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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

“Tivemos nestes primeiros meses 17 mulheres assassinadas e este é um número muito preocupante”, diz juiz

Foto: Reprodução

“Tivemos nestes primeiros meses 17 mulheres assassinadas e este é um número muito preocupante”, diz juiz
A Prefeitura de Cuiabá promoveu na manhã desta terça-feira (6) a palestra “Violência doméstica com ênfase no olhar sistêmico e medidas protetivas”, com os juízes da 1ª Vara Especializada de Violencia Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Cuiabá, Jamilson Haddad Campos e Ana Graziela Alves Corrêa.


A ação é realizada após os 17 homicídios contra mulheres registrados em Mato Grosso neste primeiros meses. Em homenagem às vítimas, a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, vestiu uma camiseta com o nome de cada uma das mulheres.

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De acordo com a primeira-dama, a intenção da palestra é orientar as mulheres e alertar a população sobre esta realidade. Desde 3 de janeiro de 2018 já foram assassinadas 17 mulheres em Mato Grosso.

“Às vezes as vítimas estão do nosso lado e a gente não está vendo, então é uma forma de alertar, para que a gente possa diminuir esta realidade nua e crua, são 17 assassinatos em cerca de dois meses no Estado, quatro somente em Cuiabá, e nós temos que buscar parcerias para tentar melhorar esta realidade”, disse a primeira-dama.

Foram assassinadas em 2018 Kelly Cristina Lopes de Morais, Rosineide Maria de Sousa, Célia Cristina Ferreira, Edilene Coelho Santos, Maria Lopes dos Santos, Silvani Maria de Souza Menacho, Vanessa Tito Poquiviqui Ramos, Débora Pereira da Silva, Izabel Aparecida do Amaral, Viviane da Silva Ângelo, Rosidelma Cândido de Souza, Valira Ferreira, Giovana Sinopoli, Daniela de Oliveira Correa, Luzinete Soares de Oliveira, Meirieli Santiago, e uma mulher identificada como Antônia.



“É muito triste porque além dela, também deixam as famílias, os filhos, mães, então é todo um vazio, um trauma na vida da família. O que nós buscamos é empoderá-las, porque a gente sabe, através de várias pesquisas, que muitas acabam voltando para os seus companheiros devido à falta de condições de estar cuidando da sua família, então também buscamos que elas se capacitem para que não precisem ficar nesta realidade”, disse Márcia.

O juiz Jamilson Haddad Campos lida diariamente com casos de violência doméstica. Ele afirma que este tipo de violência é cruel porque não prejudica só a vítima.

“A violência contra a mulher é a violência mais cruel, porque nós temos dentro desta relação os pais que muitas vezes ainda vivos presenciam esta perda, e também há uma preocupação muito maior com relação às crianças que presenciam esta violência. Então nós temos uma pessoa objeto do processo, mas várias outras pessoas objetos desta dor”, disse.

De acordo com o juiz, o Brasil é o 5º país mais violento do mundo em crimes contra a mulher. Ele afirma que isto é reflexo de uma sociedade machista e que atinge todas as classes sociais.

“Nós tivemos nestes primeiros meses 17 mulheres assassinadas e este é um número muito preocupante. A violência doméstica tem cada vez mais interagido em qualquer que seja a escala da pirâmide social, sejam pobres, classe média ou classe alta, todas estas classes tem seus representantes nas Varas de violência doméstica”, afirmou.

Para ele, é importante também olhar para o passado para compreender a realidade atual. Ele acredita que a educação, desde a infância, é o que pode mudar esta cultura.



“Estamos inseridos em uma sociedade de cunho patriarcal, sociedade machista, nos temos que observar os fatores históricos , compreendendo que nós temos uma base ligada ao direito romano, onde  a mulher era considerada um objeto. Há até pouco tempo a mulher tinha muito menos direitos. Nós precisamos olhar a história para entendermos porque vivemos esta realidade”.
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