O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), afirmou que abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os últimos 20 anos de administração da Casa de Leis serviria de “palanque” e os próprios parlamentares se investigarem não passa de “conversa fiada”.

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“O MPE está investigando, prendeu gente. O que nós vamos fazer mais que o MP? Vamos fazer palanque, vamos fazer mídia, e dizer ‘nós mesmos estamos nos investigando’? Ora, isso é conversa fiada”, afirmou Eduardo Botelho.

A CPI foi proposta pela deputada estadual Janaína Riva (PMDB) após o governador Pedro Taques (PSDB) sugerir que se investigasse desvios dos últimos 20 anos na Casa de Leis, depois de ter sido questionado sobre o motivo de a base governista não ter apoiado a criação de uma CPI para investigar a administração do MT Prev.

Janaína Riva é filha de José Geraldo Riva, ex-deputado estadual que ocupou a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso várias vezes nos 20 anos anteriores a atual legislatura, que começou em fevereiro de 2015. José Riva é réu por desvio de verbas da ALMT e continua sendo alvo de investigações do Ministério Público.

A parlamentar afirma que as insinuações contra seu pai a prejudicam politicamente e por isso quer passar a limpo a administração da Casa e seguiu a “sugestão” de Pedro Taques. Contudo, ela conseguiu reunir quatro assinaturas, todas de deputados da oposição, enquanto são necessárias oito. Nenhum deputado da base assinou o pedido, mesmo a CPI tendo sido sugestão de CPI.

Assim como Botelho, deputados da base do Governo são contra a criação da CPI por entenderem que o Ministério Público já investiga a Assembleia Legislativa. Para eles, há um conflito de autonomia na criação de uma CPI para os deputados investigarem a própria Assembleia Legislativa. Isso além de causar uma exposição desnecessária ao Poder Legislativo.