O governador José Pedro Taques (PSDB) afirmou que é amigo do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Eduardo Botelho (PSB), a quem defende que lhe seja assegurado o direito constitucional à “ampla defesa”, antes de emitir opinião sobre o fato de ser investigado na ‘Operação Bereré’.
 
“O Botelho é meu amigo! É meu aliado. Eu não tenho vergonha disso!”, assegurou Taques, com veemência, após inaugurar o posto avançado do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), nesta segunda-feira (19), no subsolo do Goiabeiras Shopping – região Oeste de Cuiabá.
 
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Pedro Taques observou que ainda iria telefonar para Botelho, para ouvi-lo sobre o caso, de forma que pudesse entender pormenores da situação. Ele revelou não possuir informações detalhadas sobre a operação desencadeada pelo Grupo Especial de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso.
 
O chefe do Poder Executivo demonstrou uma certa irritação com a insistência dos jornalistas no questionamento. “O caso ainda vai ser investigado. Nós temos que dar ao Botelho o direito à ampla defesa e ao contraditório”, argumentou ele, recorrendo à dialética de décadas como professor de Direito Constitucional.
 
Pedro Taques ponderou que não faria qualquer juízo de valor. “Não vou julgar o Botelho por esta busca e apreensão. Se fosse desta forma, nós não viveríamos numa democracia. Vou ligar para o Botelho agora e lhe perguntar o que ocorreu”, desconversou ele.
 
Cercado por secretários de Estado e assessores, o governador afirmou que jamais se negaria em reconhecer os laços de amizade com o chefe do Poder Legislativo. “Eu vou falar agora que Botelho não é meu amigo? É meu amigo, sim! O Botelho é meu amigo! Se não disser isso, eu vou falar o quê?”, emendou Taques, dando o caso por encerrado.
 
Eduardo Botelho é investigado na Operação Beberé por suposta sociedade em empresas que prestam serviços ao Detran, com valores considerados acima da média de mercado, popularmente chamado de sobrepreço.