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Posto Clone

Operação da Delegacia do Consumidor localiza três postos 'clones' em Cuiabá

28 Jun 2017 - 10:05

Da Redação - André Garcia Santana/ Da Reportagem Local - Érika Oliveira

Foto: Reprodução

Operação da Delegacia do Consumidor  localiza três postos 'clones' em Cuiabá
Uma operação da Delegacia do Consumidor (DEcon) localizou e autuou três postos ' clones'  entre a terça-feira (27) e a manhã desta quarta-feira (28), na capital. Batizada de Posto Clone, a ação, que conta com profissionais de outros órgãos como o Procon, já fiscalizou 11 estabelecimentos a fim de apurar a origem do combustível. Os postos penalizados são acusados de enganar os clientes ou induzi-los ao erro, utilizando para isso a estrutura de marcas conhecidas para fornecer produtos de origem duvidosa. 


Três postos, até o momento, foram considerados clones, sendo dois Amazônia 4 e 5, que usam identificação do Posto BR (Petrobrás) e o Via Brasil, que utiliza em sua fachada a marca Shell.

No posto Via Brasil, alvo da operação na manhã de hoje, 27, os investigadores constataram a realização da prática conhecida como "bomba baixa", quando os equipamentos são adulterados e marcam uma quantidade de gasolina superior a que realmente foi colocada nos veículos. 


Foto: PJC

O proprietário do empreendimento, Khaled Omais, esclarece que um contrato com a Shell foi fechado recentemente e que, de acordo com a lei, o posto tem até 30 após a adesão à marca para trocar o combustível. Ele afirma que procurou a Decon para prestar os esclarecimentos necessários, que possui toda a documentação necessária para comprovar a regularidade do posto e que todos os procedimentos se dão dentro das normas da ANP.

Com relação a diferença entre o valor cobrado na bomba e a quantidade de gasolina abastecida, Khaled aponta para a existência de uma falha mecânica. “Nós temos 12 bicos de gasolina no posto e só um apresentou esse problema. É uma falha mecânica causada por um vazamento no bloco medidor. A variação constatada neste equipamento era de 140 ml e a quantidade permitida pela legislação é de no máximo 100ml.”

O empresário reforça ainda que possui outros postos e que não tem como prática enganar o consumidor. 

O delegado responsável pela apuração, Antônio Carlos Araújo, explica que nestes casos  o consumidor chega até o empreendimento acreditando estar consumindo um produto de qualidade, acaba pagando por combustível de outra origem. Além disso a qualidade dos combustíveis também está sendo analisada pelo orgão competente, ANP. Eles levam as amostras para Brasília e em breve saberemos se há outras fraudes."

Foto: PJC

As investigações são realizadas desde janeiro deste ano e levam em consideração a existência de diversos boletins de ocorrência registrados após a constatação de situações como falhas nos veículos após ao abastecimento, ou quantidades menores do que a adquirida pelos clientes nos tanques. Deste modo, após a conclusão das investigações, a Polícia Civil acionou os demais orgãos de defesa do consumidor para documentar e comprovar o trabalho. 

O trabalho é feito de forma integrada com a Superintendência de Defesa do Consumidor Estadual (Procon-MT), Procon Cuiabá, Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso (Ipem), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz) e Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

Também reforçam a fiscalização policiais civis das unidades da Diretoria Metropolitana: Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERRFVA), Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), Delegacia de Roubos e Furtos (DERF), Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), 2ª  Delegacia de Polícia do Carumbé e 3ª Delegacia de Polícia do Coxipó.

Principais fraudes e adulterações

Etanol: uma adulteração comum é o chamado “álcool molhado”. O fraudador mistura etanol anidro ao etanol hidratado (o etanol combustível). Esta prática é proibida. Somente a gasolina pode receber adição de etanol anidro (de cor alaranjada) à proporção de 27% prevista na legislação.

Gasolina: a principal irregularidade eventualmente encontrada na gasolina é o excesso de etanol anidro (quando fica acima da porcentagem máxima permitida por lei).

Óleo diesel: a principal irregularidade eventualmente encontrada no diesel é o aspecto, que deve estar límpido e isento de impurezas. O que varia entre os tipos de diesel comercializados é a quantidade de enxofre que contêm: o S-500 tem 500 partes de enxofre por milhão; o S-10, 10 partes por milhão.

