O senador mato-grossense José Aparecido
Cidinho Santos (PR) reagiu de forma pouco convencional ao cumprimento do mandado de busca e apreensão e assegurou que jamais se envolveu em ilícitos. Ele disse que recebeu a informação com tranqüilidade e afiançou que as investigações vão demonstrar que visitou o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), então preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), por questão de solidariedade, sem qualquer intenção secundaria.
Em nota, Cidinho Santos assumiu que o mandado de busca e apreensão em sua residência, em Cuiabá, nesta quinta-feira (14), ocorreu como parte do processo de investigação de sua visita ao ex-governador Silval Barbosa, no CCC.
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“O senador Cidinho Santos tem tranquilidade que o processo investigatório comprovará que não houve ato ilegal e que a visita foi motivada apenas por solidariedade ao ex-governador”, observou nota à imprensa, divulgada por sua no final da manhã desta quinta-feira (14), por sua assessoria.
Na mesma nota, a defesa assegura que o senador do PR mato-grossense jamais se envolveu em negócios ilegais. “O senador Cidinho Santos reafirma que jamais se envolveu em atos ilícitos e continua à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos”, argumentou a mesma nota, enviada à Redação do
Olhar Direto.
Entenda o caso
Os mandados de busca e apreensão determinados pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo fato de Cidinho ter sido citado pelo ex-governador Silval Barbosa como suposto ‘garoto de recados’ do atual ministro de Agricultura e Pecuária, senador mato-grossense Blairo Maggi (PP). Os documentos apreendidos na casa de Cidinho já se encontram na sede do Departamento de Polícia Federal, em Cuiabá.
Na delação firmada com a Procuradoria Geral da República (PGR), Silval afirma que, enquanto esteve preso no Centro de Custódia de Cuiabá, por quase dois anos, recebeu a visita de Cidinho, que teria afirmado que Maggi “daria um jeito” para ajudá-lo a sair da prisão.
Cidinho é suplente de Maggi no Senado da República e assumiu o cargo quando Maggi foi convidado para ser ministro na gestão do presidente Michel Temer (PMDB). Ele já tinha assumido o Senado em outras licenças de Maggi.
Silval gravou a conversa com Cidinho Santos, que teria dito que o senador Wellington Fagundes (PR) e o ministro Blairo Maggi poderiam agir para barrar a investigação sobre corrupção, concessão fraudulenta de incentivos fiscais e lavagem de dinheiro que levou Silval à prisão.
Cidinho Santos e Blairo Maggi sempre negaram tudo, assim como Wellington Fagundes
O mandado de busca e apreensão foi cumprido nesta quinta na casa de Cidinho, na Avenida Senador Filinto Müller, 1243, Edifício Paul Cezanne, apartamento 1102, em Cuiabá.