Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Política MT

SEM SECTARISMO

WF pede que eleitores comparem trajetória dele e de Taques no Senado: só fazia discurso de efeito

Foto: Rogerio Florentino/Olhar Direto

WF pede que eleitores comparem trajetória dele e de Taques no Senado: só fazia discurso de efeito
Conhecedor como poucos dos corredores do Congresso Nacional, o senador Wellington Fagundes (PR), pediu para que o eleitor compare sua trajetória em Brasília com a do governador Pedro Taques (PSDB), que também já ocupou cadeira no Senado e agora é seu adversário nas urnas na corrida pelo Paiaguás. A declaração de Fagundes foi uma reação à alegação do tucano, que o chamou de “desinformado” por estar sempre na capital federal.


Wellington foi deputado federal por seis vezes consecutivas, exercendo o cargo na Câmara dos Deputados por 24 anos. Em 2014, foi eleito senador e agora, quatro anos antes do fim de seu mandato, tenta se eleger governador de Mato Grosso. Taques, por sua vez, esteve em Brasília entre os anos de 2011 e 2014, quando deixou a senatoria – também quatro anos antes do fim de seu mandato – para se tornar governador.

Leia mais:
- Taques culpa divórcio por queda de patrimônio e afirma que dívida de Mauro é “hipocrisia”
- Fagundes se apresenta como legítima oposição a Taques e critica governo "absolutista"

“É só comparar. Quem foi o Pedro Taques como senador e qual é a ação do Wellington como senador? O que ele fez por Mato Grosso, enquanto senador, a não ser discurso com frases de efeito?”, questionou o republicano, se colocando como um parlamentar, segundo ele, “municipalista”. “Isso tudo me diferencia muito do Pedro, porque a minha vida não é só como senador”.



No dia em que se iniciou oficialmente o período eleitoral, Fagundes conversou com a reportagem do Olhar Direto e não poupou críticas ao adversário tucano. A mudança de tom no discurso do parlamentar marca o pontapé da campanha de quem acredita poder vencer as eleições em primeiro turno.

Fagundes falou de suas propostas, das articulações que envolveram a formação de seu arco de aliança – como a saída do MDB e o licenciamento de Cidinho Santos do PR – e adiantou qual deve ser o foco de sua propaganda eleitoral nos próximos dias.

Confira a íntegra:

OD – O senhor adotou uma postura durante a pré-campanha que algumas pessoas chegaram a classificar como apática. Hoje a campanha começa oficialmente, a estratégia deve ser a mesma?

Fagundes - Eu vou fazer uma campanha de alguém que tem experiência política, vivida durante 20 e poucos anos, aprendendo a cada dia, para que essa experiência possa ser a base de um Governo que quer governar para todos. A campanha não pode ser um momento de arrumar inimigos, tem que ser o momento da população conhecer o que cada candidato pode fazer para melhoria da qualidade de vida da população.

OD – Recentemente o senhor classificou a gestão de Pedro Taques como "absolutista e sectária". Em resposta, ele disse que o senhor era “desinformado” por viver sempre em Brasília. Qual a sua tréplica sobre este assunto?

Fagundes - É só comparar. Quem foi o Pedro Taques como senador e qual é a ação do Wellington como senador? O que ele fez por Mato Grosso, enquanto senador, a não ser discurso com frases de efeito? A minha característica é de ser um parlamentar municipalista, que vou aos municípios, que converso com as comunidades e que vou ao encontro dos problemas para arrumar solução. Essa é a vida do Wellington. Mesmo o Pedro não querendo a parceria, eu sempre disse que não ia fazer a política do quanto pior melhor. Eu trabalhei muito pelo FEX, não fosse esses recursos vindo para Mato Grosso com certeza o Estado estaria numa situação de caos muito maior, o servidor público não teria sequer salário. Aliás, o Governo já anunciou que no final do ano – quem disse isso foi o secretário Muller – não vai ter como pagar os salários. O que é isso? Isso tudo me diferencia muito do Pedro, porque a minha vida não é só como senador.

OD – O senador Cidinho Santos, que pediu licença do PR para coordenar a campanha do Mauro Mendes, afirmou que os senhores têm um compromisso de estarem juntos  em um eventual segundo turno contra o Pedro Taques. O senhor confirma este acordo?

Fagundes - Meu compromisso acima de tudo é com a população. Eu quero mostrar que eu tenho condições, que eu me preparei para isso e posso ser o governador para ganhar no primeiro turno. A eleição é uma disputa, mas eu não vou fazer dela a construção de inimizades. Vocês viram que até agora eu não fiz nenhuma crítica, porque o meu partido tomou essa decisão. E eu acho que a política se constrói respeitando as pessoas, inclusive nas adversidades de pensamento. Eu não vou deixar de ser amigo do Cidinho porque ele não está me apoiando. Eu quero que ele me apóie no futuro. E quem sabe no primeiro turno ainda ele mude de ideia?! Esse é o meu propósito: conquistar. É por isso que a nossa chapa é tão plural. Nós temos uma candidata ao Senado que é uma ex-reitora de esquerda, um outro candidato que é do agronegócio. E eu fiz questão, foi uma exigência minha, de que a minha vice fosse uma mulher. E ela é uma mulher excepcional, competente, que tem um histórico de vida que eu espero que todos conheçam durante a campanha. Isso faz parte até do mundo que nós vivemos hoje. A participação da mulher é fundamental. A minha esposa sempre teve um papel fundamental na minha vida. A Sirlei é uma das pessoas que mais conhece da questão da segurança no Estado de Mato Grosso.



OD – E como ficou a questão do MDB? O senhor se deu por satisfeito com as declarações públicas de apoio do Emanuel Pinheiro?

O apoio de todos é bem-vindo. Eu não faço nenhuma discriminação, nem de cor, nem de credo. Eu sou de fazer amigos e de preservá-los. E digo mais, o adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã. Um governador precisa discutir. Olha o caso do VLT, o maior problema foi não se discutir com os prefeitos. O Governo tomou sua decisão unilateral, saiu rasgando Cuiabá e virou todo esse transtorno. Obra parada gasta dinheiro. Tinha que mandar fazer as auditorias sim, mas continuar trabalhando. Obra inacabada não serve para nada, é um prejuízo maior para a sociedade. A decisão tomada sozinha é sempre muito perigosa. Eu não tenho inimigos, sou um homem de consenso e sempre vou continuar buscando ter um bom relacionamento com todos.

OD – Como se deram as articulações para a formação do seu arco de aliança?

Fagundes - Como político eu sempre procurei me relacionar muito bem, tanto aqui em Mato Grosso como lá em Brasília. Eu estava na insistência para mostrar nas bases que eu era a melhor opção para o Governo. E claro a minha exigência, quase intransigência, de que eu não abriria mão de ter uma vice que fosse mulher. E nós encontramos no PV a Sirlei que tinha toda essa competência, isso foi fundamental. Todos sabem que durante 15 dias eu praticamente não dei entrevistas, quero agradecer inclusive a vocês profissionais que souberam entender. Eu sou assim, não sou um homem de ficar adiantando, falando aquilo que não tenho. Mas eu disse sempre que nós iríamos formar uma aliança forte e que tivesse confiança para mostrar à população que nós somos o melhor. Nós queremos ir até o problema e encontrar a solução através dessas parcerias, porque ninguém faz nada sozinho.



OD – Até o momento as pesquisas têm apontado o senhor como o terceiro lugar na lista de candidatos ao Governo, em alguns casos empatado tecnicamente com o segundo colocado – Pedro Taques. Qual deve ser a tática para crescer nesses levantamentos?

Fagundes - Primeiro de tudo eu sou uma pessoa cautelosa. Eu sempre fui uma pessoa que soube esperar o momento certo. Vocês que me acompanham, é importante que saibam que todas as eleições que disputei quando termina eu vou lá estender a minha mão. Nós somos eleitos para trabalhar, mas é difícil trabalhar quando você elege o adversário como inimigo. Eu sou confiante e tenho certeza que essa construção que foi feita com muita calma, com muita tranqüilidade, que me permitiu ter 10 partidos importantes e que somam o maior tempo de TV, onde nós vamos ter tempo de mostrar a nossa vida, o nosso programa de Governo, aquilo que nós podemos fazer acima de tudo lá na ponta, onde está o cidadão. Cuiabá é uma cidade que tem gente de todo o Brasil e de todo o interior. Todo lugar que você anda tem alguém que veio de uma cidade do interior e que conhece a minha história. Então, eu tenho certeza que nós vamos ter o tempo necessário para mostrar principalmente para a população toda a minha trajetória de vida. Normalmente quando você começa lá encima, a tendência é cair. Por isso essa pontuação me coloca em uma condição de viabilidade, mesmo que em segundo turno. Mas eu quero trabalhar para vencer ainda no primeiro turno. Nós também temos as nossas pesquisas internas e eu tenho certeza que nós vamos continuar crescendo.

OD – Falando das propostas do senhor. Qual devem ser suas ações, caso eleito, na área da Saúde, por exemplo, que é uma das mais carentes do Estado?

Fagundes - Nós precisamos ter o servidor público como parceiro, ele não pode estar amedrontado como está hoje, porque a opressão encima do servidor está muito grande. E esse servidor votou em massa no Pedro Taques, existiu uma expectativa muito grande, mas o que se vê hoje é uma frustração. As Secretarias do Estado não estão falando entre si. Então, qualquer área do Governo, seja Saúde, Educação, elas têm que estar uma próxima da outra, uma ajudando a outra. E a Saúde você vai melhorar ela justamente com as parcerias, valorizando na base. Porque Cuiabá hoje, pela falta da saúde básica no interior, tem recebido um volume de gente todo dia que o Pronto-Socorro não agüenta mais. Eu já trouxe até o ministro para ver aquilo lá, as pessoas estão nos corredores, em macas, morrendo. E ainda mais, nós temos um hospital Universitário pelo qual eu trabalhei com a Maria Lucia que era reitora na época, com mais de R$ 80 milhões parados na conta do Estado há quase 4 anos. Nem a licitação o Governo fez. Quando o Pedro entrou, se ele tivesse feito de cara essa licitação, nós já tínhamos esse hospital pronto. E olha o peso que tiraria do Estado, porque esse hospital é custeado pelo MEC, por ser universitário. O Julio Muller também, era pra ter construído o Centro de Nefrologia e está lá o esqueleto de 4 andares, porque o Governo do Pedro devolveu os recursos. Então, não é falta de dinheiro, é falta de gestão. Mato Grosso precisa de mais do que um gerente, ele precisa de um governador que seja humano, que conheça a realidade de cada um. Não alguém enclausurado lá no Palácio.

OD – Ainda sobre essa questão da saúde, no ano passado os senhores da bancada federal empenharam emendas para tentar amenizar a crise aqui no Estado, mas novamente estamos vendo os hospitais, a exemplo dos filantrópicos, volta e meia anunciando suspensão dos atendimentos. O que o senhor acha que está acontecendo e qual sua proposta para este caso?

Fagundes - Falta de diálogo e falta de cumprir a palavra. Um governante tem que cumprir com o que diz, a palavra dada tem que ser lei. Pior ainda, não pode um governante assinar um documento como o governador fez – isso foi um gesto de crédito que nós demos a ele no ano passado – e não cumprir. No ano passado o Max foi lá, que na época era secretário da Casa Civil, e a nossa intenção, nós da bancada, era de destinar esses recursos de R$ 150 milhões em emendas para as filantrópicas e também para os municípios. Mas pelo apelo do Governo, o Max esteve lá falando conosco, a crise estava tão grande, que eu fui um dos líderes por este movimento. Eu reuni todo mundo e falei: “gente vamos compreender o momento e dar um crédito de confiança para o governador?!”. E assim fizemos. Fizemos um documento que está assinado pelo governador, assinado por toda a bancada, de que os recursos seriam transferidos para o Estado para resolver o problema de imediato, porque ele não pagava nem as Prefeituras. E depois o Governo devolveria esses recursos, principalmente para o Pronto-Socorro de Cuiabá. Ele não cumpriu o que está assinado, tanto é que tem uma ação do MPF agora questionando para onde foram esses recursos. Um governante tem que cumprir com a sua palavra. Quando um governador se distancia de quem pode ajudá-lo, porque a bancada está ali para ajudar Mato Grosso, nós fomos eleitos pelo povo para isso. Por isso eu digo, eu não trabalho com o quanto pior melhor, mesmo o governador não querendo ser nosso parceiro.



OD – Outra crise enfrentada pela atual gestão foi com relação ao pagamento dos servidores, que até hoje vem sendo realizado somente no dia 10, e que causa constantes reclamações. O senhor pretende voltar a pagar os servidores no dia 30?

Fagundes - Não só pretendo como isso é um compromisso. Eu sou empresário há 39 anos, me formei com 22 anos e montei o meu negocio com a ajuda da minha família, e meus primeiros servidores são meus amigos até hoje, inclusive na mesma atividade porque eu os incentivei. A São Francisco de Assis, a Agroboi, lá em Cáceres um dos maiores empresários do ramo, trabalharam todos comigo e eu os incentivei a montar o seu negocio. Eu quero acima de tudo ser um governante que traga tranquilidade para o servidor. Como comerciante eu aprendi isso, você tem que ter um corpo para atender bem ao cidadão. Eu já disse isso, assim que tomar posse vou convidar a todos para analisar como nós vamos fazer para ter mais eficiência, para que o servidor se sinta estimulado, para que as Secretarias se ajudem. O servidor não é um peso para o Estado, muito pelo contrário, ele tem que ser o grande aliado do Governo. Meu compromisso é: nunca atrasei salário. O pagamento em dia é até o dia 10, mas eu quero sim fazer o pagamento no final do mês. Vou fazer todos os esforços e os servidores serão meus parceiros, porque eles têm conhecimento da arrecadação do Estado. São eles que devem fazer o diagnóstico e nos dizer quais são as prioridades. Porque não pode acontecer como hoje, por exemplo, criar o Fethab e o Governo desviar. Pior ainda, o recurso do Fundeb, que era para a educação das nossas crianças e o Governo retirou, cometeu um crime de responsabilidade fiscal, as prefeituras no final do ano quase todas ficaram inadimplentes. O Governo tem que ser obediente à lei.

