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Sábado, 20 de abril de 2024

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AQUI NÃO FOI SURPRESA

CGE alertou com antecedência mais de 80% dos eventos que constam em delação de Silval

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Ciro Rodolpho Gonçalves, titular da CGE, fez explanação para a Rede de Controle de Mato Grosso

Ciro Rodolpho Gonçalves, titular da CGE, fez explanação para a Rede de Controle de Mato Grosso

O que foi tratado como “delação monstruosa” pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), após formalização pela Procuradoria Geral da República, quase não era novidade para a Controladoria Geral do Estado (CGE). Isso porque desde os primeiros dias de janeiro de 2015, cumprindo decretos do governador José Pedro Taques (PSDB), o secretário Ciro Rodolpho Gonçalves, da CGE, comandou uma verdadeira força tarefa que demonstrou um rombo de praticamente R$ 2 bilhões à época, como herança da gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

 
Ciro Gonçalves apresentou com riqueza de detalhes à Rede de Controle da Gestão Pública de Mato Grosso o seu relatório em que evidencia destaca a atuação da CGE, em 80% dos valores envolvidos nos eventos delatados por Silval Barbosa, sua mulher Roseli Barbosa, seu filho Rodrigo Barbosa, seu irmão Antônio Barbosa e seu ex-secretário Sílvio César Araújo, chefe de gabinete.

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De 2010 a agosto de 2017, a CGE produziu 155 trabalhos que envolviam os eventos narrados no acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Desta forma, o que era novidade para o então procurador geral Rodrigo Janot e ao ministro Luiz Fux, tinha sido apurado por auditores da CGE de Mato Grosso.
 
Dos temas relacionados aos 102 eventos citados, a maioria foi tratada dentro da CGE, a exemplo: auditoria na execução do contrato com o Consórcio Integração - MT Integrado (Sinfra), contratos de patrulhas rodoviárias (Sinfra), softwares educacionais (Seduc), terceirização de gestão previdenciária (Seges), registros de financiamento de veículos (Detran), incentivos fiscais (Sedec e Sefaz), implantação do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT (extinta Secopa e Secid), licenças de softwares e serviços técnicos (MTI), abastecimento de veículos oficiais (Seges), serviço de comunicação e publicidade (Gcom).
 
“Os trabalhos de auditoria foram enviados aos órgãos competentes, como a Delegacia Fazendária (Defaz) e as Promotorias de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE) e também ao Gaeco, para complementar as investigações e adotar as medidas judiciais”, argumentou ele.
 
“Os trabalhos subsidiaram inquéritos e procedimentos instaurados desde aquela época (2010), alguns concluídos ainda na gestão Silval Barbosa e outros vieram a ser concluídos a partir de 2015”, justificou o titular da CGE, considerado de confiança de Pedro Taques, para investigações de cunho contábeis e financeiras.
 
Ciro Rodolpho explicou que o relatório objetivou confrontar os eventos narrados pelos colaboradores com a biblioteca de produtos da CGE, a fim de orientar o planejamento do órgão na abertura de processos administrativos para apurar a responsabilidade de servidores e empresas nos ilícitos.
 
O trabalho já resultou na abertura de processos administrativos de responsabilização em desfavor de 19 pessoas jurídicas que constam no acordo de colaboração. “Com a delação, o ex-governador trouxe os detalhes da digital de corrupção nos assuntos auditados, o que nos permite [àCGE], agora, adotar as medidas com base na Lei Anticorrupção”, esclareceu o secretário.
 
O relatório balizará ainda a realização de auditorias complementares ou novas auditorias em relação aos assuntos que não tinham sido objeto de atuação da CGE.
 
O levantamento também servirá como mais um elemento técnico para os órgãos de controle externo nas auditorias, nos inquéritos e nas investigações relacionadas aos eventos delatados. É o caso, por exemplo, da Justiça Eleitoral. "A delação traz que uma boa camada de incentivos fiscais foi concedida em troca de pagamentos de dívidas de campanhas eleitorais. Assim, não temos (CGE) como atuar, cabe compartilhar com a Justiça Eleitoral para as devidas providências", comentou o titular da Controladoria.


 
Existência de ilícitos
 
Com base no histórico de auditorias executadas desde 2010, a CGE reiterou, a partir de 2015, aos órgãos estaduais, recomendações em áreas justamente nas quais o ex-governador Silval Barbosa, em 2017, delatou a existência de ilícitos e nas quais a Controladoria já havia identificado problemas como: baixa qualidade dos serviços contratados, superfaturamentos, fraude à licitação, pagamentos antes da prestação de serviços e aditivos contratuais indevidos.
 
As despesas de custeio com manutenção de rodovias, locação de veículos oficiais, serviços de tecnologia da informação, combustíveis, eventos assistenciais, publicidade, terceirizações de mão de obra (vigilância e limpeza) somaram R$ 812,2 milhões em 2014.

 
Após a adoção de medidas administrativas no âmbito das próprias secretarias, como repactuação de preços, rescisão de contratos, cancelamento de restos a pagar, indeferimento de aditivos e reforço na fiscalização de contratos, essas despesas reduziram para R$ 560,2 milhões em 2015; R$ 572,8 milhões em 2016 e R$ 571,6 milhões de janeiro a outubro de 2017.
 
“As auditorias não imunizam os órgãos da ocorrência de problemas, mas dão direções para correção dos problemas. Elas não são fins em si mesmas, mas um importante insumo para os novos rumos, novas tomadas de decisões eficazes por cada unidade orçamentária”, complementou o secretário da CGE.
 
 
 
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