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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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pane no sistema

Assassino de estudante de Direito escapou da prisão por falha em sistema

Wellington Couto, acusado de matar a estudante Dineia Rosa, de 35 anos

Wellington Couto, acusado de matar a estudante Dineia Rosa, de 35 anos

Cinquenta dias. Este foi o tempo que Wellingon Fabrício de Amorim Couto ficou livre mesmo com ordem de prisão e tendo comparecido em audiência no Fórum de Cuiabá. Foi durante este período em liberdade que Wellington cometeu o brutal assassinato da estudante de direito Dineia Batista Rosa, 35, sua ex-namorada. Ele estrangulou Dineia com um fio elétrico e e a golpeou na cabeça com um tijolo.


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A vítima já havia denunciado o agressor mais de dois meses antes, no dia 23 de março. O mandado foi expedido no dia 31 do mesmo mês. Desta data em diante, uma sequência de falhas fez com que nenhuma autoridade soubesse ao certo o que ocorreu com o ordem de prisão, que acabou não sendo cumprida.

O fato é que no dia 25 de abril, mesmo com mandado em seu nome, Wellington foi ao Fórum da Capital para cumprir as medidas cautelares de sua prisão em semiaberto, por outro crime, que ocorreu em 2008, quando estuprou e matou uma jovem que era sua namorada. Mesmo com o mandado, Wellington saiu do Fórum livre. Isso porque recebeu o direito de progressão natural da pena, outorgado pelo juiz Jerverson Quintero, que não sabia do pedido de prisão concedido. Isto porque o documento não constava do Banco de Mandados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) à época.  

Pela progressão natural, Wellington teve a sua tornozeleira eletrônica retirada e passou a cumprir a pena em regime aberto. De acordo com o juiz Geral Fidéliz, titutlar da Vara Criminal, o mandado não apareceu no sistema no dia da audiência e só passou a constar do sistema no dia 22 de maio, ou seja, dois dias após o crime ter sido cometido.

“Na verdade, neste caso, ocorreram duas falhas. Porque mesmo que o mandado tivesse sido disponibilizado a tempo, - ou seja, na data de audiência – ele foi apresentado com uma falha na grafia do nome do acusado. Então, se o juiz fosse fazer a pesquisa nominal para ver se havia algum mandado ele não iria encontrar nada”, explicou Fidelis.

Conforme Fidélis, o mandado só ficou disponível no sistema informativo no dia 22 de maio, ou seja, dois dias depois de o suspeito ter matado Dineia. O erro, segundo a promotora Lindinalva Rodrigues, permitiu que o assassino não fosse capturado a tempo, já que o pedido de prisão preventiva realizado pelo Núcleo de Combate a Violência Doméstica foi feito poucos dias depois de Dineia se queixar do acusado, mas não passou a constar do Banco do CNJ desde então. 

“O que aconteceu neste caso foi que houve um erro integral no sistema de proteção à vítima de violência domésica e nós lamentamos que o sistema tenha falhado desta maneira, uma falha que permitiu a morte da Edneia", confirmou ela. 

A delegada Juliana Palhares explicou que a mesma demora que ocorreu para que o mandado surgisse no Banco de Mandados também ocorreu na Gerência da Polinter, que recebe esse mesmo tipo de decisão judicial. Por conta disso, os investigadores só tiveram acesso ao documento no dia 28 de abril. Um dos inspetores entrou em contato com Dineia para tentar prender o suspeito que a perseguia, mas as tentativas foram frustradas.

Um feminicida nas ruas

Além das ameaças contra Dineia, o poder público possuía motivos de sobra para não permitir que Wellington continuasse nas ruas. O réu já cumpria uma pena anterior. Ele é acusado de ter matado uma jovem de maneira brutal, que foi espancada, estuprada por quatro horas em um quarto fechado, no ano de 2008.

O detalhe mais assustador deste primeiro feminicídio foi o fato de que Wellington inseriu um cabo de vassoura no ânus da vítima. Após o crime, Wellington teve mandado de prisão expedido, mas conseguiu fugir. 

A prisão só conseguiu ser efetuada com a ajuda do Grupo de Atuação Especializada ao Crime Organizado (Gaeco) que conseguiu interceptar legalmente uma ligação entre o pai e o acusado. Wellington foi preso e condenado a 17 anos de reclusão. Cumpriu 9 anos de regime fechado até que a progressão da pena fosse determinada. 

O caso

O corpo de Dinéia foi encontrado na manhã do último sábado (20) com sinais de espancamento. Ela foi agredida com murros, lesionada na cabeça com um golpe de tijolo e estrangulada com um fio. O caso de feminicídio aconteceu no bairro Serra Dourada, em Cuiabá, por volta das 11h30 da manhã.

Atualizada às 09h do dia 26/05
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