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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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cheio de falhas

Obras inacabadas levam riscos aos frequentadores do Parque das Águas; veja fotos e vídeo

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Obras inacabadas levam riscos aos frequentadores do Parque das Águas;  veja fotos e vídeo
Esgoto escorrendo para a lagoa Paiaguás, pedras soltas, pisos quebrados, asfalto das pistas de caminhada e ciclovia se "desfazendo", meio fio inacabado, falta de papel higiênico, portas e infiltração no banheiro. Esses são alguns dos problemas que o novo Parque das Águas já apresenta, com apenas pouco mais de 10 dias de inauguração. Apesar dos problemas, o atual prefeito, Emanuel Pinheiro (PMDB), diz que não vai fechar o Parque para a conclusão dos trabalhos e garante que as obras serão finalizadas. 


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Antes da inauguração, a sucessão de adiamentos da abertura do Parque ao público já dava indícios de que, apesar do prazo estourado, o espaço não estava com suas obras totalmente finalizadas. Ele foi inaugurado no penúltimo dia da gestão do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), 30 de dezembro de 2016, em cerimônia simples. O ato teria show da cantora Anitta, que acabou sendo transferido para abertura da Orla do Porto.

Entregue à população, o parque também não tem qualquer tipo de sinalização para orientar os usuários, seja para balizar o uso de bicicletas, pista de caminhada, regras para andar com animais e restrições do acessos em áreas específicas, como na cachoeira artificial, que constantemente é "escalada" por crianças e adolescentes. Crianças usam os aparelhos de ginástica sem qualquer acompanhamento de um adulto.  

Em visita ao Parque das Águas na última terça-feira (10) no fim da tarde, a reportagem do Olhar Direto fez um levantamento das condições atuais do local e conversou com os frequentadores sobre a situação das obras inacabadas e de algumas que já demandam manutenção.



Dona Sônia visitava o Parque pela primeira vez acompanhada do marido e dos netos. Eles brincavam perto da cascata de água, próxima ao local onde está sendo conduzida a obra do Food Park, lugar onde se pode encontrar pedras mal assentadas no chão. “Eu acho que tem que ter gente para orientar a população no Parque, uma fiscalização porque é perigoso acontecer algum acidente, principalmente com crianças nessas áreas ainda em obras”.



Alguns metros à frente, a obra inacabada do local em que serão alocadas as empresas alimentícias do Food Park está aberta, com maquinário a mostra, oferecendo risco à população.  



Quem percorre a pista de caminhada também observa a qualidade do asfalto, que em alguns pontos está se desfazendo e já possui buracos e mau acabamento no meio fio. A pista da ciclovia não é diferente, adicionado o fato de que é possível ver buracos também na cerca limítrofe do Parque com a mata por onde lixo está sendo jogado na área de preservação.

O administrador Marcelo Lopes levou a família para um passeio. Na borda da lagoa, ele, a esposa e os três filhos apreciavam a bela vista do por do sol em um dos bancos da orla. “Está muito bonito, mas têm coisas que ainda faltam terminar. A gente sabe que foi feito às pressas e entregue no último dia da gestão do ex-prefeito. Eu moro aqui perto e passo todo dia por aqui. Na última semana antes da inauguração tinha muitos operários correndo para acabar”, comenta Marcelo.

Sua esposa Marcia Lopes, que costuma visitar o Parque com mais frequência com as crianças relatou problemas na segurança do Parque durante a noite. “Teve até uma briga no estacionamento outro dia, a noite não está tendo segurança no Parque”.



No banheiro uma poça d’água evidencia a infiltração. Falta luz e os fios estão à mostra no teto. As cabines com vaso sanitário estão sem porta e vão continuar assim, segundo o guarda de dia, Seo Divino. Além disso, não tem papel higiênico. A situação causa constrangimento em alguns frequentadores. “É constrangedor você entrar para usar o banheiro e não ter porta em nenhum deles. Também não tem luz, dá pra ver o fio e também não tem papel higiênico”, comenta a técnica em saúde bucal, Ivana Nascimento, que foi ao Parque caminhar.

