Rose Panas, tia da mato-grossense Maíra Panas, 23 anos e irmã de Maria Ilda, de 55 anos, mortas no acidente aéreo, que vitimou o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki e mais quatro pessoas no dia 19 de janeiro, disse que o caixão lacrado durante o velório deixou ainda mais difícil de acreditar no fato. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, ela cita que a família ainda sente os impactos da tragédia.

Leia mais:
Vídeo mostra tentativa desesperada de resgate a jovem de MT que morreu após queda de avião
 
“Recebemos pouca informação, só sabemos que está sendo investigado. Minha sobrinha [irmã de Maíra] foi até Parati (RJ), nesta semana, para pegar os pertences que foram encontrados, como o celular e outras coisas. Além disto, também passou em São Paulo, onde estava resolvendo algumas coisas referentes a irmã dela”, disse Rose, que mora atualmente em Maringá.
 
Em Angra dos Reis, a irmã de Maíra encontrou outros familiares das vítimas: “Não está sendo fácil para ninguém. Ela continua arrasada com a situação. Foram duas perdas do nada, uma coisa repentina, não estavam doentes. Está sendo muito difícil, não nem para imaginar o quanto. Nós sentimentos, mas ela sente muito mais”, comenta Rose.
 
“Ainda parece que não caiu a ficha. Eu fui até o velório em Mato Grosso, mas o caixão estava lacrado. Isso deixa muito mais difícil de acreditar. Nunca tinha acontecido algo assim na nossa família”, completou Rose. Ela ainda acrescenta que Maíra tinha se acidentado de motocicleta, “há dois ou três anos, em Juína (MT)”.
 
Por fim, Rose garante que “hoje o que resta é saudade. Está bem difícil de entender tudo, mas o tempo acaba ajudando”.
 
Maria Hilda morava em Juína, onde trabalhava como coordenadora de uma escola. Ela era professora e tinha pelo menos duas pós-graduações. A mulher de 55 anos nasceu em Guarapuava (PR). Já Maíra nasceu em Juína e estava morando no estado de São Paulo. Ela atuava como fisioterapeuta de uma rede de hotéis.
 
O caso
 
Duas mato-grossenses, identificadas como Maria Hilda Panas e sua filha, Maíra Panas, foram vítimas do acidente aéreo que matou o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que caiu na tarde do dia 19 de janeiro, no litoral Sul do Rio de Janeiro. O avião prefixo PR-SOM era um modelo Hawker Beechcraft King Air C90 e pertencia ao grupo Emiliano Empreendimentos.
 
Segundo a assessoria de comunicação da Infraero, a aeronave decolou às 13h01 do Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Paraty, e caiu próximo à Ilha Rasa, a 2 km de distância da cabeceira da pista do aeroporto da cidade fluminense. O avião é de pequeno porte e tem capacidade para oito pessoas. Além dos já citados, também estavam no voo o piloto Osmar Rodrigues, de 56 anos e o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras.
 
O documento da aeronave estava regular, segundo a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). O certificado era válido até abril de 2022, e inspeção da manutenção (anual) válida até abril de 2017. A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 1º Distrito Naval, informou que tomou conhecimento da queda de uma aeronave na altura da Ilha Rasa por volta das 13h45 desta quinta-feira.