O funcionalismo público de Mato Grosso poderá reviver, no próximo mês, o drama experimentado no início de outubro, quando o Executivo precisou escalonar o pagamento dos salários, diante da insuficiência de recursos no caixa. Após uma reunião com todo o secretariado da gestão Pedro Taques (PSDB), o secretário-chefe da Casa Civil, Max Russi (PSB), afirmou que, se não houver entrada de novas receitas até o dia 10 de novembro, há possibilidade de o Governo atrasar novamente o salário dos servidores.

Leia mais:
Em reunião a portas fechadas, secretários e adjuntos tentam remanejar recursos para honrar contas

“Nós estamos dependendo de algumas receitas importantes, por exemplo, o Fex, que tem aproximadamente R$ 350 milhões para entrar [no caixa]. Brasília nos garantiu que até o dia 10 entra, entrando, 100% do salário será pago. Temos também o dinheiro da Conab, temos mais de R$ 100 milhões. Esse dinheiro entrando, liquida também o salário. Tem ainda algumas ações do Cira, que preveem o recebimento de cerca de R$ 100 milhões. São alguns incrementos que precisamos ter até o dia 10. Não tendo, nós teremos sim dificuldades de honrar com os salários”, admitiu o secretário.

Na reunião desta segunda-feira (23), que se estendeu durante toda a manhã, o principal tema discutido, segundo Max Russi, foi justamente alternativas para “arrochar” ainda mais os gastos do Executivo. O secretário anunciou, ainda, que até o final deste mês o governador irá determinar, por meio de um decreto, novas medidas a serem adotadas pelas Secretarias para a diminuição do custeio da máquina.

“Arrocho, fechamento das contas, corte de diárias, economia de combustível, tudo aquilo que é possível diminuir de custeio. Os secretários têm um compromisso nesses próximos dois meses para que a gente possa encerrar bem o ano. A gente está discutindo com o governador um decreto, que será apresentado até o final do mês, com tudo aquilo que se pode fazer para economia de recursos e fechar as contas, e cumprir com o TJ, com todas as obrigações que o Estado tem”, esclareceu.

Outra preocupação é quanto ao pagamento do décimo terceiro salário dos aniversariantes do mês de setembro, que até o momento também não foi pago. “Não [não foi pago]. Está na prioridade. Nós temos vários atrasos, então vamos resolver a questão com os Poderes e aí vamos pagar também o décimo terceiro dos servidores”.

Caixa zerado

Este mês, o Governo pagou somente 78% da folha salarial no dia 10, conforme o previsto. Inicialmente, aposentados e pensionistas começaram a receber. Depois, começaram a ser creditados os valores nas contas do pessoal da ativa das Secretárias de Educação, Saúde e Segurança. Somente na quarta-feira (11) o Executivo finalizou o pagamento aos demais servidores.

A folha das secretarias de Educação, Saúde e Segurança, as três prioritárias, somam R$ 215,202 milhões, sendo que essas unidades orçamentárias possuem o maior contingente de pessoal do Executivo.

Do total da folha de setembro, R$ 300,33 milhões correspondem ao pessoal da ativa. Outros R$ 161,20 milhões são dos aposentados e pensionistas e R$ 9,35 milhões dos servidores das autarquias.