Depois de evacuar a loja por conta do incêndio na manhã desta segunda-feira (29) e correr contra o tempo para salvar o estoque, o proprietário da loja Estofadão, Fábio Nicolau de Almeida, acusa dois supostos usuários de droga pela ação. Revoltado, ele calcula agora os prejuízos deixados pelas mais de três horas de destruição no prédio vizinho, que comprometeu a estrutura de seu showroom e pode ter danificado as peças expostas. Para evitar maiores perdas, o empresário e a família chegaram a contrariar a recomendação de que fosse mantida distância e correram para proteger o empreendimento.
Seu temor, no início, era de que a fumaça impregnasse a espuma e danificasse os produtos. Em pouco menos de uma hora, no entanto, o fogo se alastrou e a loja, até então fechada apenas para evitar o contato das pessoas com a fumaça, passou a apresentar risco de desabamento. O piso começou a esquentar e as chamas pareciam subir sem controle.
O cenário despertou a solidariedade dos vizinhos que se mobilizaram para ajudar a família a carregar as peças. Na rua de trás, chegavam duas pick-ups. Documentos se misturavam a mostruários de tecido, poltronas e cadeiras retirados às pressas das carrocerias e colocados no interior da fábrica, vizinha do edifício. De lá se via a parte de trás do prédio, exposta pelo relevo da região, ser consumida pelas chamas, antes restritas ao interior da construção.
Ainda não é possível saber se as peças podem ser recuperadas, assim como não dá pra calcular o prejuízo. A única coisa que família sabe agora é que a loja não voltará a funcionar no mesmo lugar, já que as estruturas das duas edificações estão comprometidas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil do município já foi acionada e estará no local para tomar as medidas cabíveis.
O empresário havia acabado de chegar de viagem quando recebeu a notícia do filho, Fabrício, que saia de lá para buscar o almoço. “Eu estava saindo pra pegar marmita quando me pararam e falaram pra eu ver a fumaça, aí eu voltei correndo, tirei o botijão de gás e tranquei tudo lá no fundo, pra evitar que o fogo passasse pra cá”, explica o rapaz.
O locador do prédio, Ivan Marques Vinhal também esteve no local. Ele contou que a construção foi abandonada em decorrência das intervenções urbanas para a Copa do Mundo e que abrigava anteriormente um conserto de eletrônicos. “O dono da eletrônica acabou deixando carcaça de televisão e outros materiais que não usava mais aí. Eles começaram a entrar por um buraco na parede pra roubar cobre. Pra tirar o cobre, tem que colocar fogo no fio e foi isso que causou o incêndio”, disse.
Dali, Ivan acompanhou a PM até o Cisc do Planalto, onde registrou um boletim de ocorrência contra os dois suspeitos. Fábio reforça que esta não é a primeira vez que os rapazes entram na obra abandonada para furtar os e que a Polícia Militar já foi acionada antes pelo mesmo motivo.
Na batalha contra o fogo, os bombeiros, começaram pela parte de baixo, onde o foco foi identificado. A medida em que as chamas se espalharam, foram divididos em equipes que atuavam pela entrada e pelos fundos do estabelecimento. Mais de um caminhão de água já havia sido utilizado quando o sargento ... pediu por apoio da prefeitura e de quem mais pudesse ajudá-los no combate. Seu medo era que o incêndio atingisse outras edificações.
A corporação informou que a situação foi controlada e que no momento os profissionais realizam o trabalho de rescaldo, fase do seviço de combate a incêndio em que se localizam focos de fogo escondidos ou brasas que poderão tornar-se novos focos.
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