O músico Altino Neto de Souza Godinho, que é conhecido como ‘Dj Neto Kdáver’, deu sua versão dos fatos ao Olhar Direto na tarde deste sábado (3). A polícia apontava o rapaz de 34 anos como suspeito de ajudar na fuga do motoqueiro Pedro, que feriu o soldado da PM Rafael Benedito Siqueira em um bar localizado na Praça da Mandioca, durante a madrugada de sexta-feira (2). O músico, no entanto, negou que tenha auxiliado na fuga e que seguiu para casa acompanhado de um outro amigo da cidade de Primavera do Leste.

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Após ser acionada, minutos depois dos fatos, policiais militares estiveram na sede do clube de motociclistas ‘Abutre’s’ na região central de Cuiabá e em algumas residências na cidade de Várzea Grande, onde conseguiram em uma delas, no bairro Costa Verde localizar Altino Neto. Ele foi encaminhado à Central de Flagrantes para prestar esclarecimentos sobre o caso, mas não chegou a ser autuado por nenhum tipo de crime. Logo após ele foi liberado. Ele ainda asseverou que colaborou com as investigações.
 
Altino disse que minutos antes da confusão teria visto Pedro conversando com uma garota. Pela conversa, ambos pareciam já se conhecer, segundo ele. Uma amiga teria aparecido por pensar que estaria acontecendo algo, mas a garota permaneceu ao lado do motoqueiro. O Dj relata que o PM apareceu, não se identificou como militar e apontou a arma em direção de Pedro. Logo após, ele teria visto um tumulto, mas achou que a situação estaria sendo revolvida pelos seguranças da casa. Ele afirma que depois disso não viu mais Pedro. “Estou tranquilo em relação a isso”, ponderou.
 
O grupo Abutre’s MC, por meio de nota, diz repudiar toda e qualquer atitude violenta e fora da conduta moral que rege a sociedade e nem compactuar com esse tipo de desinteligência, que vai contra tudo que é pregado na trajetória de quase 30 anos do clube.
 
“Esperamos que o fato seja apurado devidamente e que os culpados sejam responsabilizados. Não sabemos o paradeiro do agressor, que é natural de São Paulo e nos colocamos a disposição para qualquer contribuição na investigação que venha a ocorrer. O que não podemos é aceitar que todo o clube seja agora julgado por um ato impensado e irresponsável de um de seus membros”, diz trecho da nota.
 
Vídeo mostra início da confusão
 
Um novo vídeo, que circula nas redes sociais, mostra o início da confusão. Segundo relato do PM, que consta no boletim de ocorrência, ele teria tentado proteger uma amiga que estava sendo arrastada para o banheiro por três homens, que seriam membros de um famoso clube de motociclistas. O vídeo, no entanto, mostra o motoqueiro conversando com uma garota e logo após ambos se beijam.
 
No vídeo de pouco mais de um minuto, é possível ver a movimentação no interior do bar onde tudo aconteceu. Uma garota está perto de três rapazes e ao que tudo indica conversando com o motoqueiro identificado como Pedro. Uma amiga se aproxima e pega na mão da mulher, que continua no mesmo lugar.
 
Na sequência, outra amiga da garota se aproxima e a chama. Ela continua conversando com Pedro e depois ambos se beijam. Neste momento, o militar identificado como Rafael Benedito Siqueira, de 27 anos, aparece e a garota sai de perto do motoqueiro. O policial discute com Pedro e saca uma arma, mostra ao rapaz e sai.
 
A discussão a princípio pareceu ter terminado por ali, porém quando o policial estava indo embora, Pedro o atacou - ainda conforme o boletim de ocorrências. De acordo com uma testemunha, que preferiu não se identificar, a agressão teria sido ocasionada com uma chave, e não com uma faca, o que ainda não foi confirmada de forma oficial.
 
Versão do militar
 
De acordo um boletim de ocorrência, o militar de 27 anos lotado no 24° Batalhão estava de folga e foi até o bar acompanhado de sua esposa e duas amigas. “Em dado momento, três homens que estavam vestidos com coletes escritos ‘Abutre’s', alusivo ao grupo de motoqueiros, se aproximaram e agarraram tentando levar a força para o banheiro a colega da amiga do casal, que estava nervosa e não queria entrar no banheiro. O policial puxou a mulher e cessou a ação dos três homens”, diz trecho do B.O.

A esposa do militar também afirmou que chegou a dizer aos suspeitos para não fazerem nada com a moça, pois ela estava bêbada e ouviu-os responderem que: ‘assim é melhor’.

A discussão a princípio pareceu ter terminado por ali, porém quando o policial estava indo embora, um dos homens usando roupa do clube de motoqueiros, identificado apenas como ‘Pedro’, o atacou pelas costas, atingindo o PM com uma faca na altura do pescoço.

Após ser contido por seguranças, o suspeito Pedro fugiu em companhia de um colega chamado Altino Neto de Souza Godinho, de 34 anos, que só foi identificado por ter sido multado algumas horas antes por policiais militares do 1° Batalhão.

Confira nota do grupo na íntegra:

Nota de esclarecimento 

O Abutre's MC vem a público se posicionar em relação ao incidente ocorrido na madrugada do dia 2 de Nov, em um bar localizado no centro histórico de Cuiabá, quando depois de um desentendimento com um frequentador do local um de nossos integrantes desferiu um golpe de canivete no mesmo.  
Gostaríamos de salientar que o Abutre's MC repudia toda e qualquer atitude violenta e fora da conduta moral que rege a sociedade e nem compactua com esse tipo de desinteligência, que vai contra tudo que pregamos em nossa trajetória de quase 30 anos.
No estado do Mato Grosso sempre pautamos nossas atividades em ações sociais e respeito ao próximo.
Esperamos que o fato seja apurado devidamente e que os culpados sejam responsabilizados.
Vale ressaltar que nenhum integrante de nosso MC está autorizado em falar em nome do clube ou de agir em nome do clube, sendo que nosso objetivo primordial é a irmandade e a vida sob duas rodas, fato este que levou o Abutre's MC a ser hoje um dos maiores moto clubes do mundo presente em todos os estados brasileiros e em 20 países. 
Não sabemos o paradeiro do agressor, que é natural de São Paulo e nos colocamos a disposição para qualquer contribuição na investigação que venha a ocorrer. O que não podemos é aceitar que todo o clube seja agora julgado por um ato impensado e irresponsável de um de seus membros. 
Cabe salientar que difundir inverdades incorre em responsabilidade penal prevista em lei.
Reitero que estamos à disposição para qualquer esclarecimento e contribuição para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível.
O indivíduo ferido foi socorrido e passa bem. Após o ocorrido, o integrante fugiu temendo por sua integridade. 
Aguardamos uma apuração, séria, célere e justa e que o fato de o policial agredido ter ameaçado o nosso integrante com uma arma de fogo minutos antes seja levado em consideração.  
Padre – Diretor Estadual Mato Grosso

Veja os vídeos da confusão: