O prefeito da capital mato-grossense, Emanuel Pinheiro (PMDB), negou que haja uma estratégia para prejudicar a imagem do ex-prefeito Mauro Mendes (PSB), visando desgastar o peessebista para futuras eleições. A resposta veio após ele ser questionado sobre os reiterados ataques feitos por membros do PMDB à gestão de Mendes, em Cuiabá. A declaração foi dada na tarde desta quinta-feira (9), após coletiva de imprensa para anunciar o investimento de R$ 800 mil no carnaval cuiabano.
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Emanuel foi direto em sua resposta. “Não sou de fazer plano contra ninguém, mas eu respondo da seguinte forma: se Mauro Mendes não fosse meu amigo, eu jamais participaria de plano algum para queimá-lo ou quem quer que seja. Imagine ele sendo meu amigo!”, ponderou.
Os questionamentos surgem por aliados de Mendes na medida em que, tanto o presidente estadual do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, quanto a deputada estadual, Janaína Riva (PMDB), além de outros membros do partido, como o deputado federal Valtenir Pereira (PMDB) fazem uma sequência de criticas ao ex-prefeito.
Bezerra já deixou claro sua posição contra a gestão de Mendes logo no dia da posse de Emanuel Pinheiro. Ele foi vaiado porque criticou o investimento do ex-prefeito em obras de lazer, como o Parque das Águas, o Parque Tia Nair e a revitalização da orla do bairro do Porto. Depois desse episódio, Bezerra, voltou a ‘cutucar’ Mendes ao dizer que seu alto índice de aprovação, não passava de publicidade.
“Essa avaliação é muito em cima da propaganda. As coisas principais da cidade não foram mexidas, como a questão do saneamento básico. Tem 10 anos que Cuiabá não faz esse investimento. Problemas como o transporte municipal e Saúde Pública não foram resolvidos; por isso [a avaliação], é relativa”, comentou durante entrevista à Rádio Capital FM no mês de janeiro.
Valtenir Pereira (PMDB) também é um crítico à gestão mauro Mendes. A deputada Janaína Riva (PMDB) criticou o contrato para substituição da iluminação pública em Cuiabá, no valor de R$ 712 milhões na última quinta-feira (10). “Esse contrato desde o início estava cheio de erro e indícios de superfaturamento. Eu proponho que esse contrato seja anulado e revogada a concessão a essa empresa. A real intenção dessa concessão não era iluminar Cuiabá e sim beneficiar interesses escusos. O erário público não agüenta mais desperdícios como esse e que os culpados saiam impunes”, disse Riva durante a sessão.
Além disso, Emanuel já criticou, ainda que de maneira sutil, heranças deixadas por Mendes, como a situação da malha viária entregue a ele e chegou a divulgar que Cuiabá tem 45 mil buracos. O novo prefeito também falou sobre as “filas homéricas que existiam nas gestões passadas que deixavam o povo cuiabano acampado nas repartições publicas atrás de uma vaga na educação”. Emanuel também chegou a criticar vários convênios do governo federal e de deputados que estariam para vencer. A justificativa do prefeito foi que faltavam documentos e vontade política.
Críticas e interesses políticos
As críticas da deputada Janaína Riva à licitação da iluminação foram prontamente rebatidas por aliados de Mauro Mendes na própria sessão em que a parlamentar se pronunciou. O deputado estadual Pedro Satélite e o deputado Adriano Aparecido Silva (PSB) saíram em defesa de Mendes. Segundo Satélite, as suspeitas levantadas pela deputada são motivadas por interesses políticos e não por fatos concretos. “Isso me cheira mais uma questão política. Ano que vem tem eleições e então... Não serei eu que direi isso, mas acredito que as criticas não sejam baseadas em suspeitas”, disse.
Logo em seguida, Adriano completou. “A administração do prefeito Mauro Mendes é um exemplo para o estado e todo o Brasil. Suas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado então é lamentável que o prefeito Emanuel Pinheiro, esteja tentando justificar possíveis erros em sua gestão, com desculpas de problemas da gestão passada. O Mauro é um homem integro e foi sem dúvida um excelente gestor”, disse.
A licitação
A licitação de R$ 712 milhões realizada pela Prefeitura de Cuiabá para expansão do sistema de iluminação da cidade foi suspensa no ultimo dia 8 de fevereiro pelo TCE. A decisão atende a um pedido do Ministério Público e foi assinada pelo conselheiro substituo Luiz Carlos Pereira, que considerou os “contundentes indícios de risco de dano ao erário” e “grave violação legal.” Além disso, o processo licitatório foi considerado como desproporcional, uma vez que fere a ampla concorrência.
Em dezembro de 2016 a empresa, com sede na Bahia, foi oficializada como a vencedora do processo para parceria público-privada (PPP), com modelo de concessão administrativa para os próximos 30 anos. À época, a Prefeitura de Cuiabá informou por meio da assessoria de imprensa que na primeira fase do certame, outro consórcio, denominado Infrel, com sede em Minas Gerais, manifestou interesse, porém foi desclassificado por descumprir exigências do edital.
