Como ocorre nas guerras, nas crises setoriais sempre existem aqueles que tentam levar vantagem. É a explicação do rei da soja Eraí Maggi Scheffer (PP), primo do ministro da Agricultura, senador mato-grossense Blairo Maggi (PP), para explicar o endurecimento de mercados da Ásia, Europa e América do Norte na continuidade da importação de carnes do Brasil.
“Estão aproveitando para ganhar preço. Esse que é o assunto! ; Querem negociar preço. Conheço bem o comprador e o que faz [para reduzir preço]. O prejuízo envolve um valor incalculável, neste primeiro momento. No futuro, isso reverte. E a cadeia produtiva [da carne] vem com mais força”, afirmou Eraí, para a reportagem do
Olhar Direto, após participar de evento com o governador José Pedro Tauqes (PSDB), na Arena Pantanal. Ele não não quis avaliar o que representa o prejuízo diário superior a R$ 60 milhões.
Na ciranda mercantil do mundo globalizado, o mercado externo pressiona o Brasil para baratear a carne, principalmente bovina, suína e frangos. Já os frigorificos fazem pressão sobre os criadores que, em um primeiro momento, serão obrigados a ceder – ou não terão para quem vender.
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Eraí não acredita que investigação da Polícia Federal, na Operação Carne Fraca, seja também por questão de higiene e cita como exemplo o que nas plantas frigríficas que percorre, especialmente em Mato Grosso. “Eu ando dentro dos frigoríficos. Não queira imaginar a higiene e a limpeza que existe. Creio que seja a oportunidade de mostrar isso para a população”, ponderou ele, para a reportagem do
Olhar Direto.
“[o quadro de crise] Vai ser revertido. Quem depende disso, pode ficar tranquilo, porque o Blairo tem capacidade muito grande para trabalhar, nessa crise, com este setor”, disse ele, dando novas provas de confiança na capacidade do primo. “O problema é temporário. Logo podemos trazer muito mais consumidores. Porque é hora de mostrar o que temos de bom. Vamos ter um trablaho de mais tempo. Não vai ser rápido”, sintetizou o rei da soja.
Eraí Maggi revelou-se um consumidor contumaz de carne vermelha e asseugurou que come sem nenhum medo, notamente o produto da terra de Marechal Cândido Rondon, fazendo joça com o próprio peso. “Como com tranquilidade as carnes de Mato Grosso. Ainda mais eu, gordinho! É um episódio localizado e não se poderia generalizar, assim”, complementou Maggi Scheffer, soltando uma gargalhada.