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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Três estão presos

Major nega ter atingido universitário morto por bala perdida e diz sofrer ameaças do Comando Vermelho

Foto: Reprodução

Major nega ter atingido universitário morto por bala perdida e diz sofrer ameaças do Comando Vermelho
Ouvido pela Polícia Civil no domingo (9), o major da Polícia Militar (PM) Fabiano Roosevelt Escolástico nega que o disparo que vitimou o estudante Renan Luna, 22, morto por uma bala perdida, tenha saído de sua arma. A situação foi registrada em uma festa universitária realizada em Nova Xavantina (607 km de Cuiabá) no último final de semana. Ao Olhar Direto, o militar contou que depois da ocorrência, na qual três criminosos foram presos, ele e sua família vêm recebendo ameaças de membros da facção criminosa Comando Vermelho.


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O major diz que foi atacado por um grupo de bandidos e que, para contê-los, efetuou quatro disparos contra o chão. Os suspeitos também teriam disparado pelo menos quatro vezes. Sua arma, uma pistola .40, e um revólver calibre 38, encontrado no local do crime, foram apreendidos e encaminhados para análises pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), que determinará a origem do tiro que matou o rapaz. “O projétil foi retirado da cabeça da vítima e vai passar por teste de balística. Eu confio na investigação e sei que mostrarão os verdadeiros responsáveis.”

Questionado sobre um possível afastamento ou transferência da região, o major, comandante da 3ª Companhia da PM afirma que mesmo antes disso já recebia ameaças e reforça que, embora esta decisão não o caiba, não se amedrontará. “Eu sou policial militar há 17 anos e nunca houve nenhuma denúncia contra mim. Já com relação aos bandidos, um deles tem mais de 20 passagens. Nosso papel nesse momento é tranqüilizar a população. A profissão naturalmente oferece riscos, mas já estou calejado, não é por isso que vou perder o sono.”

Até o momento três dos suspeitos por participar do ataque foram presos, sendo identificados apenas como Nenezão, Leonardo Micuim e Adrianinho. Eles são apontados como responsáveis por insuflar os demais envolvidos contra o policial e irão responder por tentativa de homicídio, uma vez que ação poderia ter culminado em sua morte.

De acordo com o Fabiano, depois das detenções a segurança na cidade foi reforça por equipes da Rotam. A medida também está relacionada à proximidade com o Presídio Estadual Major Zuzir Alves, localizado no município de Água Boa (746 km de Cuiabá), que, segundo o PM também é comandado pela mesma facção criminosa.

A Polícia Civil informou que, além da apreensão das armas, até o momento cinco pessoas já foram ouvidas pelo delegado Sidarta Vidigal, responsável pelo caso. A Corregedoria da Polícia Militar também instaurou inquérito e vai apurar as circunstâncias do homicídio do estudante. “A abertura de inquérito é normal, eu mesmo comuniquei à Corregedoria e a Polícia Civil, este é o procedimento. Mas tem pessoas que, sem saber, já estão noticiando que eu executei o rapaz. Tudo está sendo investigado e logo um resultado vai apontar a verdade”, finaliza o comandante.

Droga no banheiro e ataque ao PM 

Fabiano é mestrando no campus da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) da cidade e estava com sua esposa na festa organizada por alunos da instituição. No local, ele afirma ter se deparado com vários criminosos conhecidos na região, inclusive alguns que foram presos por ele. No banheiro, ele encontrou três destes suspeitos fazendo uso de cocaína, tendo assim dado voz de prisão a eles. “Todo mundo sabia que eu sou PM, aí ficou aquela situação, será que vai prender ou não?”

Dois dos três homens abordados por ele teriam conseguido fugir e buscar reforço com comparsas, que, sob ameaças, exigiam a liberação do acusado mantido detido. Diante da situação, o rapaz também conseguiu escapar, mas seus amigos teriam continuado acuando Fabiano. “Chegaram vários deles me acuando na porta do banheiro, me ameaçando. Dois seguranças tentaram contê-los, mas era muita gente. Na hora, pedi pra um dos seguranças ir até minha esposa e falar pra ela ir embora dali, que eu daria um jeito.”

Na sequencia, já fora da quadra onde a festa era realizada, cerca de trinta pessoas teriam continuado a ameaçar o policial, que, ao longo da ação, atirou contra o solo para evitar que eles o pegassem. Por conta da situação de risco, ele chegou a se esconder atrás de uma coluna, de onde tentava intimidar os bandidos, até que reforços chegassem. Momentos depois, ao perceber a presença de viaturas, os suspeitos também atiraram mais algumas vezes. Durante a troca de tiros, Renan foi atingido.

“Na confusão eu vi que tinha uma pessoa caída no chão, mas não sabia quem era nem o que tinha ocasionado, se foi um tiro, se era um bêbado, se era alguém passando mal.” Assim, os bombeiros também foram acionados, mas foram recebidos com disparos, e, diante do perigo oferecido pelo grupo, acabaram impedidos de atender Renan.

O rapaz foi socorrido posteriormente por Fabiano e outros dois policiais que o levaram até o Pronto Socorro Municipal. No entanto, ele não resistiu ao ferimento e morreu momento depois de dar entrada na unidade.  Ele era filho do empresário Vando Luna, dono da loja Luna Modas e neto do fazendeiro João Luna. A família é de Reginópolis (SP) e o corpo do jovem será transladado para Bauru (SP), onde será velado e sepultado.   
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