Um grupo de caminhoneiros paralisado no Distrito Industriário, em Cuiabá, na BR-364, afirma que o foco da manifestação mudou, e pede intervenção militar. Segundo eles, a questão vai muito além do preço dos combustíveis, e os manifestantes não vão sair de lá “enquanto não cair o governo”.
Os caminhoneiros já estão em protesto há cinco dias. O governo federal anunciou, na noite da última quinta-feira (24), uma proposta para suspender a greve dos caminhoneiros por 15 dias. Porém, nesta sexta-feira (25) os manifestantes continuam a bloquear pelo menos 26 trechos de rodovias federais que cortam Mato Grosso. Em outros Estados, a situação é a mesma. Vale lembrar que diversos serviços foram suspensos ou reduzidos por conta da falta de combustível. O protesto já dura cinco dias e tem reflexos em diversos setores.
Os caminhoneiros localizados na BR-364, em Cuiabá, se dizem autônomos, sem ligação com nenhum sindicato, e que a questão não é só o preço do combustível, mas que eles querem ‘derrubar’ o governo, e pedem por intervenção militar.
“Combustível é conversa fiada do governo. O governo faz uma proposta e diz que é um acordo, isso não existe! Proposta é proposta, acordo é acordo. Ninguém aceitou a proposta do governo”, disse um deles.
“Aqui não queremos acerto, combustível, mais nada. Queremos que saia esse bando de ladrão e entre isso aqui, ó [apontando para a faixa ‘Intervenção Militar já!] pra população inteira, não é só pra caminhineiro não”, afirma outro. “Há 4 dias estamos aqui, não vamos abrir mão. Segunda-feira o governo cai, não tem o que fazer”, finaliza.
Veja o vídeo:
Entenda
Os caminhoneiros estão passando dia e noite nos pontos de bloqueio. A comida e água que recebem, são de doações. Além disto, acrescentaram que só pretendem desmobilizar o movimento quando o problema for resolvido.
Na manhã da última quarta-feira (23), o presidente Michel Temer se reuniu com ministros para discutir a greve dos caminhoneiros, que acontece em todo o país. A conversa ocorre no dia seguinte ao anúncio da Petrobras de redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. Com esta decisão, o governo espera conseguir negociar com o movimento dos caminhoneiros, que se queixam do preço final do diesel.
Em razão da greve dos caminhoneiros que paralisaram o transporte e o consequente bloqueio nas bases de distribuição, o abastecimento nos postos está comprometido. Com a falta de produto em alguns estabelecimentos, os usuários passam a procurar outros. Além disto, o medo de que acabe o combustível também aumenta a demanda, o que pode esgotar todas as reservas dos postos.
A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã desta segunda-feira (21). Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica. A PRF mantêm o diálogo com os caminhoneiros.
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