A expectativa alimentar por muitos de que o PSDB faça convites aos prováveis dissidentes do Partido Socialista Brasileiro, em Mato Grosso, excluídos pela Executiva Nacional do PSB, corre o risco de não se confirmar. Pelo menos no que depender da vontade do governador José Pedro Taques (PSDB), principal líder dos tucanos em território mato-grossense.
“Não vou colocar a minha colher de pau neste angu. Quem trata do PSB é o PSB! Repito: eu não vou colocar a minha colher de pau neste angu”, afirmou Taques, diante do questionamento sobre a crise interna dos aliados e, ainda, a perspectiva de serem recolhidos ao ninho tucano. “No mais é fuxico! É mexerico!”, disparou o governador, no Palácio Paiaguás, no final da tarde desta quinta-feira (22), após almoçar com secretários de Estado e 22 dos 25 vereadores de Cuiabá, inclusive os três do PSB – Misael Galvão, Gilberto Figueiredo e Marcelo Bussiki.
Leia Mais:
- Mauro Savi diz que não respeitará Valtenir como presidente e o desafia a expulsá-lo do PSB
- Eduardo Botelho projeta saída de grupo de Mendes do PSB depois de levar "rasteira" de Valternir no Diretório Nacional
Pedro Taques enalteceu a lealdade do PSB, demonstrada em diferentes períodos, inclusive ocupando cargos importantes em seu governo. São do PSB os secretários Suelme Evangelista Fernandes, de Agricultura Familiar; deputado Max Russi, de Assistência Social (Setas); Cândido Teles, presidente do Instituto de Terras do Estado (Intermat); e Carlos Brito, adjunto da Casa Civil, entre outros.
“Os companheiros do PSB são leais. Bons companheiros, mesmo. E estão nos ajudando a administrar Mato Grosso”, observou ele. “Os quatro deputados estaduais e dois federais Fábio Garcia e Adilton Sachetti estão conosco. Tenho conversado com o [ex] prefeito Mauro Mendes sobre isso [crise no PSB] e muitos outros temas”, destacou o chefe do Poder Executivo.
Entenda o caso
A Executiva Nacional do PSB destituiu o Diretório de Mato Grosso, no mês passado, por causa da desobediência do deputado federal Fábio Garcia, que votou a favor da reforma trabalhista, no plenário da Câmara dos Deputados. Adilton Sachetti não votou porque estava fora de Brasília, com a esposa Rose Sachetti (
in memorian) em tratamento de saúde, embora tivesse se declarado publicamente favorável.
No PSB de Mato Grosso, Garcia era presidente estadual e Sachetti, vice; e Mauro Mendes era presidente de honra. Também tinham cargos diretivos os deputados estaduais Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa; Max Russi e Oscar Bezerra, secretário geral. Todos inapelavelmente destituídos pelo Diretório Nacional. Em votações pró governo, no plenário das deliberações Renê Barbour do Poder Legislativo, o PSB conta ainda com os deputados estaduais Mauro Savi, o mais votado de 2014; e Professor Adriano Silva.
Há poucas semanas, foram a Brasília dialogar com o presidente nacional, Carlos Roberto Siqueira, para tentar reverter a decisão e recompor o diretório, mas não obtiveram êxito.
Como golpe de misericórdia no grupo de Mauro Mendes, o presidente nacional Carlos Roberto Siqueira nomeou o deputado federal Valtenir Pereira (ex-PMDB) como novo presidente da Executiva Regional. Mauro tem em Valtenir um de seus adversário figadais. A briga resultou na saída traumática de Valtenir, em 2013, quando migrou para o Pros e, depois, para o Partido da Mulher Brasileira (PMB), antes de ingressar no PMDB e, agora, voltar ao PSB.
Desta forma, o grupo de Mendes corre o risco de ser fracionado e se dividir em vários pequenos grupos. Existem convites de PP, PV e PSD, entre outros, para abrigar os quatro deputados estaduais e os dois federais.
