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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Falou que terminaria

Esperada para abril, licitação do VLT segue empacada; modal era promessa de Taques

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Esperada para abril, licitação do VLT segue empacada; modal era promessa de Taques
“Eu tenho o compromisso com o cidadão de terminar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)”. A frase é do governador Pedro Taques (PSDB), proferida em setembro de 2015 e em tantos outros momentos depois que o chefe do Executivo assumiu o seu mandato. É bem verdade que, sempre depois disto, o gestor pregava cautela e dizia que o faria com “responsabilidade”. Porém, já no final do seu mandato, Cuiabá ainda continua com uma cicatriz rasgada no meio, mesmo com alguns curativos utilizados para tentar estancar a sangria.


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O tempo passou e quando um acordo estava próximo de ser acertado entre o Executivo e o Consórcio VLT, uma bomba explodiu: A 'Operação Descarilho', da Polícia Federal (PF), jogou por água abaixo os planos de se continuar a implantação do modal, por conta de denúncias de corrupção na gestão do ex-governador Silval Barbosa.
 
Sendo assim, Pedro Taques resolveu rescindir unilateralmente o contrato com o Consórcio VLT e escolheu o meio mais rápido para tentar desempacar a obra: um novo contrato no formato de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), notícia trazida com exclusividade pelo Olhar Direto. A expectativa é que ele fosse lançado até a saída do ex-secretário de Cidades (Secid), Wilson Santos (PSDB), o que não ocorreu. Por enquanto, ainda é uma incógnita.
 
Em recente entrevista ao Olhar Direto, Taques se eximiu da culpa de não ter cumprido a sua promessa: “Esse erro não fui eu quem cometi, quem cometeu que assuma esta criança”. Porém, o governador também parece ter esquecido que, pouco tempo depois de ter colocado a faixa de chefe do Executivo no peito, lembrava do velho ditado de “quem casou com a viúva, que assuma os filhos”.
 
Na mesma entrevista, ele prosseguiu: “Quando nós assumimos o Governo, nós conhecíamos muito bem o Estado. Mas nem a imprensa investigativa sabia, ou tinha comprovação, que o Silval recebeu dinheiro do Consórcio VLT. Ouviam comentários. Portanto, muita coisa que apareceu nesses três anos ninguém comprovou. Eu, como senador, já falava disso toda semana na tribuna do Senado. Desse mal eu não padeço. Agora, por exemplo, a Copa do Mundo em Cuiabá foi um erro ou um acerto de gestão? Foi um erro! A escolha do VLT foi um erro ou um acerto? Foi um erro. E esses erros não fui eu quem cometi, quem cometeu que assuma esta criança. A história vai demonstrar isso”, declarou o governador, que embora seja contrário ao modal, entendeu que abandonar a obra iria gerar maiores prejuízos ao Estado.
 
Pedro Taques ainda decidiu partilhar a culpa com outros poderes: “Cada dia que eu entrava em uma Secretaria, a partir da minha posse, era um buraco que existia. Fofoca existia na sociedade, até as pedras do rio Cuiabá sabiam que existia corrupção no VLT. Mas se o Ministério Público não tinha comprovação, por que eu teria? A Assembleia, o Tribunal de Contas, ninguém sabia. Essas coisas eu não sabia e não tinha obrigação de saber, porque eu não era mais procurador da República. Agora, por que eu não terminei o VLT o erro é meu? Erro é de quem quis fazer, que roubou no trilho, que montou empresa fantasma para ganhar dinheiro do Estado. Isso foi crime”, condenou.
 
Quando assumiu, Taques disse ter encontrado a cidade com “uma cicatriz rasgada no meio”. Porém, até o momento, a sangria parece apenas ter sido estancada com alguns ‘curativos’. Exemplo disto é o asfalto colocado na avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), onde deveriam estar instalados os trilhos do modal. Cansado de esperar, até o prefeito Emanuel Pinheiro mandou plantar árvores nos canteiros e pretende lançar a nova licitação do transporte municipal sem aguardar o VLT.
 
O VLT
 
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.
 
Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
 
Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.
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