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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Temendo esquecimento de caso, mãe de aluno morto em treinamento espera por laudo do IML há mais de 50 dias

Foto: Reprodução

Temendo esquecimento de caso, mãe de aluno morto em treinamento espera por laudo do IML há mais de 50 dias
Mais de 50 dias após a morte do aluno soldado do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, 21, sua família ainda aguarda pela liberação do laudo que aponta a causas de sua morte. O atraso no documento, que ainda está no Instituto Médico Legal (IML) por falta de uma assinatura eletrônica, aumenta os temores da mãe da vítima, Jane Patrícia Lima Claro, de que a apuração não seja conduzida com total isenção pelas instituições do Estado.


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“Temos medo porque tanto a Politec, quanto a Polícia quanto o Corpo de Bombeiros são instituições do Estado, então acho difícil que gerem provas contra o próprio Estado”, afirmou em um protesto recente, no qual familiares e amigos pediram por justiça e por celeridade na resolução do caso. De acordo com ela, a mobilização também foi criada para que o caso não caia no esquecimento e para que não se repita com outras pessoas.

Jane já foi ouvida tanto pela Polícia Civil quanto pela Corregedoria Militar, onde seguem as investigações.  Em depoimento que durou mais de oito horas, ela confirmou os relatos do filho com relação a uma postura mais rígida da Tenente Isadora Ledur. “Tenho certeza que ela tem relação com o que aconteceu. Meu filho já havia reclamado e várias pessoas da turma vieram nos procurar dizendo a mesma coisa.”

Para Jane, os excessos cometidos, devem ser traduzidos em tortura considerando que o jovem pediu "pelo amor de Deus" para que os exageros acabassem. Aos familiares, o jovem também chegou a encaminhar mensagens pelo Whatsapp, nas quais relatava o temor pelas aulas práticas na água e uma suposta perseguição da tenente, que já respondeu a outro processo administrativo pela mesma acusação.  

Ela avalia ainda que a estrutura do treinamento não era adequada, uma vez que Rodrigo, mesmo depois de ser dispensado por sentir dores na cabeça, não recebeu atendimento no local. O aluno ainda seguiu pilotando sua moto para o Batalhão dos Bombeiros, de onde seguiu passando mal para uma policlínica e depois foi internado."Se a ambulância estivesse no local ele, talvez, tivesse uma chance e estivesse aqui conosco.”

Outro lado

Diante da situação Estado alegou que a máquina que faz a assinatura digital do documento não está em funcionamento desde agosto do ano passado. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso se pronunciou sobre o aparelho para assinatura digital. Leia nota na íntegra. 
 
A Secretaria de Estado de Segurança Pública já realizou o pregão para a empresa que vai fornecer token – hardware que gera e armazena assinatura digital – no mês passado e no dia 29 de dezembro empresa vencedora assinou contrato. A empresa vai iniciar o cadastro da assinatura dos peritos a partir do dia 9 de janeiro.
 
Os laudos do IML são encaminhados apenas para a polícia, portanto, não são destinados aos familiares. Estes tem acesso apenas com o aval da autoridade policial, no caso, o delegado de polícia.
 
O conteúdo do laudo do Instituto Médico Legal (IML) já foi repassado para a delegada Juliana Chiquito Palhares que investiga a morte do bombeiro Rodrigo Claro, 21 anos, mesmo sem a assinatura digital do perito. As investigações sobre o caso não foram prejudicadas e a delegada inclusive já informou à família de que a causa da morte foi hemorragia cerebral.
 
A delegada tem a previsão de finalizar o inquérito no dia 10 de fevereiro e no início do próximo mês vai ouvir a tenente Izadora Ledur de Souza.  
 
O caso 

Rodrigo ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 da quarta-feira (16). Ele teria sido dispensado no final do treinamento, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria e queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição.

Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma. O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte e por isso exames complementares serão realizados, de acordo com a perícia criminal.

Olhar Direto teve acesso ao prontuário de entrada do aluno bombeiro Rodrigo que mostra que o jovem apresentava pressão arterial normal, e que se queixava de dor de cabeça e náusea. O documento também aponta para queixa de calafrios após o mergulho e temperatura normal, sem sinais de afogamento.


O primeiro laudo de necropsia, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), foi considerado como inconclusivo para a causa da morte. Deste modo, um novo exame é aguardado para que o motivo seja constatado. Ao Olhar Direto, o advogado da família, Júlio Cesar Lopes adiantou que em uma análise médica preliminar foi apontado um sangramento no cérebro, mas que o ferimento não configurava com aneurisma.
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