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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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NA FILA DE ESPERA

Com quase 300 kg, desempregado pede ajuda para conseguir cirurgia bariátrica

Foto: Olhar Direto

Com quase 300 kg, desempregado pede ajuda para conseguir cirurgia bariátrica
Diabetes, pressão alta, dores constantes nas costas, dificuldade para caminhar e para dormir. Estes são apenas alguns dos sintomas que o desempregado Joilson Souza, de 38 anos, sente diariamente, desde que ganhou peso e chegou à obesidade mórbida com quase 300 quilos. Atualmente ele está cadastrado na Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SMS), para fazer a tão sonhada cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como redução de estômago.


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Embora ele esteja na fila há cerca de um ano, o sonho de Joilson pode nem chegar a se concretizar, já que mais de 1.100 pacientes ainda aguardam por uma consulta, para posteriormente serem encaminhados ao procedimento cirúrgico, o último recurso contra a obesidade.  Mas, segundo ele, os médicos disseram que o tempo de espera pode durar de cinco a dez anos. Tempo que talvez ele não tenha, já que seu caso é considerado de emergência. 
 
Joilson sempre foi uma criança de aparência magra, que cresceu e vive até hoje no bairro Mapim, em Várzea Grande. Ele começou a ganhar peso após sofrer um acidente de carro. À época, ele trabalha numa marmoraria e tinha 17 anos. Com algumas complicações, ele permaneceu um mês e meio de cama. Quando percebeu, já havia engordado consideravelmente e começou a se sentir constrangido sempre que saia de casa.
 
“Não lembro quantos quilos engordei, mas foi muito rápido. Fiquei de cama muito tempo. Um mês e meio por ai. Eu fiquei internado, me deram alta, mas depois eu passei mal de novo, voltei para o hospital. Fiquei mais ou menos um mês e meio na minha cama. Eu não consegui mais trabalhar. Eu não conseguia mais nada. Tudo que fazia ficava muito cansado”, lembra.
 
Já atingido pela obesidade, um dos dez principais problemas de saúde publica do mundo, envolvendo fatores genéticos, metabólicos, comportamentais, emocionais, culturais e sociais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o desempregado, além da saúde física afetada, estava abalado psicologicamente.  Quadro que se agravou ainda mais, quando seu pai faleceu. Ele também sofria de obesidade, no entanto em um grau menor, que ele não soube informar. Além disso, também tinha alguns problemas de saúde, inclusive no coração, que o levou a óbito sozinho, nas dependências de sua casa. O corpo só foi localizado após três dias, quando vizinhos sentiram o mau-cheiro.
 
“Numa segunda-feira ele entrou e desapareceu. Ninguém mais viu ele, todo mundo perguntando, a porta estava fechada. Na quinta-feira feira sentimos um mau-cheiro e foram arrombar a porta e acharam ele morto dentro de casa”, lamentou.
 
Filho de pais separados, Joilson sempre viveu com a mãe, Ana Petronilha de Souza, de 65 anos, a única que possui renda fixa, um salário mínimo. Além dela, também moram na casa um irmão e sobrinho.
 
O desempregado contou ao Olhar Direto, que quando fez a última pesagem, há 15 anos, ele estava com cerca de 150 kg. Atualmente, o médico que ele consultou estima que ele esteja pesando pouco mais de 250 kgs. A balança especifica para pacientes obesos só é encontrada no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, referência na cirurgia bariátrica, onde são feitos 20 procedimentos por mês.
 
Espera
 

Sem conseguir se locomover através do transporte público e nem mesmo de carro, Joilson havia conseguido ajuda de uma assistente social. A esperança e ansiedade acenderam uma chama em seu coração, depois que ela teria confirmado seu nome na lista da Central de Regulação. No entanto, passaram se os anos, e sem nenhuma ligação da unidade, sua prima foi até o Hospital e descobriu que ele nunca havia sido inserido na lista.
 
“Pensamos que já estava há mais tempo. Porque uma assistente social veio aqui, falou com ele e disse que o nome dele já estava indo para lista do SUS no Metropolitano. Quando minha prima começou a mexer de um ano para cá, fomos procurar na Central de Regulação e não tinha nem vestígios dele por lá. Ele começou a fazer tudo de novo”, explicou a irmã, Sueli de Souza, de 35 anos.
 
Com ajuda de uma prima, Joilson conseguiu marcar uma consulta com endocrinologista. “Agora ele realmente esta na fila do SUS esperando para poder começar. A gente foi se informar, e quando ele começar os procedimentos no Hospital Metropolitano, depois de um ano para ele poder começar a entrar na fase da cirurgia. Mas a gente achava que estava há mais tempo. Estávamos esperando, né? A assistente social veio, tirou os dados dele, pegou papéis e falou que já estava na lista do SUS. Nós estávamos esperando. Quando fomos correr atrás não tinha nada”, lembrou.
 
Depois que conseguiu passar pelo endocrinologista, Joilson recebeu um receituário para medicamentos manipulados, que ajudam no controle da fadiga e até mesmo na redução da fome. “O médico passou, e a gente conseguiu comprar uma caixa de remédio, mas acabou. A gente tá correndo atrás de outra receita, porque ele se sente melhor. É 300 e pouco. Tira 300 e pouco de uma aposentadoria, de um salário. São manipulados. Os remédios devem ser comprados de dois em dois meses. Ai a gente vai ao médico de novo, para pegar a receita e continuar comprando. Isso já amenizou bastante, desde que ele começou a tomar diminui a fadiga, o cansaço, amenizou a fome, melhorou bastante. A gente vai atrás da receita para ver se consegue algum patrocínio para comprar o remédio novamente”, assevera Sueli.



Enquanto aguarda na fila da Central, Joison diz que não tem uma dieta equilibrada, porque não tem condições de comprar carnes com baixo teor de gordura, ou alimentos mais saudáveis. “O dinheiro dá para comprar arroz, feijão e uma carne”, diz.

Sem condições de se locomover, Joilson passa grande parte do dia deitado em uma cama reforçada, que ele mesmo construiu. Às vezes ele também caminha até um sofá, com um colchão em cima, que fica na área externa da casa. Outro fator apontado por Sueli é quanto à locomoção. Se ele conseguir a bariátrica, precisará fazer o transporte por meio de uma Van, pois veículos de passeio não o comportam.
 
Quem tiver interesse em ajudar Joilson com aquisição de medicamentos e até mesmo com acompanhamento médico, pode entrar em contato através do seguinte telefone: (65) 65 9273-5527
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