Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Cidades

dados da violência

MT soma quatro feminicídios no ano na Grande Cuiabá com caso envolvendo mãe e filha

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

MT soma quatro feminicídios no ano na Grande Cuiabá com caso envolvendo mãe e filha
A delegada Juliana Chiquito Palhares, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que já foram registrados quatro casos de feminicídio na região da Grande Cuiabá em 2017. O primeiro foi o caso de Ivone Oliveira Gomes, 21, em março, depois houve o caso de Edneia Batista Rosa, 35, em maio, e por último o de Adriana Aparecida de Siqueira, de 41, e sua filha Andresa Maria Vilharga da Siqueira, de 19.


Leia mais:
MT tem taxa de feminicídio maior que média nacional; negras e pardas são maiores vítimas

É considerado feminicídio o assassinato de uma mulher simplesmente pela condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), não faz o registro de feminicídios. A delegada Palhares afirma que seria importante a obtenção destes dados.

“Estes quatro casos de feminicídio foram só em Cuiabá e Várzea Grande, para conseguir dados de Mato Grosso seria só com a Sesp, mas eles não fazem a classificação como feminicídio, aí fica difícil. O feminicídio é um homicídio qualificado, ele tem que ser contado como tal também, só que como existe a figura típica, e está crescente pelo que a gente vem acompanhando, era bom fazer um estudo e uma análise dos casos de feminicidio no Estado”.

O primeiro caso registrado foi o de Ivone Oliveira Gomes, de 21 anos, em março. A jovem foi assassinada pelo namorado, o enfermeiro Luiz Otávio da Silva, de 25 anos, a facadas, no último dia 15 de março. A vítima viveu durante quatro meses um relacionamento conturbado com o assassino. À polícia, o enfermeiro confessou e detalhou cada pormenor do crime. Ele foi preso no dia 16 de março.

O caso seguinte foi o da estudante de Direito Edneia Batista Rosa, 35, que foi assassinada por Wellington Fabrício de Amorim Couto, 34 anos, com quem morava junto. A vítima foi espancada e recebeu tijoladas antes de ser morta por estrangulamento, no dia 20 de maio. A motivação teria sido por vingança pelas denúncias na Delegacia da Mulher de Cuiabá, feitas por Edneia, com base na Lei Maria da Penha.

O último caso registrado foi o de Adriana Aparecida de Siqueira, de 41, e sua filha Andresa Maria Vilharga da Siqueira, de 19, assassinadas pelo companheiro de Adriana, Jhony Marcondes, de 41. Adriana teria conhecido Jhony enquanto ele ainda estava preso. Quando foi solto eles continuaram com o relacionamento. Jhony seria usuário de drogas e constantemente agredia Adriana. Na madrugada do dia 22 de agosto ele estuprou e matou Adriana e também matou Andresa, com golpes de faca e marteladas. Ele foi preso no final da manhã do dia 22.

A delegada disse que além destes quatro, um outro semelhante aconteceu em março, porém este não foi registrado como feminicídio. Lucineia Maria da Silva, de 21 anos, foi encontrada morta no bairro Santa Laura, em Cuiabá, no dia 3 de março. A jovem foi estrangulada e deixada com os braços e pernas amarradas em um cobertor. O caso ainda segue em investigação.

Outro que gerou suspeita, mas também está sob investigação, é o caso de Vanessa Steffany Barbosa de Souza, de 29 anos, que supostamente teria morrido afogada na madrugada do último dia 20 de agosto, em um córrego em uma zona rural no KM 16 da MT-351. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) informou que o laudo inicial apontou para causa de morte indeterminada.

Feminicídio no Estado

Com sete mortes por cada 100 mil mulheres, Mato Grosso apresenta taxa de feminicídio superior à média nacional, de 4,6 homicídios pela mesma quantidade de vítimas. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e apontam que, como em quase todos os estados, o maior índice de mortes diz respeito às negras e pardas. O levantamento do Ministério da Saúde,feito em 2014, foi divulgado em fevereiro deste ano e representa ainda uma inversão do panorama com relação ao ano de 2006, quando começou a ser realizado, já que, à época, o maior número de assassinatos era de mulheres brancas.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet