A denúncia de que o Cabo PM Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior teria saído indevidamente de onde estava preso para ir até a Boate Crystal, seria um dos motivos que levou a uma devassa em todos os locais de custódia onde estão detidos os policiais presos acusados de envolvimento no suposto esquema de grampos em Mato Grosso. Durante a fiscalização, foi constatado que alguns dos detidos estavam, inclusive, recebendo comida de casa, que eram entregues por um motoboy.

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O juiz de direito, Dr. Bruno D’Oliveira Marques, esteve na unidade onde o cabo estava preso, desde o dia 23 de maio deste ano. A devassa no local aconteceu após denúncia, que está sendo apurada, de que o policial teria saído indevidamente do local da custódia, no período noturno, para ir até a Boate Crystal, além de lhe ter sido permitido sair para “tomar cerveja”. Além disto, consta que ele ainda teria enviado e-mail a uma testemunha, cobrando-a um suposto débito.
 
O relatório feito pelo magistrado aponta que após as denúncias, a vigilância foi reforçada. Mesmo assim, ficou constatado que o local onde ele estava é inadequado para prisões desta espécie. Por conta disto, houve a sugestão para que o  cabo fosse transferido para o Presídio de Santo Antônio do Leverger, que abriga servidores de todas as forças de segurança que são presos.
 
O oficial do batalhão, em conversa com o magistrado, disse que teve ciência das denúncias sobre a suposta saída do cabo e negou que isto tenha ocorrido. As únicas saídas foram, segundo ele, para participar de atos oficiais ligados às investigações. Acrescentou ainda que, tão logo ficou do suposto caso, providenciou a colocação de uma grade na porta do alojamento.
 
Além disto, o oficial informou que até aquele dia não tinha conhecimento da necessidade de abertura do livro para controle das visitas, o que passou a ser feito a partir do dia 01 de junho. Porém, entregou ao juiz o uma relação, à parte, das visitas recebidas pelo custodiado no período anterior a isto.
 
O soldado PM Euclides Luiz Torezan também seria transferido para o presídio, localizado em Santo Antônio do Leverger. Isso porque o local em que ele estava era dividido com outros cinco presos, que tinham que se dividir entre três camas beliche para dormir. Além disto, no mesmo quarto dele, foi encontrado um carregador de pistola .40, com dez munições intactas, que pertencem a outro policial preso. Porém, ele teve a prisão revogada.
 
Um soldado que estava preso com Euclides assumiu a propriedade das munições e disse que o objeto estava na mochila que sua esposa levou, com roupas e não observou que ele estaria dentro. Tudo foi apreendido, após determinação do magistrado e foi instaurado um processo administrativo para apuração da falta cometida.
 
Delivery
 
Além disto, a devassa constatou ainda que o coronel PM Januário Batista estava recebendo marmitas que eram fornecidas por seus familiares. A comida era entregue por um motoboy. Por fim, relata que o limite estabelecido de quatro visitantes por dia de visita não tem sido observado com rigor.

Atualizada e corrigida às 21h14.