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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Organizador da Parada Gay diz que agressão envolvendo PM foi primeiro caso grave em 15 anos de evento

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Organizador da Parada Gay diz que agressão envolvendo PM foi primeiro caso grave em 15 anos de evento
A Coordenação Geral da 15ª Parada da Diversidade Sexual de Cuiabá repudiou o registro de violência ocorrido durante o evento na última sexta-feira (22). A jovem Natalia Damacena Santos Alves, de 22 anos, alega ter sofrido agressões físicas e verbais de uma policial militar que imobilizava uma outra jovem no evento. A coordenação da parada afirma que irá acompanhar o caso. Natalia e a outra garota que estava sendo imobilizada foram detidas sob a suspeita de terem agredido fisica e verbalmente uma policial.


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Um dos organizadores do evento, o Mestre em Educação e militante do movimento LGBT, Clóvis Arantes, afirmou que durante todos os anos em que a Parada da Diversidade foi realizada em Cuiabá, este foi o primeiro incidente deste tipo.

“É uma situação complicada, em 15 anos de parada este foi o primeiro incidente que nós tivemos, e no dia trabalhamos das 14h até a 1h. Este foi um incidente grave, tendo sido o único em quase 12 horas de trabalho. Não dá pra deixar de assumir a gravidade desta situação porque qualquer violência tem que ser tratada como situação de grave”, afirma Clóvis.

De acordo com o organizador, a primeira atitude tomada pela organização do evento foi no sentido de evitar que a violência se espalhasse. Ele afirmou que o caso também foi acompanhado por representantes do Estado, de grupos de direitos humanos.

“A coordenação do evento esteve na delegacia através de um dos membros, acompanhando o fato até o final. Nós repudiamos todo e qualquer tipo de violência e no momento nós agimos para tentar fazer com que a violência não fosse uma violência generalizada, que se espalhasse pelas pessoas que estavam no local. Depois nós imediatamente chamamos, no local para onde as meninas foram conduzidas, o major Bueno, que é secretário estadual do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH), de combate a crimes de homofobia, para que ele acompanhasse de perto a situação”, contou o professor.

A Coordenação da Parada da Diversidade informou que repudia qualquer tipo de violência e que irá acompanhar o andamento do inquérito.

“A nossa posição é essa, nós repudiamos qualquer tipo de violência, independente se essa violência parta de um lado ou de outro, a nossa função é repudiar. Se houve excesso nós vamos estar juntamente com o GECCH, com o Centro de Referência em Direitos Humanos da Sejudh, acompanhando o desenrolar deste inquérito”, disse Clóvis.

A jovem que foi agredida, Natalia Damacena Santos Alves, de 22 anos, receberá apoio das instituições, garante Clóvis.

“Nós vamos fazer o acompanhamento do inquérito, mas inclusive se ela precisar de acompanhamento psicológico, o centro de referencia tem profissionais, e a gente vai dar todo o apoio”.

O caso

Segundo o boletim de ocorrência 2017.318022, feito com base no depoimento da soldado Karen Fortes, Natalia Damacena e Jocelina Franca Ventura da Rocha, 29 anos, uma mulher que inicialmente estava sendo imobilizada por três policiais, foram presas por terem atacado com socos na cabeça e chutes a policial militar que fazia a segurança do evento, além de terem proferido ofensas verbais. Elas ainda teriam se recusado a serem detidas, chutando o veículo da corporação e convocaram populares presentes a jogar pedras contra a PM.

No entanto, a versão de Natalia é diferente. Ela conta que estava no show da cantora Ludmilla na Orla do Porto, local onde o ato se encerrou, quando viu Jocelina (que ela não conhecia) sendo imobilizada por três policiais. Por achar desproporcional o uso de força, foi perguntar o nome dos militares envolvidos na ação, pois os mesmo não tinham identificação, e acabou recebendo ordem de prisão. Levou gás de pimenta no rosto e choque nas pernas dentro da viatura. Ela conta ainda que foi levada ao Cisc Planalto e voltou a perguntar o nome da policial mais agressiva, momento em que foi derrubada da cadeira e levou soco no rosto.
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