiras foram invadidas e  muitos banhistas aproveitaram o espaço 'livre' para promover até mesmo um churrasco às  margens do rio. 

Os empresários ressaltam que a situação é inadmissível, já que todo o local  que estava em obras foi abandonado à própria sorte. Outro ponto de risco flagrante, é quanto a falta de banheiros, que estão desativados. Com isso,   os banhistas estão usando as margens dos rios para as necessidades fisiológicas. Citam ainda que toneladas de lixo são deixadas aos finais de semana agravando a situação na localidade.

Medida 

A reação dos empresários mediante a informação do fechamento fez com que o Instituto reavaliasse sua decisão. Na data de hoje, 1, o coordenador regional substituto  do ICMBIO José  Magela informou que após uma reunião em Cuiabá foi decidido que o Parque não será fechado.

Emergencialmente e de forma paliativa, a solução adotada será de manter o parque aberto, mesmo que com um sistema de vigilância deficitário, em virtude do fim do contrato dos vigilantes.  Dois servidos do órgão em Cuiabá  foram deslocados e vão auxiliar a unidade de conservação  no Parque Nacional. 

Segundo José Magela, essa equipe será reforçada durante 7 dias no Parque e servirá de apoio para as visitações, fazendo novos agendamentos até  que o contrato  em Brasília seja renovado.
Magela destacou ainda que é preciso redobrar a atenção na unidade de conservação, considerando que nos últimos meses foram registrados vários problemas de furtos e roubos.

Ele  ressaltou ao trade quanto há possibilidade de suspensão ou fechamento das visitas levando em consideração a própria segurança de todos, mas que o problema já foi resolvido. Ele tranquilizou  os empresários, ressaltando que vai manter o funcionamento do parque, mesmo que  de forma precária, em respeito aos turistas e a  população de Chapada dos Guimarães.

Segundo o trade, o  Parque Nacional é hoje o principal atrativo do município e o seu fechamento durante um feriado de 5 dias representa uma verdadeira catástrofe para o segmento do turismo, que  já sofre hoje por causa da  crise, provocando uma taxa de ocupação em  Chapada dos Guimarães, considerada baixíssima, chegando em alguns meses a casa dos 10%.
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