Todos os combustíveis líquidos: uma fraude frequentemente praticada por revendedores desonestos é a chamada “bomba baixa”, em que a quantidade de combustível abastecida no tanque do carro é menor do que a registrada na bomba.

Obrigações do posto revendedor em relação ao consumidor

Para fazer uma denúncia à ANP ou registrar queixa em órgãos de defesa do consumidor, é importante que o cidadão conheça os direitos e deveres do estabelecimento em relação ao comprador. Confira abaixo.

O posto é obrigado a emitir nota fiscal. Exija e guarde a sua. A nota fiscal é o documento que comprova a sua compra em determinado posto.

O posto é obrigado a exibir os preços dos combustíveis bem visíveis em painel logo na entrada, dia e noite. O preço de um combustível exibido no painel deve ser igual ao cobrado na bomba. Fique atento às falsas promoções.

O posto deve informar claramente de qual empresa vêm os produtos que vende. Postos de bandeira branca (sem distribuidora exclusiva) devem informar – em cada bomba – qual distribuidora forneceu o combustível. Esta informação pode ajudar no rastreamento de eventuais irregularidades.

Quando a gasolina, o etanol ou o diesel forem aditivados, o posto deve expor claramente esta informação na bomba de combustível.

Postos devem manter em dia a aferição e a certificação de todos os equipamentos medidores (bomba medidora para combustíveis líquidos ou dispenser para GNV). A aferição e a certificação devem ser feitas pelo Inmetro ou por instituição por ele credenciada.

Para ajudar os consumidores a coletarem essas informações, a ANP exige que o posto aplique nas bombas abastecedoras adesivo impresso com número de CNPJ, razão social e endereço.

O que o posto não pode

Fazer “venda casada”, proibida por lei, ou seja, impor que você só possa comprar combustível junto com outro produto ou serviço.

Limitar a quantidade de combustível que vende a cada cliente.
Recusar a realização de testes previstos na legislação, quando solicitados pelo consumidor (teste de volume, teste de proveta, teste de volume).

Deixar de emitir a nota fiscal imediatamente à compra.

Testes que o consumidor pode solicitar (e o posto é obrigado a fazer)

Postos de combustíveis são obrigados a manter no estabelecimento, em perfeitas condições de uso, os equipamentos que testam qualidade e quantidade dos produtos. E, caso o consumidor solicite, não podem recusar-se a fazer os testes abaixo.

Teste da Proveta: se suspeitar da qualidade de uma gasolina, você pode e deve solicitar que se faça, na hora, o teste da proveta, que mede a porcentagem de etanol anidro misturado à gasolina. O percentual deve ser de 27%. O teste de teor de etanol presente na gasolina é feito com solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl) na concentração de 10% p/v, isto é, 100g de sal para cada 1 litro de água.

Teste de volume: caso suspeite estar levando menos combustível do que comprou (fraude conhecida como “bomba baixa”), exija que o posto faça o teste na sua frente, usando a medida padrão de 20 litros aferida e lacrada pelo Inmetro. Se o visor da bomba registrar quantidade diferente da que foi adicionada ao recipiente de teste, reclame e denuncie. A diferença máxima permitida é de 100 ml para mais ou para menos.

Teor alcoólico do etanol: o produto deve ter entre 92,5% e 95,4% (etanol premium deve ter entre 95,5% e 97,7%). Para este teste, o equipamento é o termodensímetro, que deve estar fixado nas bombas de etanol. Observe o nível indicado pela linha vermelha, que precisa estar no centro do densímetro – não pode estar acima da linha do etanol. Observe também se o etanol está límpido, isento de impurezas e sem coloração alaranjada. Caso constate uma situação diferente, entre em contato com a ANP pelo Centro de Relações com o Consumidor (CRC).

Denúncia à ANP

Em caso de qualquer irregularidade, ligue para a empresa distribuidora. Se o problema persistir, ligue para o Centro de Relações com o Consumidor (CRC) da ANP pelo 0800 970 0267 ou acesse o Fale Conosco.

Atualizada às 13h35
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