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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Cemitério centenário guarda grandes nomes de Mato Grosso; confira

Foto: Reprodução

Cemitério centenário guarda grandes nomes de Mato Grosso;   confira
O mais antigo cemitério municipal de Cuiabá, o Nossa Senhora da Piedade, resiste com o passar dos anos para guardar a lembrança do Estado e zelar pelo descanso dos que ali jazem. Entre os labirintos de lápides, suntuosos mausoléus dividem espaço com jazigos mais humildes – tal como seria ainda em vida. Cada canto suspira história, seja de pessoas anônimas ou de figuras do meio político e artístico.


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A inscrição de 1815 cravada na entrada revela a idade do cemitério. “Quando começou Cuiabá, já tinha os quilombolas que eram sepultados aqui. Aqui era tudo mato, ninguém sabia. Como Cuiabá foi crescendo, o arraial dos Freitas foi chegando, se descobriu aqui. E foram sepultando, virando o cemitério do primeiro distrito”, conta a história do local o sepultador e atual administrador, Sílvio Lourenço de Souza.

É no Dia de Finados, comemorado anualmente em 2 de novembro, que a Piedade, como é chamado o cemitério por visitantes mais assíduos, ganha grande movimentação. São realizadas missas para os católicos, culto para os evangélicos e encontros para os espíritas. Além das mulheres e homens que vendem flores e jarros, há também o prenúncio de cautela: várias pessoas de funerárias tentam vender ou mostrar seus planos.
 

Nos corredores tortuosos e por vezes de difícil acesso, chamam a atenção lápides monumentais, como a da Baronesa de Diamantino, feita toda em mármore, com inscrições que indicam nascimento em 1846 e falecimento em 1878. Caminhando despercebido, vez ou outra percebe-se nomes já antes conhecidos, como de políticos ou artistas. Porém, nota-se também, túmulos abandonados.

Além da Piedade, a Capital conta com mais dois cemitérios históricos: Porto e Coxipó. Atualmente, na Piedade são 12.800 sepultados e 4.900 jazigos, já no Porto são 4.000 sepultados e 2.200 jazigos e Coxipó 3.000 sepultados e 1.002 jazigos. Piedade e Porto não possuem mais espaços para novos sepultamentos. Estes são realizados somente se a família possuir sepulcro.

Conheça algumas das lápides de figuras ilustres:
 

Augusto de Leverger, o Barão de Melgaço (1802 – 1880)

Um dos mais ilustres túmulos do Cemitério da Piedade é de Augusto de Leverger. Francês, ele chegou a Cuiabá navegando pelo rio Paraguai. Aqui, casou-se e permaneceu. Era militar, engenheiro e foi de sua autoria o primeiro mapa de Mato Grosso. Na sua lápide, está cravado a carta geográfica de Mato Grosso.
 

Estevão de Mendonça (1869 – 1949)

Em um túmulo simples, repousa o historiador Estevão de Mendonça, que faleceu em 1949, aos 80 anos. Na lápide, as inscrições narram que ele “nasceu na madrugada de Natal”. Historiador respeitado, integrou o quadro dos sócios fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, em 1919, assim como, na mesma categoria, o do Centro Mato-Grossense de Letras, ancestral da Academia Mato-Grossense de Letras, no ano de 1921.  

Rubens de Mendonça (1915 – 1983)

Ao lado do pai, Rubens de Mendonça descansa. Também historiador, poeta e jornalista, Rubens de Mendonça é considerado o maior expoente da historiografia mato-grossense, tendo publicado 38 livros. Como jornalista contribuiu e atuou nos maiores veículos da mídia impressa como Correio da Semana, O Estado de Mato Grosso, Correio da Imprensa e Diário de Cuiabá. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e à Academia Mato-grossense de Letras.
 

Dante Martins de Oliveira (1952 – 2006)

“Jamais seremos um povo livre enquanto tivermos um só brasileiro analfabeto, um único compatriota desempregado, uma única criança passando fome nas ruas ou favelas”. É a frase cravada na lápide do 51º governador de Mato Grosso. Político mato-grossense, Dante de Oliveira ficou nacionalmente conhecido pela autoria de uma emenda constitucional que levou seu nome, propondo o restabelecimento das eleições diretas para presidente da república, num movimento que resultou na campanha das Diretas Já.

Garcia Neto (1992 – 2009)

Apesar de ter nascido em Sergipe, Garcia Neto fez muito pelo estado de Mato Grosso. Formado em engenharia civil pela Escola Politécnica da Bahia, chegou ao estado como funcionário do Ministério da Fazenda. Garcia Neto também já foi prefeito de Cuiabá pela UDN em 1954 quando foi eleito e acumulou o cargo de presidente da Associação dos Municípios da Amazônia Mato-grossense. Em 1960, foi eleito vice-governador de Mato Grosso pela UDN na chapa de Correia da Costa para mandato de cinco anos. Indicado em 1974 pelo então presidente Ernesto Geisel, Garcia Neto assumiu o comando do Estado em 1975 e ficou no cargo de governador até 1978. Neste período, o governo Federal sancionou a lei que dividia o estado e criava Mato Grosso do Sul, porém a divisão de fato ocorreu em 1979.
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