OD – Esta semana o governador apresentou um novo projeto do Rodoanel e comentou que a demora em retomar as obras se deu por conta da necessidade de refazê-lo, porque estava mal feito. O senhor sempre esteve à frente dessa obra, o que achou da declaração de Taques?

Fagundes - Ele não está completamente errado. Mas quando você projeta uma obra e ela demora para acontecer, principalmente quando se trata de obra urbana, ela recebe impactos e precisa de adequação. O projeto era de 10 anos atrás, é obvio que ele precisava ser readequado. Nós encontramos – e eu digo nós, porque batalhei muito por isso - uma solução que teria o mesmo custo e traria uma obra de muito mais qualidade que é colocar concreto ao invés de asfalto. Uma obra que poderia durar 10, 8 anos, vai durar 30 anos. Nós encontramos a solução, fizemos a recomendação, mas o dinheiro ta lá na conta. R$ 110 milhões estão parados há quase quatro anos. Quatro anos para readequar um projeto é ineficiência. Nós sempre nos oferecemos para sermos parceiros e ele nunca quis dialogar. A única vez que ele esteve no Ministério do Transporte foi para dar piti, foi para arrumar uma briga com o ministro e comigo, porque ele disse que o ministro estava demorando a atendê-lo. O ministro estava em reunião com o presidente da República e depois, quando o presidente novamente convidou o ministro para ir ao gabinete, ele achou que era encenação. Fez a maior briga, isso não constrói. Quem ganha tem que ter mais humildade do que quem perde, porque precisa agregar, tem que trazer inclusive quem perdeu para lhe ajuda. Você não pode fazer do perdedor um humilhado.

OD – Falando de política, o senhor é um dos candidatos que talvez terá mais dificuldades de administrar seu palanque de presidenciáveis, devido o volume de nomes. O senhor tem algum candidato predileto?

Fagundes - Essa é a capacidade que nós demonstramos de dialogar. Se eu tiver a oportunidade de ser eleito, qualquer um que ganhar eu vou lá para cobrar o que é de direito de Mato Grosso. Não vai ser o meu voto que vai decidir a eleição, é o voto da maioria dos brasileiros. Mas eu serei um governador, junto da bancada, que estará em Brasília cobrando o presidente. E quero ir com todos os eleitos, independente de cor partidária. Todos os candidatos da nossa coligação são meus amigos. E até mesmo o Bolsonaro, eu convivi com ele por uns 20 anos, embora cada um tenha o seu estilo. Ele se apresenta nesse momento como um candidato de direita e ele deve trabalhar nessa linha. Mas existe a esquerda e é aí que entra a pluralidade da nossa coligação, porque eu tenho a direita, a esquerda e sou de centro. Então eu acho que não terei dificuldades de conversar durante a campanha, muito menos depois. É quase certo que na eleição presidencial nós teremos dois turnos, quem não tiver capacidade de dialogo dificilmente vai ter apoio no segundo turno. Meu voto será decidido junto da população. Eu quero ouvir a todos, ouvir a proposta de cada um, mas não vou pedir que meus eleitores votem nesse ou naquele, porque essa decisão cabe a cada um. Mas eu vou chamar a responsabilidade de cada um para que não votem em branco, porque é a partir do voto que nós podemos fazer a transformação que nós queremos.

OD – O senhor já deve estar se dedicando a elaboração de sua propaganda eleitoral, que começará a ser veiculada nos próximos dias. Qual deverá ser o foco do seu programa?

Fagundes - Vamos falar de pessoas. Não adianta falar de obra e não dar o básico. O cidadão só quer atenção naquilo que é imprescindível: ter saneamento, ter saúde. O governador disse que não tem compromisso com os filantrópicos, meu Deus! Eles ajudam tantas pessoas. O gestor tem que ir lá na ponta. E esse será o meu Governo, próximo das pessoas, eu quero o cidadão dentro do Governo. Sem prejudicar nenhum setor.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet