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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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SANGUE NOVO

Coordenador do MBL que “impediu” título a Lula supera ojeriza da política e disputa eleição

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Coordenador do MBL que “impediu” título a Lula supera ojeriza da política e disputa eleição
O jovem advogado Ulysses Moraes (DC), 28 anos, que ganhou destaque no meio político após “impedir” que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse condecorado como cidadão mato-grossense, avaliou que o universo virtual “ficou pequeno” e agora almeja usar a tribuna da Assembleia Legislativa para denunciar casos de corrupção, como vinha fazendo em plataformas digitais.


Coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) em Mato Grosso, Ulysses afirmou em uma de suas redes sociais que a decisão de se tornar candidato foi tomada após perceber a necessidade de renovação na política. “O MBL está há alguns anos trabalhando do lado de fora, mas vimos que só tirando quem está lá que vamos conseguir mudar realmente”, escreveu, na publicação em que anuncia sua candidatura aos seus milhares de seguidores.

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“A gente tem que mudar isso e a única forma de mudar é ingressando. Num primeiro momento nós não queríamos, tínhamos uma ojeriza muito grande pela política. Mas nós tivemos um caso de sucesso: um vereador em 2014, eleito pelo MBL, que foi o Holiday [Fernando Holiday – DEM/SP], que tem dado um grande exemplo em São Paulo”, explicou o advogado.

Ulysses é advogado formado pela Universidade de Cuiabá e faz questão de destacar que apesar da pouca idade já possui currículo com importantes atuações no Judiciário e também na política. Fez parte de uma obra juntamente com Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), além de ser co-autor de projetos de lei, coordenar projetos sociais, e ser autor do único pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) que partiu do Mato Grosso.

Recém filiado ao Democracia Cristã, Ulysses conversou com Olhar Direto sobre a decisão de ingressar na política, avaliou os atuais representantes do poder público em Mato Grosso e defendeu “renovação total” na Assembleia Legislativa, para onde pretende migrar caso eleito.

Veja os principais trechos da entrevista:

Trabalho junto ao MBL e ingresso na política

"Hoje, infelizmente, quando perguntamos à população quem tem de deputado que é utilizado como referencia no Estado, não se escuta falar bem de ninguém.

Foi engraçado essa questão do titulo de cidadão do Lula, porque nós publicamos o vídeo numa sexta-feira e, na segunda-feira todos os deputados estavam dizendo que não tinham visto [o projeto], não tinham lido, ou seja os deputado não fazem o papel deles. Os títulos de cidadão que na verdade deveriam ser um reconhecimento de pessoas que fizeram de fato algo pelo Estado, acabam sendo uma compra de votos institucionalizada, uma premiaçãozinha.

A gente acredita que a renovação é extremamente necessária, tanto é que dentre os nossos projetos nós somos contra a reeleição do Executivo, por exemplo. E o que a gente percebeu foi que quando alguém entra e começa a dar exemplo, outros começam a copiar.

Não chegou a ser uma mudança de postura, nós sempre fomos suprapartidários. Tanto que nós apoiávamos políticos que tinham boas condutas. Enquanto estavam com boas condutas, tinham o apoio do MBL, mas a partir do momento que passar a adotar outro tipo de política o MBL deixa de apoiá-los.

Eu venho candidato a deputado estadual, mas numa eventual eleição o movimento não se acaba. O movimento tem outros coordenadores em Mato Grosso e continua firme e forte trabalhando".

CPI do Paletó

"Temos acompanhado bastante, fizemos manifestações na época, logo que surgiram os vídeos. Temos produzido vídeos praticamente toda semana sobre esse assunto. Nós queremos o Emanuel Pinheiro fora da Prefeitura. Eu entendo que não há mais condições morais para que um gestor continue na Prefeitura depois daquele vídeo.

Nós vamos tentando, temos conversado com vereadores e queremos mostrar quem está do lado da população e quem está do lado do prefeito. Você está apoiando um prefeito que foi flagrado recebendo dinheiro? Então assuma isso perante a população, nós trabalhamos com esse tipo de pressão".