Outras promessas do Parque, como o espaço destinado aos restaurantes, o parquinho das crianças e a fonte luminosa ainda não foram finalizados. Questionamentos quanto à possíveis casos de proliferação de mosquitos transmissores de doenças também foram apontadas por frequentadores que notaram a existência de bromélias no Parque, já que a planta armazena água parada em seu interior. 



Em contrapartida, Seo Divino relata o comportamento dos frequentadores que ele classifica como ‘mal educados’. “Antes da inauguração já tinha gente que invadia aqui. A gente vai fazer o que? A pista de skate está sendo pintada pela segunda vez, tem fita de interdição em volta, mas não adianta. Falta educação da população”, desabafa Seo Divino.

Trabalhando no Parque há nove meses, ele comenta o fato de ter morador "inusitado" da lagoa, um jacaré. “Ele fica ali próxima àquelas plantas na água, nós já avisamos as pessoas para não se aproximar, mas não adianta. A gente orienta, mas a população tem que se conscientizar”. Não existe nenhuma sinalização avisando sobre a presença do animal.

Sobre a finalização das obras, ele diz que o ex-prefeito Mauro Mendes (PSB) está de olho. “Mauro vem aqui quase todos os dias, ele quer entregar isso aqui terminado”, finaliza.

Comércio dentro do Parque

Ambulantes estão proibidos pela Prefeitura de Cuiabá de atuarem dentro e no entorno do Parque das Águas. Seu Jorge Marinho, que vende água, suco e refrigerante na calçada do Parque, se mostra indignado com a situação.  “Eles alegam que não pode trabalhar por ordem da prefeitura. Eu quero dar um recado para o prefeito que assumiu agora, O Emanuel Pinheiro, que aqui não tem nada para vender, não tem nada, todo o pessoal está vindo e está reclamando que não tem nada para vender. Preciso ganhar meu dinheiro com honestidade”.

“Eles falam do imposto, eu comprei a água e estou pagando o imposto, e se ele quiser cobrar uma tacha ‘x’ por mês, eu estou disposto a pagar, eu só quero trabalhar, porque é daqui que eu ganho o meu pão. Eu inclusive queria que eles viessem e mostrassem onde está escrito que eu não posso trabalhar na calçada. As pessoas estão com sede e não tem lugar para beber água, vai beber da onde? Da lagoa? Não dá”, finaliza o ambulante.

A assessoria da Prefeitura de Cuiabá informou que a proibição é uma ação conjunta a Secretaria de Serviços Urbanos e a Secretaria de Ordem Pública.

“O comércio ambulante está proibido na área e entorno dos parques! Desde ontem começamos uma atividade de orientação e prevenção. Alguns foram notificados, pois estavam vendendo seus produtos dentro da área do parque dificultando inclusive a caminhada das pessoas, além de poluir o ambiente com fumaça, poluição visual e sonora. Foram apenas notificados. Todos os dias estaremos antecipando as atividades desse tipo de comércio, impedindo que as barracas, mesas e churrasqueiras sejam montadas”, afirmou a assessoria.

O que diz a atual gestão

Ao Olhar Direto, o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB) comentou a situação do Parque e se pronunciou sobre a finalização das obras. “Não há necessidade disso [fechamento para execução do complemento]. Vamos colocar arquiteto urbanista para analisar as necessidades de melhorias e potencializar a qualidade, para o atendimento ao público”, afirmou ele, ao revelar que o ‘abacaxi’ será entregue aos técnicos do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano (IPDU).

“As obras vão ficar prontas nos próximos meses, com boa ocupação do espaço público e de qualidade. Vamos assegurar lazer e entretenimento em espaços que serão cartões postais de Cuiabá”, justificou Pinheiro. Colaborou Ronaldo Pacheco.
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