A vida dos dissidentes do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Mato Grosso está longe de ser resolvida e os planos do grupo em conflito com a Executiva Nacional do partido, de se manter junto em qualquer que seja o desfecho desta história poderá ser deixado de lado. Sem perder tempo e de olho nas próximas eleições, partidos como o Democratas já começaram as articulações para atrair novos filiados e, somente em Mato Grosso, o DEM poderá conquistar de uma só vez cerca de oito nomes de peso.
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“O Democratas está de portas abertas para quem deseja trabalhar por Mato Grosso. Tive uma conversa muito interessante com os deputados Fábio Garcia e Adilton Sachetti há poucos dias e formulei o convite para que venham se filiar ao DEM. Mas é uma decisão deles, no tempo em que acharem melhor”, afirmou Jayme Campos, dirigente do DEM e atual secretário de Assuntos Estratégicos de Várzea Grande.
Em entrevista ao
Olhar Direto, Jayme recordou que o prazo de filiação deve se encerrar em fins de setembro e, aqueles que tiverem intenção de se candidatar em outubro de 2018, inclusive os excluídos do PSB mato-grossense, têm mais alguns meses para refletir e escolher o caminho a ser tomado.
O convite, que se estendeu aos demais políticos que compõem o chamado “grupo dos excluídos”, foi feito pelo presidente regional do DEM, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco, e parecer ter mexido com os ânimos de todos.
Segundo o deputado Oscar Bezerra (PSB), em um cenário real de saída do partido, o DEM é uma das opções mais prováveis, no caso de uma filiação em que seja mantido o bloco.
“Houve realmente um convite por parte do Dilmar e o DEM seria uma das nossas opções, no caso de nós mudarmos em bloco. Mas eu acho difícil isso acontecer, porque veja bem, nós precisamos analisar as condições políticas de cada um para disputar as próximas eleições. Não adianta eu me filiar a um partido que não vá viabilizar a minha candidatura no ano que vem”, ponderou.
No início da semana, o deputado federal Fábio Garcia (PSB) conseguiu, por meio de uma decisão liminar proferida pelo juiz Emerson Luis Pereira Cajango, retomar a presidência estadual do partido, que havia sido transferida para o também deputado federal Valtenir Pereira, recém filiado na legenda.
Apesar da vitória na Justiça, Bezerra avaliou que a decisão, por ter caráter liminar, ainda é muito frágil. Para o deputado, não há dúvidas de que a Executiva Nacional vá recorrer e, neste contexto de insegurança, nenhuma possibilidade deve ser descartada.
“Como nós estamos de férias, eu estava viajando para o interior e ainda não tive oportunidade de falar com o Fabinho desde que a decisão saiu. Mas eu acho que a liminar é um instrumento muito frágil e eu tenho certeza que a Executiva Nacional vai recorrer”, afirmou.
“Muita coisa ainda pode acontecer, muita água vai rolar, essa discussão deve se estender ainda por alguns dias até a gente saber de fato que rumo as coisas vão tomar. E também é complicado falar em mudar de partido porque não tem janela, a não ser que a nacional se irritasse de uma vez e expulsasse todo mundo, aí seria um sonho de consumo”, completou o deputado.
Se os rumores se confirmarem e todo o grupo dissidente decidir por uma filiação ao DEM, em uma só cartada o partido aglutinaria cerca de oito nomes de peso da política mato-grossense, entre eles os deputados federais Fábio Garcia e Adilton Sachetti, os estaduais Oscar Bezerra, Eduardo Botelho, Max Russi, Adriano Silva e Mauro Savi, o secretário de Estado Suelme Evangelista e o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, considerado uma das principais figuras das eleições de 2018.
(Colaborou Ronaldo Pacheco).
