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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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INCIDÊNCIA RECORDE

“Vamos erradicar a lepra de Mato Grosso”, promete Taques ao lançar Plano de combate à hanseníase

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

“Vamos erradicar a lepra de Mato Grosso”, promete Taques ao lançar Plano de combate à hanseníase
A erradicação da hanseníase do território mato-grossense só será possível com o envolvimento das famílias e da sociedade, evitando que o mal seja jogado para baixo do tapete. A proposta partiu do governador José Pedro Taques (PSDB) e do secretário de Estado de Saúde, ex-deputado Luiz Vitório Soares, sugerindo que a doença seja chamada por letra (sua antiga denominação), durante o lançamento do Plano Estadual de Enfrentamento da Hanseníase, em cerimônia no Auditório Ponce de Arruda, no Palácio Paiaguás, nesta quarta-feira (31). Taques fez questão de usar o termo lepra.

 
Pedro Taques entende que o plano oferece mecanismos para erradicar o mal de Hansen, já que Mato Grosso ainda é o recordista nacional da enfermidade. “Nós vamos erradicar a lepra do Estado de Mato Grosso. Porque isso nos envergonha. Mas não é o governador que vai fazer isso, mas são os técnicos da Saúde”, observou o governador, demonstrando confiança no plano avalizado pela Associação Alemã de Assistência Social aos Hansenianos e Tuberculosos.
 
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Pedro Taques afirmou que o poder público ficou muitos anos de olhos fechados. “O Estado não os enxergava. Nós precisamos enxergar estas pessoas. Por isso, desde a campanha eleitoral estamos cobrando para que possamos superar esta chaga. Superar os preconceitos, o atraso e a pobreza”, citou ele, para a reportagem do Olhar Direto.
 
Num contexto ampliado, Taques fez o comparativo do progresso de Mato Grosso no agronegócio e mineração. “Não adianta ser um Estado rico, que produz muito, com uma doença de pobre. Mato Grosso é o maior produtor nacional de ouro, diamante, gado, soja, algodão, milho e pescado. Existe algo que é escuro. Precisamos trazer luzes a esta escuridão. Pessoas invisíveis. São as pessoas que nós deixamos para trás.  Nós não podemos esquecer”, destacou o chefe do Poder Executivo.
 
O diretor no Brasil da Associação Alemã de Assistência Social aos Hansenianos e Tuberculosos, Manfred Robert Gobel, lembrou que percorre todo o país e enfatizou que o melhor planejamento é o de Mato Grosso e elogiou Taques. “É difícil encontrar um governador que se preocupa com o enfrentamento da hanseníase como Pedro Taques”, pontuou Manfred Gobel, que há quase 40 anos trabalho no setor.
 
O coordenador do Plano, médico Werley Peres, observou que Pedro Taques teve coragem de tirar a lepra debaixo do tapete, para buscar a erradicação. “Não podemos ter eufemismos. Existe muita gente  mutilada. A responsabilidade é, sim, do Estado. O governador retirou debaixo do tapete a sujeira da lepra. É um dia histórico para a saúde de Mato Grosso. Foram muitas mãos e cérebros. Tiramos a mancha do preconceito e aumentaremos o amor ao próximo”, complemento Peres.


 
A Campanha
 
O tema da campanha nacional de 2018, escolhido pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) é “Todos contra a Hanseníase”. A Superintendência de Atenção à Saúde e da Coordenadoria de Ações Programáticas Estratégicas (Coapre), da Secretaria de Estado de Saúde,  vai criar uma agenda única com os municípios para divulgar as ações que ocorrerão em todo o Estado, para o enfrentamento da hanseníase.
 
Os dados parciais para a doença no Estado, registrados pela SES, mostram que em 2017, a proporção de cura foi 74,2% e a proporção de abandono foi de 6,9%. Mesmo com esse avanço no combate à doença, Mato Grosso ainda ocupa o topo do ranking de ocorrências de hanseníase no País.
 
O Plano estadual começou a ser executado em 2015 e passou por reformulações e redimensionamento de investimentos em 2017, com a contribuição direta de técnicos do Cermac, Laboratório Central (Lacen), Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESP-MT), Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa (Cridac), e Escritórios Regionais de Saúde, sob a coordenação do Gabinete Coletivo da SES/MT.
 
As atividades previstas no plano são voltadas para o fortalecimento da rede de atenção à Saúde; para a Atenção Primária; Atenção Ambulatorial Especializada; Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência; Rede de Autocuidado e Reabilitação em Hanseníase Estadual e Regional e de Educação e Comunicação em Saúde.
 
Nas áreas técnicas que integram a Secretaria Adjunta de Políticas e Regionalização, serão intensificadas as discussões do tema nas ações programáticas e estratégicas da SES, em especial no Programa Saúde na Escola, Programa Bolsa Família, Programa Estadual Pró-Família, bem como no Telessaúde e a Escola de Saúde Pública. Esses programas têm como prioridade a prevenção e, por essa razão, são desenvolvidos em escolas da rede pública para detectar a doença em jovens entre 5 e 15 anos de idade.
 
As ações de diagnóstico iniciam nesse primeiro semestre logo após a retomada do ano letivo e devem atender a mais de 300 mil alunos em todo o Estado.
 
 Até  janeiro  constam na base estadual 3.239 casos novos de hanseníase em 2017, sendo que destes, 174 casos ocorreram em menores de 15 anos. Houve um aumento de aproximadamente 700 casos novos em relação ao ano de 2016. (Com fotos de Christiano Antonucci Santoro / GCom - MT)


 
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