Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Cidades

Atenção redobrada

Parados, trens do VLT recebem cuidados diários e secretário lamenta: “poderiam estar rodando”; veja fotos e 360º

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Parados, trens do VLT recebem cuidados diários e secretário lamenta: “poderiam estar rodando”;  veja fotos e 360º
Quase cinco anos após chegarem a Cuiabá, os trens do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ainda continuam confinados dentro do Centro de Manutenções, localizado em Várzea Grande. O que poucos sabem é que as composições recebem atenção e cuidados diários. Os veículos têm manutenção para evitar problemas causados pelo forte sol da capital mato-grossense. O secretário-adjunto do VLT, José Picolli, lamenta que os trens não estejam a serviço da população. “Poderiam estar rodando, ainda estão cheirando a novos”.


Leia mais:
“Não adianta ter o RDC pronto sem a empresa para operar o VLT”, afirma secretário
 
A reportagem do Olhar Direto esteve no Centro de Manutenções e pôde conferir de perto como é feito o trabalho com as 40 composições. Uma equipe é responsável por zelar pelo patrimônio mato-grossense. “Os veículos têm manutenção todo dia. Eu mesmo vou pelo menos duas vezes por semana para acompanhar. São verificadas as borrachas, os trens são movimentados manualmente, porque não podem ficar parados. Cobrimos as principais partes de dentro para evitar problemas causados pelo sol. Não tem nada abandonado aqui”, garantiu o secretário à reportagem.
 
No Centro de Manutenções, também é possível notar que praticamente tudo o que é preciso para dar sequência na obra está no local, apenas aguardando a ordem de execução dos serviços. “Está tudo aqui, só precisamos montar tudo isto na cidade. Nós não tivemos aqui nada mau feito. O que aconteceu foi a paralisação. Você pode ver a qualidade de tudo, os parafusos que estão há mais de cinco anos parecem que foram colocados hoje. Os trilhos estão perfeitos, o que se vê é um pouco de mato, mas que é rapidamente resolvido”, comenta Picolli, que foi responsável pela implantação do VLT no Rio de Janeiro (RJ).
 
“Aqui [no Centro de Manutenções] temos uma área de 64 mil m². Para ter uma ideia, o do Rio de Janeiro tem 15 mil m². Tem um local para guardar os trens, a oficina para que possa ser dada manutenção. É uma cidade que temos aqui, que irá gerar muitos empregos para a população”, explicou o secretário.



A reportagem também teve a oportunidade de entrar nas composições. Dentro, o que se vê é que os veículos estão bem cuidados e ainda com cheiro de novos. Monitores ainda estão com os plásticos de proteção, para evitar que risquem. O maior problema do local é a poeira do lado de fora, o que torna impossível que todos os trens fiquem com a aparência de limpos na parte externa.
 
Além disto, a equipe responsável por cuidar do local também se preocupa com o mato que fica perto dos trens. Periodicamente o matagal é cortado ao redor das composições, para evitar problemas, como um possível incêndio, que poderia fazer os quase R$ 500 milhões gastos com as composições virarem fumaça.
 
“Quando nós vemos esta cena aqui, ficamos tristes. Estes trens estão todos parados, mas poderiam estar rodando. Poderia estar auxiliando o trânsito e dando maior conforto às pessoas. Com o VLT, não teríamos problemas com a greve dos caminhoneiros, já que ele é elétrico. Temos um ótimo serviço para oferecer, que em breve estará pronto para a população”, disse Picolli.


 
Chegada
 
As primeiras composições do VLT começaram a chegar à Cuiabá em novembro de 2013. Na ocasião, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), fez inclusive um ‘desfile’ de carro aberto para mostrar à população os novos trens. Os últimos, dos 40 vagões, chegaram à capital mato-grossense em junho de 2014, pouco antes do início da Copa do Mundo. Até o momento, foram pagos R$ 488.050.000 (98%), dos R$ 497.990.000,00 previstos em contrato.
 
Ao todo são 40 veículos, sendo que cada trem possui aproximadamente 44 metros de comprimento. Ele é composto por sete módulos, com capacidade para transportar até 400 pessoas (por veículo), sendo 77 sentadas. Todos eles foram importados da Espanha e chegaram de navio até o porto de Santos, depois foram transportados em carretas até a capital mato-grossense.



VLT
 
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.
 
Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
 
Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.

Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet