Com até quatro meses de atrasos nos salários e falta de insumos básicos, médicos do Hospital Regional de Rondonópolis (a 218 quilômetros de Cuiabá), decidiram pela paralisação dos serviços. A decisão foi tomada após reunião realizada nesta segunda-feira (12). A decisão afeta mais de 500 mil pessoas.
Uma reunião está prevista para acontecer na tarde desta terça-feira (13), na Assembleia Legislativa com o presidente da Casa de Leis, Eduardo Botelho e a deputada Janaina Riva (MDB), e com representantes das 19 cidades que compõe o Consórcio Regional Sul de Saúde, onde será discutido um pedido de intervenção no hospital.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), Pedro Maggi, a situação se tornou insustentável após sucessivos atrasos nos pagamentos da Instituição Gerir, que administra o Hospital por meio de dispensa de licitação, uma vez que se trata de um contrato emergencial. “Existe um limite. E esse limite foi ultrapassado. Não há mais condições para se trabalhar sem material, tampouco sem receber”, pontuou.
Segundo o médico, o Gerir teria informado aos médicos que não tem conseguido cumprir com a regularidade dos pagamentos devido aos constantes atrasos nos repasses de recursos provenientes da Secretaria de Estado de Saúde (SES). “Fato é que a precariedade consta desde o contrato com esta empresa, por meio de dispensa de licitação. E ainda o Governo atrasa os repasses. E quem paga o preço é a população, que não pode contar com um atendimento digno”.
O prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (SD), afirmou que o Estado passou o dinheiro para o Instituto. Contudo, este estaria se negando a realizar os pagamentos. “Sendo assim, chamei eles para buscar um entendimento junto com o Ministério Público para poder comprar insumos com dispensa de licitação, em caráter de emergência”.
HR Rondonópolis - De acordo com o Instituto Gerir, o Hospital tem capacidade para atender cirurgias nas especialidades de buco maxilo, infantil, geral, neurologia, ortopedia, oftalmologia, otorrinologia, plástica, proctologia, torácica, urologia, vascular. A unidade hospitalar tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nas especialidades de angiologia, endocrinologia, infectologia, nefrologia e neurologia. São 128 leitos ativos, 545 cirurgias por mês. A média de atendidos mensal é de mil pacientes.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Instituto Gerir disse que a informação que os médicos paralisaram é falsa. Além disso, informou que as cirurgias foram retomadas.
A assessoria também negou a informação que está circulando em grupos de mensagem de WhatsApp de que o Hospital “fechou as portas” por determinação judicial. Segundo nota enviada ao Olhar Direto, a informação é "falsa e irresponsável".
O Instituto também reafirmou a necessidade de regularidade nos repasses de custeio pelo Poder Público e reforçou o compromisso e parceria no atendimento aos pacientes da região sudeste de Mato Grosso. Garantiu também que, dentro das condições atuais, os atendimentos estão sendo realizados com qualidade, de forma humanizada, e sempre adotando as medidas para segurança do paciente, visando seu restabelecimento total.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse, por meio de nota, que estaria concluindo nesta segunda-feira (12) a transferência de R$ 2,2 milhões para o Hospital Regional de Rondonópolis, totalizando o repasse de R$ 5 milhões referentes à competência de setembro.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real,clique aqui
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.