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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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em busca de justiça

Ex-detento visto caminhando pela BR-364 quer chegar aos Estados Unidos

Ex-detento visto caminhando pela BR-364 quer chegar aos Estados Unidos
Diferente de Forrest Gump, o pernambucano Paulo Cícero de Lima, 56, tem seus motivos para andar. Desde o início de fevereiro, ele é visto nas rodovias de Mato Grosso carregando uma cruz de cinco metros de comprimento nas costas. A razão: busca justiça.


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Segundo Paulo, ele foi condenado injustamente por um crime de latrocínio e cumpriu dezesseis anos de sentença na cadeia. Há dez foi solto, e desde então busca uma forma de apagar a injustiça que sofreu. Uma noite, sonhou que carregava uma cruze era seguido por várias pessoas, e entendeu o que significava.
 
“Achei que estava louco, mas entendi o que o sonho queria me dizer. Era o início da minha luta por Justiça. Aquelas pessoas que me seguiam em sonho são todas essas que hoje querem saber a minha história. E acredito que vou conseguir Justiça”, disse.
 
Hoje o objetivo do romeiro é chegar aos Estados Unidos. “Se eu não conseguir justiça no Brasil, vou conseguir nos Estados Unidos, onde tem órgãos competentes para isso. Eu não quero meu nome manchado, não posso aceitar isso”.
 
Para cumprir sua jornada, ele conta com a ajuda das pessoas que encontra no caminho. Em Cuiabá, por exemplo, o proprietário de um restaurante, José Edson Nogueira, 53, fez questão de servir o almoço de Paulo. Para não atrapalhar a viagem, arrumou tudo em uma marmita e o entregou para que se alimentasse a hora que quisesse. Garrafas de água também surgem de várias mãos por onde passa.
 
“Fui ganhando muitos amigos por onde passo, e já sinto saudade de todos eles”, contou Paulo. O pernambucano veio de Itapevi, em São Paulo, tem quatro filhos e dez netos, e é natural da cidade de Canhotinho, interior do estado natal. Esta é sua segunda viagem. Na primeira, partiu de São Paulo e foi até Trindade, em Goiás. O percurso, segundo ele, durou um mês.
 
O diretor de Operações da Rota do Oeste, Fernando Milléo, destaca que a “aventura” de Paulo não é recomendada por motivos de segurança, mas entende que trata-se de uma questão pessoal. “A rodovia é ambiente para veículos, muitas vezes pesados, o que faz com que os riscos sejam elevados. A prática não é recomendada, portanto. Ainda assim, cumprimos nosso papel de resguardar a segurança de quem passa pela BR-163 e monitoramos a caminhada de Paulo, realizando sinalização para resguardar a sua saúde e a de quem passa pela via. Esperamos que sua passagem pelo Mato Grosso seja tranquila”, frisa.
 
Na primeira vez que foi visto na rodovia BR-364, em Mato Grosso, ele estava ferido, mas não quis atendimento. Ele ainda manca. Conta que quebrou o pé, mas não se recorda bem o que aconteceu. “Eu estava muito concentrado na viagem e só queria andar, andar, andar. Só me recordo que quebrei o pé em Brasília”, diz.
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