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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Estelionato

Presos de MT se passam por médicos e lucram R$ 200 mil por mês com ‘golpe da UTI’

Foto: Divulgação PJC

Presos de MT se passam por médicos e lucram R$ 200 mil por mês com ‘golpe da UTI’
Uma investigação conjunta das Policias Civis de Rondonópolis e Rio de Janeiro conseguiu identificar quatro detentos do Presídio Mata Grande, em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), que aplicavam golpes em parentes de pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) de diversas cidades do país, sendo a maioria no Estado carioca. Ao todo, eles faturavam R$ 200 mil por mês com o estelionato.


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A operação denominada “Hígia”, comandada pela 12ª Delegacia de Polícia de Copacabana (RJ), por meio do delegado titular da unidade, Gabriel Ferrando de Almeida e equipe, que estão em Rondonópolis,  cumpriu oito mandados de prisão, sendo 4 contra presidiários da Mata Grande e 4 em desfavor de pessoas suspeitas de auxiliarem do lado de fora as ações criminosas.

O detento Wadson Sales Leonel foi apontado na investigação como o chefe da organização criminosa. Ele atuava se passando por médico, na captação de informações de hospitais e pacientes. O criminoso era auxiliado por Thiago Espíndola Oliveira, Wesley Vieira de Jesus e Iago Kairon Gomes da Silva, todos presos na mesma cela, no Raio I, junto ao “cabeça” Wadson.

Do lado de fora contavam com apoio de Simone Vieira de Jesus (mulher de Wadson), que também buscava informações de hospitais, captação de contas correntes e fornecimento de créditos para os celulares e recebia o dinheiro do golpe. Também integrava a organização: Kamila Ribeiro Nogueira (companheira de Wesley), Anabela Alves  e Wester Honorato da Silva, nas funções de captar contas correntes, coordenar os saques e fornecer créditos para os celulares. 

Em uma das conversas, divulgadas na última quinta-feira (27) pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, um dos criminosos afirma ao parente de uma paciente chamada Ofélia, que ela está em estado grave e precisa realizar um procedimento emergencial: “Eu vou necessitar, meu querido, de correr contra o tempo agora, nesse momento, pra ‘tá’ revertendo o quadro da dona Ofélia. Vou necessitar da ajuda da família, Ok?”, afirma o bandido.
 
Em outra ligação, o detendo pede que a mulher deposite R$ 9,8 mil para realização de exames computadorizados de uma paciente. Desesperada, a mulher concorda a pagar o valor antecipado. Além disto, a reportagem também mostra o momento em que eles erram o alvo, quando o detento avisa que a mãe de umas vítimas iria morrer caso não fizesse o procedimento: “Deixa eu te perguntar. Reverter o quadro clínico dela como, se ela já morreu? Minha mãe faleceu”, diz uma vítima ao telefone.
 
A escuta policial durou cinco meses, e mostrou que os criminosos agiam em todo o Brasil, com chips de telefone de vários estados. Mas a quadrilha estava num único lugar: dentro da mesma cela no Presídio da Mata Grande, em Rondonópolis. Ao todo, foram mais de 90 mil ligações. Fora da cadeia, comparsas sacavam o dinheiro nas agências bancárias. O bando faturava até R$ 200 mil por mês com o golpe.
 
Na quinta-feira (27), os policiais entraram no presídio e apreenderam cinco celulares. Os presos, que cumpriam pena por roubo à mão armada, agora vão responder também por estelionato e formação de quadrilha. Uma vítima conseguiu recuperar o dinheiro.
 
“Eu sempre vou aconselhar que todas as pessoas chequem pessoalmente ou ligando para o hospital. Confirme aquela informação antes de aceitar depositar qualquer tipo de quantia em dinheiro”, orienta o delegado Gabriel Ferrando. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso informou que, no primeiro semestre, apreendeu 300 celulares na Penitenciária da Mata Grande, e que está investindo R$ 2,5 milhões na compra de um equipamento que bloqueie os celulares.
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