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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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POSSÍVEL INTERMEDIÁRIO

Pagot rebate acusações da PGR e diz que podem ter usado o nome de Maggi indevidamente

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Pagot rebate acusações da PGR e  diz que podem ter  usado o nome de Maggi indevidamente
O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot rebateu as acusações de que teria intermediado as negociações para recebimento de propina do Grupo Odebrecht, a fim de viabilizar à reeleição do ministro Blairo Maggo (PP) ao Governo de Mato Grosso. De acordo com Pagot, o nome de Maggi estaria sendo empregado indevidamente para ganhos ilícitos.


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“Nunca tratei deste assunto, isso é certeza. Eu fui coordenador geral das campanhas, não financeiro. Acredito que este assunto nunca foi tratado por ninguém envolvido diretamente nas campanhas. Também não acredito que o Blairo tenha tratado disto. Se houve alguma coisa, Blairo foi passado para trás", asseverou ao Olhar Direto.

Consta no inquérito instaurado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), assinado por Rodrigo Janot e aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que Blairo teria recebido R$ 12 milhões a título de propina para quitar dívidas de campanha.

Segundo o engenheiro Pedro Leão e o ex-diretor da Odebrecht João Antônio Pacífico, ambos delatores da Operação Lava Jato, Pagot seria um dos interlocutores de Maggi para a cobrança da propina. Além dele, o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes também teria participado da negociata.

O inquérito cita, ainda, que o ex-governador de Mato Grosso do Sul José Orcírio de Miranda, o Zeca do PT, também se beneficiou do esquema. A propina paga a Zeca do PT seria no valor de R$ 400 mil.

Em seu depoimento, Pacífico afirmou que Mato Grosso possuía uma dívida com a empresa referente à “obra da Rodovia MT-010, no trecho entre as cidades de Diamantino – cruzamento da BR-364 – e São José do Rio Claro – cruzamento com a MT-235”. Ele teria designado Pedro Leão, que era seu subordinado, a buscar o pagamento pendente.

“Em meados de 2004, Pedro Leão participou de reuniões com os governadores dos dois Estados à época, Zeca do PT de Mato Grosso do Sul e Blairo Maggi de Mato Grosso, com o objetivo de viabilizar o recebimento dos valores devido à empresa pelos dois Estados da federação, em razão das obras da Rodovias MT-010 e MS 030, reconhecidas judicialmente, no caso do débito de MS, e administrativamente, no caso do débito de MT”, cita trecho do inquérito.

Pedro Leão afirmou que não mantinha contato direto com Blairo Maggi, que teria incumbido Pagot, então secretário de Infraestrutura de Mato Grosso a realizar as tratativas.

Iniciadas as discussões, foi firmado um acordo junto à União – que possuía pendências ativas com os dois Estados – e criada uma Comissão Especial para discutir e quantificar o ressarcimento do valor devido.

“Assim, após o início dos trabalhos da Comissão Especial, quando os repasses da União começaram a ser efetivamente realizados aos Estados, especialmente em período mais próximo das eleições, Pedro Leão foi procurado por Eder Moraes, possivelmente em abril ou maio de 2006, e em reunião no Centro Administrativo, pediu expressamente o pagamento de propina no valor de R$ 12 milhões, equivalente ao percentual de 35% do crédito da CNO, aproximadamente, sob pretexto de contribuição para a campanha de reeleição de Blairo Maggi. O valor, segundo ele, estaria atrelado ao recebimento dos valores pela CNO”, diz o inquérito.

“Nessa oportunidade, Eder deixou claro que tal pedido era de conhecimento do governador Blairo Maggi e de Luiz Antônio Pagot, fazendo inclusive referência expressa à reunião que teve anteriormente com os três (Eder, Pagot e o governador)”.

O grupo faz parte do total de 108 alvos dos 83 inquéritos abertos pela PGR. A lista inclui senadores, deputados federais e ministros do Governo Michel Temer (PMDB). Também serão investigados no Supremo um ministro do Tribunal de Contas da União, três governadores e 24 outros políticos e autoridades que, apesar de não terem foro no tribunal, estão relacionadas aos fatos narrados pelos colaboradores.

Por meio de nota, o ministro Blairo Maggi afirmou que nunca estabeleceu qualquer tipo de relação com o Grupo Odebrecht ou seus dirigentes.

“Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; Não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes; Jamais autorizei qualquer pessoa a realizar tratativas em meu nome, com dirigentes da Odebrecht ou qualquer outra empresa, para auxiliar em minhas campanhas eleitorais; Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado”, disse o ministro.
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