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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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mudança de cenário

Saída de Maggi é fim de uma era e abre perspectiva para surgimento de novos líderes

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Saída de Maggi é fim de uma era e abre perspectiva para surgimento de novos líderes
É provável que o cenário político de Mato Grosso nunca mais seja o mesmo, sem a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, senador licenciado Blairo Maggi (PP), sempre líder nas pesquisas de opinião pública sobre tendência do eleitorado. Ao anunciar sua decisão de se retirar da vida pública, certamente Maggi deixa de ser líder político para se tornar lenda da vida pública, com apenas 61 anos.

 
Blairo Maggi disse que vai retornar ao cotidiano das empresas do grupo AMaggi e do convívio familiar. E avisou que não deseja mais ficar sem turma. “A vida pública é de muito sacrifício e de baixo reconhecimento.  Não existe vida social. Você não tem vida nem ‘turma’, em Brasília.  E você não tem ‘turma’ aqui em Mato Grosso. Fica sem vida social”, comparou ele.

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Como forma de demonstrar a maturidade de sua decisão, foi buscar a figura do poeta e líder comunitário Calé Marien (in memorian), que o incentivou a assumir uma candidatura ao governo de Mato grosso, no longínquo primeiro semestre de 2002. Para muitos e com inúmeros resultados de pesquisas de opinião, o então senador Antero Paes de Barros (PSDB) venceria no primeiro turno.

“Ninguém tinha naquele momento um projeto eleitoral consistente. Lá em 2002 decidi participar muito mais para saber como era a política e conhecer as lideranças. Na época eu morava em Rondonópolis. Nesse ambiente, eu fiz o comunicado que seria candidato a governador do Estado”, recordou Maggi, lembrando que escolheu o auditório da AMM por causa do valor simbólico – lá tudo começou há 16 anos.
 
Cale Marien dizia que Maggi era um avião pronto para decolar, mas que não poderia, porque era amarrado por cordas. Ao assumir que seria candidato, o então rei da soja se dirigiu a Marien e disparou: “corta a corda que o avião vai voar!”.
 
O êxito da sua participação no Ministério da Agricultura fizeram-lhe repensar o projeto. “É verdade que 2002 houve esse momento histórico. A vida passou! Vieram duas campanhas para governador [2002 e 206] e uma para senador. E o Senado é como a Câmara Municipal ou Assembleia Legislativa: gente trabalha muito e não vê as coisas acontecerem. Para quem vem do Poder Executivo é de certa forma um pouco frustrante”, avaliou ele.
 
E em quase dois anos no Ministério da Agricultura percebeu que não desejava mais o Legislativo. “A ida para o Ministério me provocou a situação de poder participar e conquistar coisas mais objetivas, onde se consegue perceber”, citou ele.
 
Maggi está cansado de não ter privacidade, como ir a um restaurante ou a uma sorveteria sem responsabilidade de cumprimentar todas as mesas. “Vou completar 16 anos de agenda pública. Não é agenda do Blairo nem da família do Blairo. É estar à disposição das agendas que vêm surgindo ao longo do período e tem que cumprir”, ponderou ele.
 
A ida ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, com o presidente Michel Temer (PMDB), acelerou a sua decisão. “No ano passado, eu disse ao presidente Temer que pensava em parar. Ele respondeu que contaria comigo. No início do ano fomos a Davos (Suíça), juntos. Eu disse que pensava em não ser candidato e, mais uma vez, reafirmou a vontade que tem que eu ficasse com ele até o final”, citou Maggi.
 
E Michel Temer poderá contar com o seu ministro da Agricultura e Pecuária. “O cargo é dele e coloquei o meu cargo à disposição do presidente. Ninguém é insubstituível. Se tiver de fazer qualquer composição política e precisar, tudo bem. Porque vai haver a reforma ministerial [em abril]. Ele me convidou para ficar”, complementou Maggi.
 
* Calé Marien morreu em dezembro foi líder  comunitário, poeta e artista plástico. Ajudou a fundar a Associação dos Pioneiros de Rondonópolis, a União Rondonopolitana de Associações de Moradores de Bairros (Uramb) e a Federação Mato-Grossense das Associações de Moradores de Bairros (Femab).
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