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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Acusado de briga em saída de jogo lamenta perseguição a torcida do Mixto: “pegaram para Cristo”

Foto: Wesley Santiago/Olhar Direto

Acusado de briga em saída de jogo lamenta perseguição a torcida do Mixto: “pegaram para Cristo”
O torcedor mixtense, Gabriel Almeida de Magalhães, que foi acusado de participar de uma briga no dia 24 de novembro, próximo a Arena Pantanal, negou as acusações e lamentou a perseguição contra as torcidas organizadas e principalmente a ‘Boca Suja’: “pegaram a gente para Cristo”. Por fim, ele relatou que a vítima não reconheceu nenhum dos oito detidos e aproveitou para exaltar o trabalho social feito fora do estádio.


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“Nós estávamos confraternizando e tomando cerveja após o jogo. Um integrante da torcida deixou o carro próximo ao Aecim Tocantins e pediu que a gente fosse em um grupo pequeno para buscar as bandeiras e apetrechos. Tentamos seguir por um setor, mas o portão estava fechado e nós retornamos. Nisto, fomos abordados por policiais militares. Eles perguntaram para onde íamos e falaram pra gente não arrumar nenhum confusão”, disse Gabriel ao Olhar Direto.
 
Depois de um tempo, eles relata ter ouvido um barulho alto: “A cavalaria passou pela gente e foi até lá. Tinham vários torcedores com a camisa do Mixto, não estavam com camisa da organizada, todos correndo. Logo nós ouvimos barulho de vidro quebrando, bem alto e vimos um capacete sendo jogado para o alto”.
 
“A polícia já chegou dando tiro de borracha. Tinha criança e um monte de gente perto. Como não acharam nenhuma pessoa responsável pelo ato e já tinham revistado a gente lá em cima, nos pegaram para Cristo. Eu estava sentado do lado do meu carro, o policial veio e disse: ‘vamos levar ele, ele que é o chefe’. Eu comecei a rir e a resistir dizendo que não era eu. Fui aconselhado pelos meus colegas a ir, para evitar uma confusão maior. Meu amigo também foi junto comigo para não me deixar sozinho”, explica o torcedor.
 
Gabriel ainda argumenta que na delegacia, alegaram que um integrante da torcida estaria armado, “o que também não é verdade. No fim, a vítima não reconheceu nenhum dos torcedores detidos. Depois, também não quis postergar isto, pois disse que não iria cometer nenhuma injustiça. Nós até nos juntamos com a outra torcida para fazer uma vaquinha e ajudar no conserto do carro dele. O [Everton] POP fez uma sacanagem ao falar que todo mundo ali era vagabundo. Ninguém é vagabundo. Todo mundo que estava lá é trabalhador”.
 
“A torcida do Mixto sempre sofreu perseguição por parte da polícia. Eles usam bala de borracha e spray de pimenta perto de crianças. A mãe do Gabriel entrou em pânico. Aqui não tem essa questão de guerra de torcida organizada”, disse o empresário Thiago de Oliveira, que também integra a Boca Suja. “Minha mãe escondeu todas as camisas minhas do Mixto lá em casa, ficou transtornada com a situação”, garante Gabriel.
 
O mixtense, que está se formando em Educação Física na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), aproveitou para destacar que “existem maus elementos também, isso existe em todo o lugar. Uma faísca em jogo de futebol para quem está nervoso é motivo para muito. E essas pessoas acabam contagiando outras a fazer o que é errado. Só que reduzimos e muito a violência por aqui”.
 
O empresário Thiago de Oliveira ainda elogiou o trabalho feito pela Boca Suja: “A torcida organizada faz um trabalho bonito também fora do futebol. Estou com o porta malas do meu carro cheio de brinquedos que vamos doar para crianças carentes. Tudo isso em tempos de crise, a gente também faz um trabalho social”.

 

“A Boca Suja e o Mixto são patrimônios de Cuiabá. A nossa história está muito ligado com a Capital. Se você falar em futebol aqui, nós seremos lembrados. Ficamos tristes pela situação do time, que foi muito usado politicamente e que não está vivendo a sua melhor fase. Dentro da nossa torcida tem perito criminal, professores, engenheiros. São pessoas de bem, trabalhadores que estão ali com o único objetivo de torcer”, garante Gabriel.
 
Thiago acredita que a equipe tem de ser abraçada pelos moradores da capital mato-grossense: “Precisamos tirar o exemplo da Chapecoense. A cidade precisa abraçar o time, apoiar. Independente da crise, as empresas que se instalaram aqui deviam dar uma contribuição para o Mixto. Se fosse a gente no lugar do Cuiabá, Luverdense, já estávamos na série A. Existe um potencial enorme. Mas é preciso estruturar. A equipe que dá mais audiência no futebol em Mato Grosso recebe só R$ 5 mil da TV para ter o jogo transmitido. É um absurdo”.
 
“O Mixto é uma doença, uma droga boa. É viciante torcer para este time. Se eu levo alguém no primeiro jogo, a pessoa volta lá sem mim. É uma paixão inexplicável. Tem gente que larga a mulher para ir para o jogo. Eu cheguei a deixar a minha mãe que estava no hospital, depois de ter infartado, pra ir apoiar o meu time”, finaliza Thiago de Oliveira.
 
O caso
 
Uma briga entre torcedores do Mixto e do Cuiabá, após a final da Copa FMF (Federação Mato-grossense de Futebol), na noite do dia 24 de novembro, terminou com oito pessoas presas. Segundo as autoridades, os mixtenses acabaram agredindo três torcedores do ‘Dourado’, que estavam dentro do carro, indo embora para casa. A Polícia Militar teve de usar balas de borracha e gás de pimenta para conter os ânimos. O fato foi registrado próximo a Policlínica do Verdão, nas proximidades da Arena Pantanal. Um Boletim de Ocorrências (nº 2016.378800) chegou a ser confeccionado.
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