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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Secretário de Mobilidade não descarta rodízio de veículos em Cuiabá; veja entrevista

Foto: Michel Alvim

Secretário de Mobilidade não descarta rodízio de veículos em Cuiabá;  veja entrevista
O secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob), Antenor Figueiredo, disse em entrevista ao Olhar Direto que a capital mato-grossense precisa investir em vias arteriais para acabar com os vários gargalos que existem no trânsito da ‘Cidade Verde’. Além disto, o gestor não descarta implantar o sistema de rodízios de veículos em Cuiabá: “Isso passa pela minha cabeça”.


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Entre outros pontos, o secretário conversou sobre as obras da Copa do Mundo, que – segundo ele – já estão saturadas. Por conta disto, investimentos são necessários. Porém, ‘malabarismos’ precisam ser feitos, já que Cuiabá não é uma cidade planejada e a abertura de vias pode ser “muito complicada”.
 
Antenor tem o objetivo de resolver os problemas do trânsito para pelo menos os próximos dez anos: “Queria fazer para muito mais, só que a nossa burocracia não nos permite isto. Esperamos que a pessoa que sentar nesta cadeira posteriormente, possa dar continuidade aos projetos, com os ajustes que achar necessário, mas que dê continuidade em um trabalho bem feito”.
 
Antenor de Figueiredo Neto, atual secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, graduou-se em Ciências Contábeis em 1993 e possui pós-graduação em auditoria fiscal pela UFMT. Ele atua há mais de 30 anos como auditor fiscal do município e já ocupou o cargo de secretário municipal Trânsito e Transporte Urbano nos anos de 2013 e 2014.
 
Confira abaixo a entrevista completa do secretário ao Olhar Direto:
 
As obras da Copa do Mundo, apesar de todos os problemas que trouxeram, foram necessárias. Acha que apenas elas já resolveram os problemas do trânsito?
 
Apesar de ter vindo em uma hora propícia, estas obras já estão saturadas. Temos que achar um ‘botãozinho’ para apertamos, procurar uma solução. Acredito que precisamos investir em transporte de massas. Cuiabá tem uma frota de 450 mil veículos, quando junta com as cidades vizinhas chega a quase 700 mil.
 
Quais as dificuldades para alcançar esta melhoria nos gargalos da Capital?
 
Uma questão difícil é a ampliação de vias, já que Cuiabá é uma cidade histórica, não foi projetada. Tem construções que não podem ser demolidas, custariam demais, não se faz mais isto hoje em dia.
 
Como resolver questão do trânsito?
 
Quando surgiu o ‘Pinheirão’, a linha expressa, tive depoimentos de pessoas que deixaram o carro em casa para ir de ônibus. Isso porque é uma linha que só tem três pontos de parada, você vem mais tranquilo. Se tivesse mais, outras pessoas deixaram os veículos em casa. É um trabalho a longo prazo, é preciso deixar uma programação, um projeto para o próximo gestor, que deve dar sequência, o que não podemos é olhar para o próprio umbigo.
 
Ainda pensa na possibilidade de implantar o BRT em Cuiabá?
 
Acredito que as linhas expressas podem dar um fôlego maior para o trânsito com menos impacto que o BRT. Acho o BRT melhor, mas eu sou voto vencido nesta questão. Fato é que precisa se investir em transporte coletivo de qualidade.
 
O que está sendo feito para melhorar o ‘trecho da morte’, na avenida Miguel Sutil?
 
Na avenida Miguel Sutil, em frente ao Comper, tivemos acidentes graves, sendo um com óbito. Só de instalarmos os equipamentos – que não estão funcionando ainda – diminuiu a praticamente zero o número de acidentes e até os avanços semafóricos.
 
As motos continuam a ser uma dor de cabeça para os gestores de trânsito?
 
De dez acidentes que temos, nove são com motociclistas. Muitas vezes, quebram um dedo e pegam a vaga de uma pessoa que está em fase final do leito. Temos que investir na tecnologia e blitz. Temos apreendido aproximadamente mil veículos, sendo que 700 são motos. Infelizmente, continuam sendo os campeões de acidente e irregularidade no trânsito.
 
Como a tecnologia pode auxiliar nesta questão?
 
Esses dias, vi um motociclista passar por uma lombada eletrônica na avenida Beira Rio - onde a máxima é de 40 km/h - a 75 km/h e ele estava com a mão na parte de trás da moto, cobrindo a placa. A gente consegue pegá-lo com a ajuda de equipamentos tecnológicos. Tem que ser investido em tecnologia.
 
Há previsão de concurso para a contratação de mais agentes de trânsito?
 
Precisamos de mais estrutura. Temos poucos agentes. Conversei com o prefeito Emanuel Pinheiro de se fazer um concurso. Mas primeiro ainda temos que arrumar a casa. Existe a Lei de Responsabilidade Fiscal, estamos no limite. Mas é algo necessário, preciso de mais pessoas trabalhando aqui, já que tivemos redução de carga horário dos agentes.
 
As mudanças que estão sendo implantadas devem dar um fôlego para o trânsito de quantos anos?
 
Queria que o projeto fosse para mais cem anos, mas hoje isso é quase impossível. Acredito que estamos investindo para mais dez anos. O pessoal fala muito das faixas exclusivas que atrapalha o trânsito. Mas o coletivo precisa ter preferência. As vezes tiro dois ou três carros de uma faixa para que 70 pessoas passem dentro de um ônibus.
 
Pensa em implantar rodízio de veículos em Cuiabá?
 
A questão do rodízio passa pela minha cabeça, não vou te dizer que não. Mas isso é para o futuro, talvez um legado que a gente deixe no fim da nossa administração.
 
Como abrir ‘novos caminhos’ com toda a dificuldade já elencada de se construir vias?
 
Precisamos investir nas vias arteriais. Cuiabá tem muitas destas. Um exemplo: no Belvedere tem 900 metros de uma rua que está sem asfalto que sairá na avenida do CPA. Se finalizarmos isto, quantos carros vou tirar da Estrada do Moinho e avenida das Torres? Temos que investir nelas e estamos fazendo. Acredito que nosso trânsito já melhorou muito.
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