Visivelmente desconfortável em ter que apaziguar e, principalmente, explicar a cada instante o desentendimento entre os vereadores Renivaldo Nascimento (PSDB) e Felipe Wellaton (PV), o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Justino Malheiros Neto (PV), deu uma resposta inusitada a situação nesta semana. Ele entende que é momento de pôr fim às desavenças internas, notadamente no âmbito pessoal.
“Aqui não tem criança! Todos têm direito a voz, vez e à fala. Não tenho como interferir [na batalha cada vez mais visceral dos dois]. É postura pessoal de cada um”, argumentou ele, após responder a pelo menos quatro perguntas consecutivas sobre o mesmo tema.
Leia Mais:
- Após exoneração de 460, vereadores criam Comissão para analisar necessidade de comissionados
- Wellaton diz que está sendo acusado injustamente por exoneração de 460 servidores e culpa prefeito
Justino Malheiros jura por tudo quanto é sagrado que, de sua parte, não há retaliação a Felipe Welaton, autor da ação no Poder Judiciário que culminou com a suspensão da suplementação orçamentária de R$ 5,7 milhões para o Poder Legislativo pagar salários e encargos de 460 servidores comissionados.
“Não tem estranhamento no meu relacionamento com ele [Wellaton]. Na sexta-feira, inclusive, esteve em minha residência”, pontuou o presidente, citando o contato pessoal como sinônimo de boa convivência. “Somente eles [Felipe Wellaton e Renivaldo Nascimento] podem responder sobre a questão. Atitude parlamentar de ‘A’, ‘B’ ou ‘C’, não tenho como interferir. É postura pessoal de cada um”, definiu Malheiros, para a reportagem do
Olhar Direto.
Para o presidente da Câmara, o fomento às represálias só existe em boatos da imprensa. “Represália de minha parte contra o vereador Wellaton? Só boato! Não tenho nada contra o vereador Felipe Wellaton. Tanto ele, quanto qualquer cidadão tem a prerrogativa de fazer o pedido [de investigação da suplementação orçamentária no Judiciário]. Entendo isso”, ponderou o chefe do Poder Legislativo da Capital.
Malheiros colocou a contabilidade à disposição do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. “Estou fazendo isso de forma aberta e transparente, para que não paire dúvidas sobre nossa administração, na Casa de Leis. Quando arrecadação é superior ao previsto, Câmara de Cuiabá tem direito ao percentual determinado pela Constituição Federal”, complementou Justino Neto.