A escolha pelo Democracia Cristã

"A escolha do partido é complicada. Quando falamos de eleição, é uma questão matemática. O MBL vê um partido como um instrumento, até porque boa parte dos partidos perderam sua ideologia.

O Democracia Cristã me agradou por causa do presidente [Aécio Rodrigues], que é um menino novo, que está fazendo um bom trabalho, que assumiu o partido recentemente e, ainda é um dos poucos partidos pequenos que conserva alguma ideologia. É um partido cristão, que defende os bons costumes, que defende a religião e, apesar de vivermos em um estado laico, temos ainda muitos valores cristãos que devem ser preservados.

Eu queria um partido pequeno e que não tivesse corrupção. Eu não conseguiria sustentar um discurso anti-corrupção ao lado de um partido corrupto".

Propostas de campanha

"As nossas propostas de campanha são a redução dos privilégios parlamentares, essa verba indenizatória, por exemplo, é muito alta, é um absurdo. Nós temos, entre as propostas do Movimento, o pacto federativo. O fim do foro privilegiado. Nós queremos que um deputado seja um cidadão comum e deixe de ter regalias.

Hoje eu sou um liberal na economia e um conservador nos costumes. Eu acredito que a família ainda tem determinados valores e a sociedade é livre para fazer o que quiser, cada um vive da maneira como quer. Mas entre as nossas pautas, por exemplo, nós não apoiamos a ideologia de gênero dentro das escolas. Deixe que as famílias eduquem seus filhos".

MBL em Mato Grosso

"Nós estamos avaliando, porque estamos diante de um Governo envolvido em muitos esquemas de corrupção. Se não me engano, ele [Taques] já teve mais secretários presos do que o Silval. E temos vários grupos se articulando. Eu acredito que nós teríamos que ter um nome novo, com uma política inteligente e sem discursos populistas. Hoje nós ainda não temos um nome, ainda estamos analisando. O cenário ainda está muito nebuloso, nós não desconsideraremos nenhum nome".

Ex-juíza Selma Arruda

"Eu, pessoalmente, gosto da Selma enquanto ela foi juíza. Ela foi para enfrentamentos importantes, fez um grande papel na magistratura. Tenho boas expectativas, acredito que possa ser uma candidata que faça a diferença.

O MBL ainda não sabe se irá apoiá-la, não tivemos essa conversa ainda. Da mesma forma que há uma possibilidade de candidatura do Fávaro [ex-vice-governador]. Enfim, se o candidato estiver de acordo com as propostas do MBL, perfeito, não temos problema nenhum em dar apoio.

De outro lado, nós tivemos uma experiência ruim que veio do Judiciário, que foi o Pedro Taques. Mas, a Selma enquanto juíza fez um bom trabalho, pode ser que faça também um bom trabalho no Senado".

O uso da internet na campanha

"Hoje o nosso principal problema é alcançar as pessoas, principalmente quando a gente fala de eleições majoritárias. Nós temos tentado massificar ao máximo as informações corretas via redes sociais, via jornais, a gente tem tentado chegar nos bairros, mostrar o que é política, como funciona a democracia, o que faz um vereador, um deputado.

As redes sociais, hoje, a gente acredita que seja o grande jargão da política. Hoje a plataforma nacional do MBL já tem quase 3 milhões de curtidas e um alcance semanal de 40 milhões de pessoas. A gente acredita que com isso consegue transformar, educar as pessoas. A gente se preocupa com as fake news, mas acredita que a verdade sempre vence".

Inspirações

"Eu sou novo na política, a gente tende a não falar de políticos antigos. Mas não tenho como não ter inspirações e um político que eu vejo como um dos principais no cenário nacional é o Ulysses Guimarães, do qual eu tenho o nome também e que tinha inclusive uma frase épica: política é igual nuvem, cada hora está de um jeito.

Todo mundo tem o direito de errar, quantas pessoas não se decepcionaram? Eu, por exemplo, votei no Pedro Taques, no paladino da Justiça, uma pessoa que eu adorava os discursos. Hoje não tenho mais essa admiração por ele. Não fomos nós que erramos e nós não podemos deixar de acreditar, o importante é saber o momento de deixar de acreditar e de deixar de apoiar".
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