O fechamento de oito Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis ocorreu por falta de dinheiro, mas o governador José Pedro Taques (PSDB) deseja ser lembrado pelas 40 UTIs nos hospitais da saúde que abriu, em 2015 e 2016. A explicação partiu do secretário-chefe da Casa Civil, deputado Max Russi (PSB), ao citar que as oito UTIs eram mantidas com 100% dos recursos estaduais e que o fechamento ocorreu por falta de dinheiro. 

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Max Russi alertou, contudo, que até 2014 existiam 30 UTIs em Rondonópolis e que, não raras vezes, as internações eram decididas em liminares expedidas pelo Poder Judiciário ou em decisões médicas pouco claras.  “No caso específico das oito UTIs [da Santa Casa] de Rondonópolis é indispensável recordar que, antes do governo Pedro Taques, existiam 31 leitos de Unidades de Terapia Intensiva e não tinha UTI neonatal; foram instaladas mais 40”, ponderou ele, para a reportagem do Olhar Direto.
 
O titular da Casa Civil observou que o governo se esforça para atualizar os repasses para os municípios e os hospitais regionais, e que o fechamento foi um processo doloroso, em decisão tomada após análise de todas as nuances disponíveis. “Então, sem dúvida, trata-se de registro de suma importância que, no governo Pedro Taques, foram abertos 40 novos leitos de UTIs, em Rondonópolis. Hoje tínhamos 71 leitos. As UTIs neo natal fechadas [oito leitos] são mantidas em 100% com recursos do governo estadual”, explicou ele.
 
O problema vinha se arrastando há meses, segundo o chefe da Casa Civil, chegando numa situação insustentável. “É do domínio público que a dificuldade nossa para manter o funcionamento sempre existiu, com dinheiro de Brasília que não vem. O que fez com que estejamos atrasados por 90 dias. Repito: o governo Pedro Taques abriu 40 novos leitos em dois anos e meio. E é preciso avançar muito mais”, afirmou o secretário.
 
Todavia, Max Russi enxerga motivos o governo Pedro Taques se orgulhar do trabalho no setor. “Em Cuiabá, estamos construindo o novo Hospital e Pronto Socorro Municipal... Há mais de 30 anos não se construía um hospital público na Capital. São R$ 50 milhões investidos do governo estadual”, emendou Russi.
 
O secretário de Estado de Saúde, ex-deputado Luiz Vitório Soares, não quis abordar especificamente o caso das UTIs pediátricas da Santa Casa de Rondonópolis. “As UTIs são pagas pelo Ministério da Saúde em um terço e pela Secretaria de Estado de Saúde – dois terços, seja em hospitais públicos ou filantrópicos. Às prefeituras cabe fiscalizar como são utilizadas as UTIs, porque os municípios não põem dinheiro”, justificou Luiz Soares.

Luiz Soares recordou  que o governo anterior (gestão Silval Barbosa) abriu menos de 50 novas UTIs em cinco anos e que Taques abriu 204 UTIs, em dois anos e meio.