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Barão de Melgaço

Após dez dias, corpos de jovens desaparecidos após abordagem da PM são encontrados em sacos plásticos

20 Jan 2017 - 10:57

Da Redação - André Garcia Santana/Patrícia Neves

Foto: Reprodução

Após dez dias, corpos de jovens desaparecidos após abordagem da PM são encontrados em sacos plásticos
Os corpos de João Vitor de Oliveira, de 20 anos, e Hugo da Silva Salomé, de 19, foram encontrados enterrados em uma área da cidade de Barão de Melgaço (128 km de Cuiabá) na noite de quinta-feira, 19. Familiares foram comunicados das mortes na manhã desta sexta-feira (20), por uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e estiveram no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o reconhecimento dos jovens. A informação foi confirmada pelo advogado da família, Sérgio Batistela.


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Os cadáveres, de acordo com apurado pela reportagem, estavam em sacos plásticos amarrados com fitas adesivas.  Os dois rapazes foram vistos pela última vez ao serem abordados por um policial militar em uma viatura descaracterizada, no bairro São João Del Rey, em Cuiabá, na data de 10 de janeiro. A família de João Vitor de Oliveira denunciou ainda à Corregedoria da Polícia Militar que ele havia sido ameaçado de morte por um sargento da Polícia Militar (PM).

Recentemente, em entrevista ao Olhar Direto, a irmã de Hugo, Luzia Canette, relatou ter sido satirizada e ameaçada durante a procura pelos rapazes.“A PM ri da minha cara, do nosso desespero. Dizem que não procuramos meu irmão direito, por isso ele não foi encontrado.” Além do descaso, eles também se sentiam intimidados uma vez que viaturas da PM frequentemente tem rondado suas residências.

Na base da PM Localizada no bairro São João Del Rey, bairro onde a situação aconteceu, profissionais afirmaram para a mulher que João e Hugo haviam fugido da viatura, e por isso não havia dados sobre eles. “Tenho certeza que se ele tivesse fugido, teria feito uma ligação, avisado se está tudo bem. Deus queira que ele não esteja morto. Onde ele poderia estar sem água, sem comida?” disse.

A ação é classificada pelo advogado como ilegal, desde o início da abordagem, até a conduta adotada após a ação. “Eles foram algemados e agredidos sem motivo nenhum. Testemunhas os viram ser colocados na viatura descaracterizada, o que não pode acontecer. Se estivessem fazendo algo, o policial tinha que chamar outras viaturas com polícia fardada. Eles foram presos sem flagrante, sem crime. Tudo nessa ação foi ilegal. Isso é autoridade? A sensação que temos é de impunidade total.”

Na manhã de quarta-feira (11), familiares chegaram mobilizaram para reivindicar esclarecimentos sobre o sumiço dos de Hugo e João.Com relação aos comentários raivosos que a família tem recebido de desconhecidos, em decorrência do histórico criminal de ambos, Luzia afirma que nada disso justifica o desaparecimento e o desrespeito. "A Polícia existe não é pra matar não. É pra prender pra que cada um pague por seu erro. E meu irmão já tinha pagado pelo dele, por isso estava solto."

Atualizada às 11h19.
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