O piloto A.Í.B., de 21 anos, e o copiloto F.J. da S., de 42 anos, declararam à Polícia Federal em Goiás que informaram sobre um plano de voo falso logo após o avião, carregado com 662 kg de cocaína, ser interceptado no último domingo (25) por uma equipe da Força Aérea Brasileira (FAB). A droga, com alto grau de pureza, estaria avaliada em R$ 20 milhões.
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Os dois foram presos na cidade de Itapirapuã, em Goiás no final da tarde de segunda-feira (26), a cerca de 30 quilômetros do local onde abandonaram a aeronave prefixo PT IIJ, com o carregamento milionário. Ao delegado responsável pelo caso, Bruno Amorim, o piloto disse que foi contratado pelo copiloto para fazer o trasporte da droga (distribuída em 21 fardos) da Bolívia pela quantia de R$ 90 mil. No entanto, a Polícia Federal ainda irá avaliar se a informação é verdadeira.
Inicialmente, o piloto ao ser abordado pela FAB declarou que havia decolado de uma das 11 pistas da Fazenda Itamarati Norte, instalada na cidade de Campo Novo dos Parecis. A propriedade está arrendada para a empresa Amaggi, que possui como um dos acionistas o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
Por meio de rede social, o ministro afirmou que a fazenda é muito extensa e vulnervável ao tráfico de drogas. Em nota, na tarde de segunda-feira, o grupo Amaggi já havia informado que não possuia nenhum registro de autorização para decolagem da aeronave apreendida com o entorpecente.
"Ele não saiu daquela fazenda", afirmou o delegado em coletiva à imprensa pouco após a prisão em flagrante do pitoto e do copiloto.
Entenda a ação:
Um avião A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira interceptou o avião bimotor, matrícula PT-IIJ, na região de Jussara carregado com cocaína. A ação faz parte da Operação Ostium para coibir ilícitos transfronteiriços, na qual atuam em conjunto a Força Aérea Brasileira, a Polícia Federal e órgãos de segurança pública.
O avião decolou da Fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis (MT) com destino a Santo Antonio Leverger (MT).
A interceptação, feita pela aeronave de defesa aérea A-29 Super Tucano da FAB, iniciou-se às 13h17 de domingo. O piloto de defesa aérea interrogou o piloto do bimotor e comandando, na sequência, a mudança de rota e o pouso obrigatório no aeródromo de Aragarças (GO).
Inicialmente, a aeronave interceptada seguiu as instruções da defesa aérea, mas ao invés de pousar no aeródromo indicado, arremeteu. O piloto da FAB novamente comandou a mudança de rota e solicitou o pouso, porém o avião não respondeu. A partir desse momento, foi classificado como hostil. O A-29 da FAB executou o tiro de aviso.
O avião interceptado novamente não respondeu e pousou na zona rural do município de Jussara, interior de Goiás. Na ocasião, piloto e copiloto fugiram.
