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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Delegado vê desespero em justiça com as próprias mãos: “contratam ex-PMs para matar bandidos”

Foto: Polícia Civil

Delegado vê desespero em justiça com as próprias mãos: “contratam ex-PMs para matar bandidos”
O diretor da Academia da Polícia Civil de Mato Grosso, delegado Carlos Fernando da Cunha Costa, entende que a justiça com as próprias mãos acontece no momento em que a sociedade se vê desesperada com a situação em que vive. Para ele, como não veem saída, as pessoas resolvem partir para o justiçamento: “Vejo que comerciantes tem contratado ex-policiais para matar bandido. Isto acontece aqui em Mato Grosso, vimos em Várzea Grande”. Cunha é o responsável por formar novos policiais no Estado.


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“Sou contra matar bandido, mas isto é um momento de desespero da sociedade que tenta se defender. Vejo que comerciantes tem contratado ex-policiais para matar bandido. Isto acontece aqui em Mato Grosso, vimos em Várzea Grande. Outro dia, vi na televisão uma imagem de dois caras de moto que matam um cara na rua em São Paulo. Quando bati o olho, vi que eram PMs. Eu já fui militar, sei como é a postura, a abordagem”, comentou em entrevista ao Olhar Direto.
 
Cunha relatou que ainda que comerciantes já chegaram chorando para ele dizendo que não aguentavam mais a situação pela qual passam: “São assaltados várias vezes.  Se o problema é social ou não, não sei. É algo criminal. Não é porque alguém criou um discurso de que ele [bandido] é uma vítima da sociedade, que pode matar meu filho, entrar na minha casa e sair impune”.
 
Cunha ainda lembrou de uma prisão que fez, pouco antes de deixar as unidade operacionais: “Uma vez, me lembro de ter prendido um ladrão em flagrante, com testemunhas e objetos. Ele tinha 15 prisões em flagrante. Dois dias depois, ele apareceu com o advogado, em liberdade, para pegar suas coisas. Fizemos tudo como manda o procedimento e estava solto em menos de 48 horas”.
 
“Hoje, nem o flagrante mantém mais a pessoa presa, porque existe a audiência de custódia, que nem está na lei. Foi uma criação dos próprios juízes, mas somos obrigados a nos submeter a isto. É o magistrado que vai decidir se transforma em preventiva ou não. Estão soltando todo mundo, temos um problema cultural”, finalizou o delegado.
 
O delegado possui graduação em Direito pela Universidade São Francisco (1996), especialização em Direito Penal e Processual Penal pela Escola Superior do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, em convênio com a Universidade de Cuiabá (2007) e especialização em Prática Pedagógica no Ensino Superior pelo Centro Universitário Cândido Rondon (2011).
 
Além disto, também tem especialização em Gestão de Segurança Pública pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso (2015) e mestrado em Direito Agroambiental pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (2012).
 
Atualmente, é delegado de classe especial na Polícia Civil, onde exerce a função de Diretor da Academia de Polícia, tendo lecionado Direito Penal no Centro Universitário Cândido Rondon, e na Faculdade para o Desenvolvimento do Estado do Pantanal Mato-grossense, em Cuiabá - MT. Tem experiência nas áreas de Direito e Processo Penal, Direito Ambiental e Administrativo Disciplinar.
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