A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cuiabá definiu nesta quinta-feira (16) quem irá conduzir os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), sobre o suposto recebimento de propina delatado pelo ex-governador Silval Barbosa. De acordo com o vereador Marcelo Bussiki, que irá presidir a CPI, tanto Silval, quanto Silvio César Corrêa e Alan Zanatta poderão ser intimados a prestar depoimentos à Comissão.

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“O prefeito pode ser convidado a participar da CPI. Nesse plano de trabalho a gente vai definir as requisições de documentos, aos órgãos competentes como o STF, a definição da CPI e toda essa elaboração do relatório e outras questões que podem ser definidas com os membros da Comissão. Faz parte desse processo de investigação. É necessária a convocação do ex-governador Silval, do próprio Silvio e até do Alan Zanatta, porque eles são peças fundamentais para o andamento dos trabalhos”, explicou Bussiki (PSB).

Além de Bussiki, são membros da Comissão os vereadores Adevair Cabral (PSDB), que assume a função de relator, e Mário Nadaf (PV). O processo de investigação da CPI deve ser finalizado em um prazo máximo de 120 dias, que pode ser prorrogado caso a Comissão julgue necessário.

Autor do requerimento de abertura da CPI, Bussiki se disse surpreso com a adesão de tantos parlamentares, uma vez que a base do prefeito sempre se posicionou contra a Câmara conduzir o processo. Ao todo, 20 vereadores assinaram o documento.

“A gente questionou via oficio ao presidente, no dia 14, porque no nosso entendimento, após o protocolo endereçado a ele com o mínimo de 9 assinaturas e com o objeto definido já estaria criada a CPI. Após isso, nos causou estranheza a assinatura de mais onze vereadores. Questionamos isso, não tivemos resposta oficial do presidente ainda, se vão ser escolhidos somente os nove primeiros, ou os demais. Mas, a composição que for definida dará continuidade aos trabalhos do processo investigatório. E eu espero que os vereadores que forem compor a CPI realmente estejam dispostos a dar uma resposta à população relacionada a esses fatos”, disse o vereador.

O caso

Foi divulgado no último dia 24 de agosto um vídeo, entregue pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, os então deputados estaduais Luciane Bezerra (PSB), Alexandre César (PT), Herminio Barreto (PR) e o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), aparecem recebendo dinheiro vivo das mãos de Sílvio César Corrêa, chefe de gabinete na época.

Segundo Silval, o pagamento seria referente ao “mensalinho” repassado a parlamentares para garantir apoio ao seu Governo. Por meio de nota pública Emanuel Pinheiro limitou-se a declarar "tenho a verdade do meu lado, 28 anos de vida pública transparente como minha principal testemunha para enfrentar esta injustiça".